Um cadáver político adiado
Entrelinhas

Um cadáver político adiado

A trajetória de Ulisses Correia e Silva é paradigmática: andou de mentira em mentira, de ilusão em ilusão, até chegar a primeiro-ministro de Cabo Verde. E o seu grande mérito é mesmo esse, a capacidade de ludibriar as pessoas. Se analisarmos com rigor e objetividade a passagem de Ulisses pela Câmara Municipal da Praia, facilmente chegaremos à conclusão de que, trabalhar mesmo, só o fez nos dois primeiros anos. Os seis restantes foram construídos numa bem orquestrada campanha de manipulação e marketing, centrada em comunicação enganosa, arregimentando “opinadores” de serviço e setores da comunicação social.

O discurso de Ulisses Correia e Silva na tribuna da Assembleia Nacional, abrindo a sessão plenária da última semana, foi um fastidioso exercício de vulgaridades e frases feitas, entre a irritação e a insegurança.

Oito anos após assumir as funções de primeiro-ministro, Ulisses está esgotado, sem ideias e sem a aparente segurança que o caracterizava, numa altura em que era fácil fazer promessas a granel e vender ilusões, tipo “somos diferentes, fazemos diferente”.

Os anos foram passando e foi-se percebendo que Ulisses, ao contrário do líder determinado, do condutor seguro da nação, que todos acreditavam ser o homem certo para a governança do país, revelou-se um flop, uma construção de marketing e pouco mais que isso.

No futuro, historiadores e pessoas comuns interrogar-se-ão: “que legado deixou Ulisses Correia e Silva?”. “Nenhum”, será a resposta. Que grande obra estruturante realizou, quantos escolas secundárias, quantas universidades, quantas rodovias nacionais, quantos hospitais, quantos aeroportos? Nada, absolutamente nada!

Ulisses é uma ténue sombra do que parecia ser

Recorrendo a lembretes, as mais das vezes com informação inquinada, Ulisses vagueou num discurso arrastado e inconsequente.

Na verdade, Ulisses é uma ténue sombra do que parecia ser em 2016 e um cadáver político adiado!

A trajetória de Ulisses Correia e Silva é paradigmática: andou de mentira em mentira, de ilusão em ilusão, até chegar a primeiro-ministro de Cabo Verde. E o seu grande mérito é mesmo esse, a capacidade de ludibriar as pessoas.

Se analisarmos com rigor e objetividade a passagem de Ulisses pela Câmara Municipal da Praia, facilmente chegaremos à conclusão de que, trabalhar mesmo, só o fez nos dois primeiros anos. Os seis restantes foram construídos numa bem orquestrada campanha de manipulação e marketing, centrada em comunicação enganosa, arregimentando “opinadores” de serviço e setores da comunicação social.

O traço central de Ulisses é a incompetência e a arrogância

Vendida a ideia da sua suposta capacidade como gestor da capital do país, facilmente Ulisses passou a falácia de que iria fazer com o País o mesmo que teria realizado na Cidade da Praia.

O traço central de Ulisses Correia e Silva é mesmo a incompetência e a arrogância. Com tantos sinais dados pela sociedade e por críticos que anteriormente lhe eram afetos, Ulisses poderia ter enveredado por outros caminhos, não o fez porque não sabe fazer melhor.

Por último, a sua teimosia em “tomar a Praia custe o que custar”, só pode ter um resultado: não conseguindo (ao que tudo indica) o seu objetivo, a derrota na capital será sua e só sua, nem é de Korpu Rixu – uma figura menor que apenas cumpre as ordens do chefe e aguarda, como paga das tristes figuras que anda a fazer, uma prebenda qualquer que lhe garanta o futuro.

O risco é grande para Ulisses Correia e Silva e, a um mês das eleições autárquicas, já se sente o cheiro de um cadáver político adiado.

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Comentários

  • Casimiro centeio, 4 de Nov de 2024

    Um cadáver adiado insepulto !

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