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Ex-presidente do IPC é o novo gestor da Inforpress
Política

Ex-presidente do IPC é o novo gestor da Inforpress

O ex-presidente do Instituto do Património Cultural (IPC) Jair Fernandes é o novo gestor único da agência de notícias cabo-verdiana Inforpress, anunciou hoje o Governo, cinco dias após exoneração do cargo de José Vaz Furtado.

“Estamos perante um servidor público com provas dadas no setor da cultura, um gestor que privilegia o diálogo, o sentido de cooperação e sentido de compromisso na relação com os colaboradores e na relação com os diferentes atores do setor público e privado”, afirmou em conferência de imprensa, na cidade da Praia, o secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, Lourenço Lopes.

O membro do Governo destacou o “vastíssimo” currículo do ex-presidente do IPC e salientou, entre outros, a sua contribuição na coordenação do projeto de classificação da morna a património imaterial da humanidade, bem como a coordenação no projeto de modernização dos museus e na reabilitação dos edifícios históricos e religiosos do país.

“Estamos convencidos que Jair Fernandes aproveitará toda a sua experiência acumulada e colocá-la ao serviço da agência cabo-verdiana de notícias, que vinha conhecendo avançados importantes”, perspetivou.

Jair Fernandes, que já iniciou as novas funções, é doutorado em História e Património pela Universidade de Évora, mestre em Arqueologia e Património pela Universidade Autónoma de Madrid, pós-graduado em Turismo Cultural pela Universidade de Barcelona e Licenciado em História, variante Arqueologia, pela Universidade de Coimbra.

Lourenço Lopes prometeu toda a atenção e suporte institucional do Governo de Cabo Verde ao novo administrador, para reforçar o estatuto da Inforpress enquanto fonte primária de notícias e “referência incontornável” da imprensa no país, esperando também que venha a se tornar numa referência no espaço africano e no espaço dos países de língua portuguesa.

Quanto às soluções para a agência, o secretário de Estado anunciou para os próximos tempos a aprovação do novo Plano de Cargos Carreiras e Salários (PCCS), bem como a assinatura do primeiro contrato de serviço noticioso e informativo com o Estado.

O Governo cabo-verdiano exonerou na quinta-feira José Vaz Furtado do cargo, após a polémica criada por ter demitido o jornalista Geremias Furtado, que é também presidente da Associação de Jornalistas de Cabo Verde (AJOC), que criticou a gestão.

O caso foi noticiado pelo jornal ‘online’ Santiago Magazine, dando conta de alguma tensão na agência de notícias, após deslocação do diretor de informação, Hélio Robalo, a Marrocos, para participar num evento a convite da Federação Atlântica das Agências de Notícias Africanas (FAAPA), com críticas de que alegadamente terá aproveitado a oportunidade para assistir ao Mundial de Clubes.

Questionado sobre se Fernandes foi a primeira escolha para o cargo, o secretário de Estado respondeu que o mais importante do que os nomes é o sentido de responsabilidade do Governo, que não quis que houvesse nenhum vazio na administração e gestão da única agência noticiosa do país.

“O Governo valoriza o trabalho realizado pelo administrador cessante e nós confiamos que o novo administrador vai continuar o bom trabalho que está sendo feito e imprimir uma dinâmica ainda maior na administração da nossa agência de notícias”, desafiou Lourenço Lopes.

O anterior administrador esteve envolvido em várias outras polémicas com jornalistas da Inforpress, incluindo denúncias de ingerência nos assuntos da redação, mas o secretário de Estado recusou a ideia de que a decisão da substituição chegou tarde.

“Relativamente aos órgãos públicos, o Governo age com princípios. Nós somos pelo autogoverno dos órgãos públicos, não há nenhum interesse da interferência do Governo na gestão quotidiana quer da RTC [Radio Televisão cabo-verdiana] quer da Inforpress”, respondeu.

A vice-presidente da AJOC, Gisela Coelho, congratulou-se com a exoneração de José Vaz Furtado, mas lamentou que a situação tenha chegado a este ponto.

Questionado sobre a possível reintegração do jornalista demitido, o secretário de Estado disse que esta é uma matéria que é da competência interna da empresa e de outros órgãos nacionais que intervêm em questões ligadas aos contratos de trabalho.

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