Este representante do povo é o deputado do MpD pelo círculo eleitoral da Europa, Emanuel Barbosa, que, num post na sua página pessoal do facebook, escreveu ser um exagero considerar Amílcar Cabral uma figura do Estado.
“Amílcar Cabral não é – nunca o foi – uma figura do Estado, pelo que não se mostra aceitável que as suas fotos estejam afixadas em estabelecimentos do Estado”, escreve o deputado ventoinha, sugerindo que “quanto muito, é um Herói Nacional, uma figura nacional, como Leitão da Graça, Mascarenhas Monteiro, entre tantos outros, que se assumiram sempre como cabo-verdianos por cujos interesses se bateram”.
Emanuel Barbosa escreveu o seu post, quando viu “na sala VIP do aeroporto internacional da Boa Vista, de nome Aristides Pereira, filho da ilha e que foi Presidente da República, encontramos quadro com a figura do omnipresente Amílcar Cabral, ao lado do qual se achavam, entre outras, a fotografia oficial do Presidente da República e quadro com a nossa Cize, Rainha da nossa morna”.
Para este político do MpD “isto tem sido recorrente, como se existe uma estratégia subjacente de instalar nas pessoas a ideia de que Amílcar Cabral foi uma figura do Estado e da República. Sabemos todos que não. Pois, morreu antes da independência, isto é, depois da criação do Estado de Cabo Verde, primeiro autoritário, depois, o de agora, democrático”.
Barbosa, que classifica as suas afirmações como uma reflexão escreve o seguinte: “A presente reflexão serve para, na linha da maior parte dos cabo-verdianos, chamar a atenção, em respeito pela verdade e pela Constituição da República, que Amílcar Cabral não é – nunca o foi – uma figura do Estado, pelo que não se mostra aceitável que as suas fotos estejam afixadas em estabelecimentos do Estado”.
E insurge-se contra aquilo que chama de uma leitura falsificada história. “Daí até considerar Amílcar Cabral uma figura do Estado é um exagero, além de ser uma leitura falsificada da História”, acrescentando o seguinte: “Para quem insista em ver as coisas sem o rigor que reclamam, é sempre bom lembrar que as figuras do Estado estão todas plasmadas na nossa Constituição. Cabo Verde hoje dispensa tutelas mitológicas e políticas, próprias de regimes de partido único”.
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