...a Candidatura de Carlos Veiga terá mobilizado, no circuito bancário aberto e legal, mais de 300 mil contos cabo-verdianos, além de outras tantas doações em dólares e em euro, eventualmente provenientes respetivamente dos amigos “da Flórida” e dos amigos “de Portugal, envolvidos à extrema-direita racista e xenófoba, sendo muito dessa gente também amiga do tráfico de influências e de armas, como o caso de César de Paço, corruptor denunciado de Luís Filipe Tavares e tornado antes, pelo Governo, cônsul honorário de Cabo Verde, juntamente com a mulher Deanne de Paço. As angariações de fundos exorbitantes e desproporcionais de Carlos Veiga, têm tido efeito contrário junto à opinião pública cabo-verdiana que, indignada, questiona a razão de tamanha aposta de certos sectores da extrema-direita americana e portuguesa e o porquê de o Governo, agora de 28 membros, ter tido dispensa para, com dinheiro público ou de Carlos Veiga, se pôr em marcha a levar o “candidato oficial” ao colo.
Nas próximas horas, os eleitores cabo-verdianos estarão em sábado de reflexão, oportunidade de analisarem o perfil e as propostas, assim como votarem num dos sete candidatos às eleições presidenciais de domingo, dia 17 de outubro.
Durante duas semanas, estes candidatos montaram as suas máquinas de campanha e fizeram aproximações possíveis ao eleitorado, num tempo já de duas eleições recentes – autárquicas e legislativas -, e de pandemia de Covid-19, agravado pela já visível desaceleração económica, derrapagem financeira, disfuncionalidade social e insegurança nas ruas.
Nas antípodas de tudo isso, o retornar da seca, depois das esperançosas chuvas de julho, e a fadiga eleitoral com rodos de dinheiro, com, pelo menos um dos candidatos, Carlos Veiga, disfarçado do boneco Kalú para o consumo do eleitorado mais jovem, a gastar mais de 15 mil contos cabo-verdianos por dia, investidos nos materiais de propaganda, em viagens do próprio Primeiro-Ministro e dos governantes, como figurantes da sua candidatura, em depoimentos pagos e outras “despesas de representação” dos seus ativistas que, pelos bairros, achadas e fajãs, distribuem brindes, presentes e agrados, em operações fora dos holofotes da imprensa e dos adversários.
Para os mais entendidos em campanha e dos custos das operações eleitorais, a Candidatura de Carlos Veiga terá mobilizado, no circuito bancário aberto e legal, mais de 300 mil contos cabo-verdianos, além de outras tantas doações em dólares e em euro, eventualmente provenientes respetivamente dos amigos “da Flórida” e dos amigos “de Portugal, envolvidos à extrema-direita racista e xenófoba, sendo muito dessa gente também amiga do tráfico de influências e de armas, como o caso de César de Paço, corruptor denunciado de Luís Filipe Tavares e tornado antes, pelo Governo, cônsul honorário de Cabo Verde, juntamente com a mulher Deanne de Paço.
As angariações de fundos exorbitantes e desproporcionais de Carlos Veiga, têm tido efeito contrário junto à opinião pública cabo-verdiana que, indignada, questiona a razão de tamanha aposta de certos sectores da extrema-direita americana e portuguesa e o porquê de o Governo, agora de 28 membros, ter tido dispensa para, com dinheiro público ou de Carlos Veiga, se pôr em marcha a levar o “candidato oficial” ao colo.
A razão dos primeiros prende-se com a oportunidade de tornar Cabo Verde numa base militar estrangeira ou num estação de serviço da extrema-direita internacional, estratégia abençoada por André Ventura, Matteo Salvinni, Viktor Órban, Jair Bolsonaro ou mesmo Steve Banon, que reconhecem o papel geoestratégico do País para a nova ordem mundial a reformular-se com iminente regresso de Donald Trump, dentro de 3 anos.
A razão do Governo é a de completar a trindade do sistema do MPD com um Presidente amigo e cúmplice, disposto a promulgar, assinando de cruz, todo o pacote legislativo que, a partir de janeiro conformará a política da austeridade e da reestruturação económica, imposta pelo FMI, fazendo com que os pobres e os mais vulneráveis paguem a crise à custa dos seus impostos e outros sacrifícios. O grande sonho de Ulisses Correia e Silva é ter um “presidente fantoche” que sirva, qual marioneta, os interesses da classe empresarial próxima ao Partido e cumpra os memorandos do Fundo Monetário.
Diante de tudo isso, uma coisa se impõe: pensar a real alternativa a Carlos Veiga como Chefe do Estado, nos seis outros candidatos que perfilam para as eleições no dia 17. E a resposta parece ser clara, que nem “água da lagoa”: José Maria Neves que, para além de magnifica experiência de 15 anos como Primeiro-Ministro e de ter levado Cabo Verde a patamares de transformação e de desenvolvimento nunca vistos, tem elevado sentido de Estado, forte sensibilidade social e argúcia política.
Uma reflexão crítica, ponderada e consequente, no sábado antes do voto, levaria os indecisos decidir que o “homem que a Nação precisa” é José Maria Neves. O Kalú veio apenas mostrar os sinais de poder de uma extrema-direita de lesa soberania e democracia, com olhos postos na compra-e-venda de votos na noite de facas longas de 16 para 17. Que Deus nos livre de tal!
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