Maria da Cruz Moreira, presidente do Sindicato Nacional de Oficiais de Justiça (SNOJ), reagiu à notícia de Santiago Magazine sobre a crise na Justiça através de comentários no próprio artigo, não só confirmando a ameaça de greve, como aproveitou para debitar mais dados sobre a precária condição de trabalho dos profissionais da justiça em Cabo Verde.
“A falta de condições de trabalho é gritante em todas as secretarias, cada uma com suas especificidades. A questão do uso de transporte é de interesse público e as entidades governamentais e os Conselhos devem encontrar uma solução mais adequada para resolução definitiva”, comentou Maria da Cruz Moreira, com quem não conseguimos chegar à fala, mas que soube utilizar a janela de comentários de artigos do Santiago Magazine para trazer mais elementos à peça publicada esta manhã por este diário digital, denunciando a precariedade do sector da Justiça, com reflexos directos na morosiddade processual e desempenho dos profissionais da classe.
“Por que não disponibilizar veículos privativos para suas deslocações? Os autocarros entram nos bairros? A falta de pessoal está gerando estresse e afetando a saúde física e psicológica dos Oficiais de Justiça. Para além de insuficiente, estão mal distribuídos, como se o mérito não tivesse respaldo constitucional, e o critério de alocação é observado conforme a conveniência, um dos pontos de resistência do SNOJ no novo estatuto”, escreveu.
Continua: “Relativamente ao desfecho do novo estatuto, o SNOJ está, de facto, cauteloso, organizando-se para avançar para outras formas de luta. Nestes quatro anos, como disse o Diretor Samora Monteiro, ‘está a percorrer o seu caminho normal’, mas para os Oficiais de Justiça, interessa agora o desfecho. Quatro anos percorrendo o caminho? Foi comunicado ao Senhor Diretor que o fechamento não passaria do fim de outubro, conforme a promessa da Ministra”.
Segundo conta Maria da Cruz Moreira, o seu tempo de espera esgota logo esta quinta-feira, 31. “A promessa da Senhora Ministra termina amanhã, dia 31. A previsão de paralisação inicial será de uma semana, não apenas por causa do Estatuto, mas também pelo descaso total com os Oficiais de Justiça, operadores judiciários mais cruciais no Poder Judicial. ‘Ainda não introduzimos porque estivemos estes dias preparando os dossiês para o debate sobre a situação da Justiça’. Não seria necessário fazer justiça primeiro em casa?”, questiona, com evidente revolta a presidente do SNOJ.
“O desconforto e a desmotivação dos Oficiais de Justiça vêm contribuindo significativamente e diretamente na morosidade processual. O Poder Judicial não terá o cabal cumprimento da sua missão principal enquanto persistir o descaso total para com os Oficiais de Justiça porque eles são o motor do Poder Judicial”, concluiu Maria da Cruz Moreira, eleita presidente do SNOJ em 2021.
Comentários
Gelson Brito, 1 de Nov de 2024
Mode cabo verde fiquei indeguinado por tratamento que ninguém merece eu era oficial de deligencias por 2 anos e 10ese ou seja quase etres anos mão rincão atoa o contrato Men seques pagarão oseu delas de trabalho eu não desejo trabalhar nesta instituição por falta de sensibilidade e respeito falta de justiça dentro de justiça caloteiros na criolo tudo tá ficando lime nhos bai trinca nhos cata vivi midjor ki mi...
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Felisberto, 30 de Out de 2024
Amanhã vão debater a situação da justiça. A Ministra, os Presidentes dos Conselhos, os deputados, todos eles falam sobre JUSTIÇA ignorando e desprezando completamente os Oficias de Justiça. Como se a Justiça é feita exclusivamente pelos magistrados!! Por isso, vejam como está a Justiça!!
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Emanuel Mendes, 30 de Out de 2024
Eu Emanuel Mendes eu era Oficial de Justiça e mas outros colegas tinha um contrato de trabalho 3 anos com CSM.Publico mas com falta de Oficial de Justiça nas Secretária de CSM.Publico mas si mesmo eles nos despedimos sem renovar com eu e meus colegas é um falta de respeito de CSM.Publico com falta de Oficiais de Justiça mas não querem um justiça com eficencias para Cabo-verdianos
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Casimiro centeio, 30 de Out de 2024
Urge-se a necessidade de pôr em ação outra forma de luta. " Como estamos, não podemos continuar".
O governo está completamente ocupado com as eleições autárquicas, principalmente na Praia, para " derrubar Francisco Carvalho, " custe o que custar ".
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