
Há já algum tempo que as sociedades vinham dando sinais desta mudança de valorização no campo político. A pandemia veio acentuar ainda mais esta necessidade de enfoque nas pessoas, mas o MPD não percebeu isso. Por isso, fez a demolição de casas de pessoas em plena pandemia, atirando famílias inteiras para o relento. Acresce-se a tudo isto, a extraordinária velocidade de penetração que as redes sociais criaram, acelerando a avaliação e, consequentemente, a consagração ou a condenação pública – em função do desempenho. Por tudo isto, considerando os cenários analisados, constatamos que o MPD está a caminhar para um lugar único na história política de Cabo Verde: o primeiro partido político a fazer um único mandato, pondo fim ao tradicional ciclo de dois mandatos que era considerado por muitos como algo natural.
Terminou a campanha eleitoral. O país entrou em modo reflexão. O povo destas ilhas irá decidir quem será o próximo primeiro-ministro de Cabo Verde. Por isso, há uma espécie de pavor crescente que se vai instalando no seio do movimento dos ventoinhas.
É que há um sentimento generalizado de que este governo do MPD e o seu líder Ulisses Correia e Silva caminham para um triste lugar na história política de Cabo Verde. Vão ficar conhecidos como o único governo que fez apenas um único mandato. É o que já está a acontecer. Mas, antes disto, há um recuo a ser feito.
Óscar Santos, do MPD, já conseguiu essa proeza de ter feito apenas um mandato como Presidente da Câmara Municipal da Praia e este facto merece a nossa atenção por duas razoes fundamentais. Primeiro, afinal, o grande trabalho extraordinário do Ulisses Correia e Silva foi esquecido pelo povo apenas quatro anos depois. Segundo é que o Óscar Santos seguiu o mesmo caminho das pracetas, pedonais, fitness-parks, rotundas e escadas pintadas já iniciadas por Ulisses, mas perdeu as eleições, mesmo assim. Tão simplesmente porque não percebeu que a realidade, ou seja, as expectativas das populações mudaram.
Considerando o que se passa no Mundo, se olharmos um pouco mais ao largo, temos outros exemplos que nos chegam de outras partes do globo, sendo o mais falado, o caso do Presidente dos Estados Unidos de América, Donald Trump que entrou para essa triste galeria de líderes que ficaram por apenas um único mandato, sem capacidade de o renovar.
É que os tempos mudaram, a sociedade caboverdeana esteve sempre atenta e sintonizada com o mundo, mas o MPD não percebeu essa mudança de mentalidade dos caboverdeanos. Foi esta mudança de mentalidade que levou o MPD a perder a maior praça eleitoral de Cabo Verde, o município da Praia. O modelo de chegar a altura de eleições com o município a fervilhar de calcetamentos, ruas pedonais, estradas, praças e calcetamentos, é um modelo falido em termos políticos. Isto porque ficou explicita a vontade das pessoas de serem merecedoras de um tratamento digno e de verem as suas reivindicações serem tomadas na devida conta.
Há já algum tempo que as sociedades vinham dando sinais desta mudança de valorização no campo político. A pandemia veio acentuar ainda mais esta necessidade de enfoque nas pessoas, mas o MPD não percebeu isso. Por isso, fez a demolição de casas de pessoas em plena pandemia, atirando famílias inteiras para o relento. Acresce-se a tudo isto, a extraordinária velocidade de penetração que as redes sociais criaram, acelerando a avaliação e, consequentemente, a consagração ou a condenação pública – em função do desempenho.
Por tudo isto, considerando os cenários analisados, constatamos que o MPD está a caminhar para um lugar único na história política de Cabo Verde: o primeiro partido político a fazer um único mandato, pondo fim ao tradicional ciclo de dois mandatos que era considerado por muitos como algo natural.
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