O Departamento de Estado dos Estados Unidos da América, EUA, anunciou hoje a retirada do país da Organização das Nações Unidas para a Educação Ciência e Cultura, UNESCO. Divergências no dossier israelo-palestiniano motivaram a saída, que terá efeito a partir de dezembro de 2018.
A decisão chega depois de vários desentendimentos entre as duas partes. No comunicado de saída, os Estados Unidos reafirmaram as criticas à UNESCO pelas suas “persistentes posições anti-israelitas” além de considerar que a organização “necessita de uma reforma profunda”.
Desde 2011 que os EUA haviam retirado o seu financiamento à UNESCO, depois da admissão da Palestina como estado-membro da organização.
Em julho passado os EUA, tradicionais aliados de Israel, haviam expressado a intenção de rever a sua ligação a UNESCO. A posição foi tomada na sequência da declaração da zona antiga de Hebron, na Cisjordânia, uma região ocupada pelas forças israelitas, como zona protegida do Património Mundial.
Uma decisão considerada na altura como “uma afronta histórica” pela embaixadora das Nações Unidas na ONU.
A UNESCO já reagiu ao anúncio norte-americano, considerando a saída dos EUA “uma perda para a família das Nações Unidas”, nas palavras da directora-geral da organização, Irina Bokova. A mesma reitera, no entanto, que “a universalidade é essencial para a missão da UNESCO e para a construção da paz e da segurança internacional face ao ódio e á violência, para a defesa dos direitos e da dignidade humana”.
Recorde-se que os Estados Unidos foram membro fundador da UNESCO. No entanto está não é a primeira vez que o país abandona a organização. Em 1984 a administração Reagan também deixou a UNESCO. A reintegração só aconteceu em 2002.
Depois da efectivação da saída, os Estados Unidos manterão a sua ligação à organização, enquanto membro observador.
Comentários