O MpD, que em 2016 garantia ser diferente e fazer diferente, tem mostrado ao longo destes anos que é diferente para pior e que faz rigorosamente as mesmas coisas que antes supostamente condenava. No atual contexto e persentindo (as sondagens não mentem!) o desaire eleitoral autárquico que se aproxima, o governo e o partido que o sustenta apostam tudo na perversão da democracia – porque, efetivamente, é uma tentativa de golpe que está em curso -, utilizando a máquina e os recursos públicos para tentar contrariar o sentimento nacional de rejeição do MpD, através da compra de consciências. É preciso estar muito atento!
Longe vão os tempos em que a estratégia de enganação passava pela tradicional compra de votos: dinheiro da mão, retenção de identificação a eleitores do partido adversário em troca de bens.
Tinha um problema: para além da infinidade de recursos privados que isso implicava, o impacto real nas urnas de voto rondava os três pontos percentuais. Pouco, muito pouco, para se ganhar umas eleições, salvo em situações de empate técnico.
Muito mais simples e eficaz é utilizar os recursos do Estado e a máquina pública, através de uma infinidade de programas supostamente sociais, para condicionar o eleitorado e subverter a vontade geral da maioria dos eleitores.
Uma das divisas de Ulisses Correia e Silva, logo nos primeiros dias do seu governo, foi a de acabar com o assistencialismo, porém, como nunca havia acontecido de forma tão avassaladora no passado, o governo fez proliferar programas supostamente sociais, de que se destacam, mais recentemente, o Cadastro Social Único e o Fundo Mais.
Ou seja, ao contrário de obstar ao que denominava (e abominava) de assistencialismo, o governo de Ulisses, através do poderoso Ministério da Família, elevou o assistencialismo a níveis nunca antes verificados e, por arrasto, começou a estimular uma nação de pedintes, através do controlo social…
Para mais, perversamente e de forma intelectualmente desonesta, o governo alude ao aumento das prestações sociais como uma grande vitória das políticas públicas, ao mesmo tempo que entroniza o que outrora abominava (percebe-se agora) apenas por palavras: o assistencialismo. E apresenta o feito como se tratando de uma estratégia eficaz contra a pobreza.
Ora, salvo em situações pontuais, de profunda crise económica, de situações de guerra ou de surtos pandémicos, que desorganizam a estrutura social, entre outros, o aumento das prestações sociais apenas significa uma coisa: ao contrário do discurso oficial e das estatísticas manipuladas, a realidade é que, ao invés de regredir, a pobreza tem vindo a aumentar. Não é preciso ser um génio para perceber isso!
E, num contexto de apertos para o governo, num cenário de perda de influência e de prestígio junto das cabo-verdianas e dos cabo-verdianos, a pobreza tem um importantíssimo valor de mercado.
O MpD, que em 2016 garantia ser diferente e fazer diferente, tem mostrado ao longo destes anos que é diferente para pior e que faz rigorosamente as mesmas coisas que antes supostamente condenava.
No atual contexto e persentindo (as sondagens não mentem!) o desaire eleitoral autárquico que se aproxima, o governo e o partido que o sustenta apostam tudo na perversão da democracia – porque, efetivamente, é uma tentativa de golpe que está em curso -, utilizando a máquina e os recursos públicos para tentar contrariar o sentimento nacional de rejeição do MpD, através da compra de consciências.
É preciso estar muito atento!
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