PR reafirma compromisso de Cabo Verde na construção de pontes entre África e o mundo
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PR reafirma compromisso de Cabo Verde na construção de pontes entre África e o mundo

No seu discurso de abertura da 6.ª Conferência Bienal da African Studies Association of Africa (ASAA2025), realizada no Centro de Convenções da Universidade de Cabo Verde, José Maria Neves reafirmou o compromisso de Cabo Verde com a educação, a ciência, a igualdade de oportunidades e a construção de pontes entre África e o mundo, e que “a diversidade cultural e identitária africana deve ser encarada como uma força e não como uma fragilidade”.

Afirmando uma visão estratégica para o futuro do continente, o presidente da República destacou o papel da África na construção de “respostas inovadoras e solidárias” às vulnerabilidades globais.

José Maria Neves considerou a conferência, que reúne académicos, artistas, ativistas e decisores políticos de todo o mundo, um “espaço privilegiado de reflexão interdisciplinar e de projeção de soluções concretas”.

Sob o lema “Respostas Africanas para as Vulnerabilidades Globais: Construindo Esperança para o Futuro”, a 6.ª Conferência Bienal da African Studies Association of Africa – ASAA2025, é organizada pela Universidade de Cabo Verde, reunindo durante três dias académicos, investigadores, artistas, decisores políticos, ativistas, arquitetos e cineastas de vários países africanos, da diáspora e do mundo, assinalando, ainda, o 50.º aniversário da Independência Nacional e o Centenário de Amílcar Cabral.

Considerando que a conferência será um “espaço de imaginação do futuro”, José Maris Neves defende que, mais do que identificar problemas, “importa projetar soluções e construir narrativas de esperança”, valorizar a história, reconhecendo o legado dos heróis, como Amílcar Cabral, que ensinaram que a luta pela libertação é também uma luta intelectual.

África tem demonstrado notável capacidade de resposta

Reiterando que “a diversidade cultural e identitária africana deve ser encarada como uma força e não como uma fragilidade”, José Maria Neves apontou as vulnerabilidades globais, desde as alterações climáticas, secas prolongadas, escassez de água, desertificação, entre outras, e denotou que, em Cabo Verde, a aposta em energias renováveis, em sistemas agrícolas resilientes à seca e em projetos de proteção ambiental demonstra que é possível, mesmo em condições adversas, construir modelos de desenvolvimento sustentáveis e inovadores.

O presidente da República destacou ainda que, numa economia global marcada por desigualdades estruturais, crises financeiras e dependência excessiva de mercados externos, colocando o continente numa situação de grande fragilidade, África tem demonstrado uma “notável capacidade de resposta”. E que, em sua opinião, o futuro será tanto mais promissor quanto mais se conseguir integrar vozes diversas e promover a justiça social.

“Precisamos construir narrativas inclusivas, que promovam a igualdade de género, o empoderamento das mulheres, a participação ativa da juventude e o respeito pelas tradições locais. O carácter interdisciplinar desta conferência é um exemplo a seguir”, sublinhou José Maria Neves.

Neste sentido, sustentou que, ao reunir especialistas das ciências sociais e humanas com cientistas das áreas da tecnologia, engenharia e matemática, cria-se uma “base sólida” para encontrar soluções abrangentes e inovadoras.

“Os debates que aqui se realizarem devem inspirar políticas públicas, projetos comunitários e iniciativas de cooperação”, concluiu o presidente da República, exortando os participantes a multiplicarem, nas suas instituições e comunidades, os conhecimentos partilhados e as ideias geradas ao longo dos três dias da conferência.

José Maria Neves deixou, ainda, um último apelo: “Que desta conferência surjam parcerias académicas, redes de investigação, programas de intercâmbio e projectos inovadores capazes de transformar as nossas realidades”.

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