Fogo. PAICV considera haver uma “falta de vontade gritante” do Governo para resolução dos problemas da ilha
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Fogo. PAICV considera haver uma “falta de vontade gritante” do Governo para resolução dos problemas da ilha

A Comissão Política Regional (CPR) do PAICV do Fogo considerou hoje, em conferência de imprensa, que “há uma falta de vontade gritante” do Governo na resolução dos problemas fundamentais, sobretudo na área dos transportes aéreo e marítimo.

A CPR, que esteve reunida no final da semana, na Cidade de Igreja (Mosteiros) para analisar a situação social e económica da ilha, considerou, através do seu presidente, Luís Nunes, que a discriminação da ilha tem acentuado a degradação das condições de vida dos foguenses, apesar dos esforços das câmaras na mitigação dos efeitos das crises.

“A recente visita à ilha do vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, aguardada com enorme expectativas e esperança com o anúncio do financiamento para o lançamento e arranque de projectos importantes e estruturantes para alavancar a economia e o desenvolvimento desta ilha traduziu-se numa mão cheia de nada”, disse o presidente da CPR do PAICV, para quem a deslocação deste governante cingiu a visitas e reuniões mais de pendor político-partidário, como tem acontecido nas suas últimas deslocações.

Luís Nunes apontou como facto que evidencia esta situação o encontro realizado com os operadores económicos, no qual o governante, ao ser confrontado com preocupações e constrangimentos que constituem entraves e bloqueios da actividade económica, nomeadamente a precária ligação marítima, não obstante as sucessivas promessas de resolução, não conseguiu dizer algo para acalentar a esperança dos mesmos.

“A irregular e imprevisível ligação marítima tem causado enormes prejuízos aos operadores económicos com reflexo no aumento dos preços finais dos produtos de primeira necessidade e com graves consequências na qualidade de vida da população”, asseverou Luís Nunes, sublinhando que os foguenses esperavam, por exemplo, que o titular da pasta das Finanças trouxesse novidades sobre o financiamento da requalificação da orla marítima de Queimada Guincho nos Mosteiros.

Para o município, aguardava-se também o anúncio do desbloqueamento do financiamento parcial do Governo das obras de asfaltagem da estrada principal do litoral, numa extensão de seis quilómetros, dos quais três quilómetros e meio é estrada nacional.

A CPR do PAICV além de protestar contra aquilo que considera “descriminação” do Governo e o não cumprimento das promessas eleitorais, apela para que sejam financiados e materializados os projectos estruturantes e capazes de catapultar a ilha para o patamar de desenvolvimento.

Da lista dos projectos estruturantes, Luís Nunes destacou a transformação do porto de Vale dos Cavaleiros num porto com maior calado, que permita atracagem de navios cargueiros e navios cruzeiros, e do aeródromo num aeroporto de médio porte com capacidade para receber voos charters, dinamizando o sector turístico e de toda a actividade económica conexa.

A continuação da construção do anel rodoviário da ilha, ligando, pelo menos Patim a Santa Catarina e Campanas de Baixo a Mosteiros e a instalação de um polo do ensino superior na ilha, nas áreas de vulcanologia, vinicultura e agro-negócio capaz de funcionar como motor do desenvolvimento e de atracção de quadros constam da lista dos projectos estruturantes.

A CRP do PAICV, afirmou Luís Nunes, está a dar esse “grito” para chamar a atenção do Governo, sublinhando que há vários outros projectos que aguardam por financiamento ou pela sua conclusão.

A Comissão Política Regional apelou igualmente aos deputados do MpD, eleitos pelo círculo eleitoral do Fogo, a juntarem a sua voz aos demais para fazer uma frente única na reivindicação do cumprimento dos compromissos assumidos pelo Executivo para com a ilha, lembrando que são eleitos pelo povo para defender os interesses das pessoas e da ilha e devem reivindicar aquilo que traz a felicidade e bem-estar à população.

Em relação à discriminação, o presidente da CPR disse que são demasiadas situações que evidenciam a discriminação, sublinhando que o Governo tem na elaboração do Orçamento de Estado para 2023 uma oportunidade para dar o sinal de não discriminação da ilha em função da sua cor político-partidária com a inclusão dos projectos estruturantes para a ilha.

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