O Instituto Cabo-verdiano para a Igualdade e Equidade de Género (ICIEG) defendeu esta segunda-feira, 3, que a mulher deve estar no centro da retoma da economia cabo-verdiana, uma vez que, segundo a instituição, é a mais afectada com a crise pandémica.
Estas considerações foram feitas pela presidente do ICIEG, Rosana Almeida, que falava à Inforpress, à margem de uma conversa sobre “O papel da juventude feminina no empoderamento político e económico da sociedade cabo-verdiana”, realizada pela Universidade Jean Piaget (UniPiaget), no âmbito do seu 20º aniversário.
Debruçando sobre o empoderamento feminino no sector económico, a responsável disse que já entregaram “muitas” propostas ao Governo da IX legislatura, aguardando agora para ver como será a X legislatura.
Porém, adiantou, se o foco recai na retoma económica, a mulher é a “mais” afectada, daí defendeu que esta camada social tem que estar no centro da retoma económica.
Nesta perspectiva, Rosana Almeida avançou que o ICIEG tem “muita urgência” em trabalhar o sector informal, uma vez que desemprego afecta sobretudo a mulher.
“A formalização do sector informal com carácter de urgência e algumas medidas de equidade, em relação às licenças de maternidade”, entre outras várias questões já colocadas às autoridades, de moda a ver se o empoderamento feminino passa a ser “pleno”.
Porque, conforme justificou, “não se pode deixar ninguém para trás” e deixar a mulher para trás é “não” ter êxito na retoma económica que se quer a curto prazo.
O instituto, segundo Rosana Almeida, está a trabalhar com foco na participação política, uma vez que há dados e resultados, frutos de um trabalho feito, tendo realçado o aumento da participação feminina nas últimas eleições autárquicas, cerca de 42n por cento (%).
Também, em jeito de balanço da aplicabilidade da lei da paridade nas eleições legislativas de 18 de Abril, a presidente do ICIEG apontou que houve 37, 8% da participação feminina, sublinhando que o sentimento é de “orgulho” perante estes resultados.
“Vamos ter um parlamento com mais mulheres, estamos a ter mais mulheres nas esferas de decisão”, salientou, frisando que pretende com a conversa aberta mostrar que Cabo Verde está prestes a ser uma “grande” referência africana e, quiçá, mundial a nível do acesso das mulheres aos cargos de decisão.
Segundo a mesma fonte, há todo um trabalho que se está a ser feito, sobretudo, no sentido de abrir portas às novas gerações, para que os problemas enfrentados hoje não venham a afligir estas gerações, promovendo, assim, uma “Geração Igualdade”, que tem sido a solicitação das Nações Unidas.
A conversa aberta será, segundo Rossana Almeida, para mostrar que, através do empoderamento económico das raparigas em Cabo Verde, está-se a contribuir para o desenvolvimento que se quer pleno e respostas rápidas aos grandes males que estamos a enfrentar na sociedade cabo-verdiana.
“Portanto, não há melhor palco do que as universidades para tentar passar estas mensagens e dizer que estamos a trabalhar para a nova geração…”, disse, indicando que a conversa aberta será, igualmente, para falar dos ganhos, dos desafios e de uma mentalidade que cada vez mais precisa ser aprimorada.
“É para mostrar como é que nós conseguimos desafiar alguns estereótipos e como conseguimos alcançar alguns resultados, porque a menos de dois anos atrás, os partidos político diziam que não iam conseguir mulheres paras as listas e que seria difícil a lei da paridade. Curiosamente, um desses partidos, UCID que votou a favor da lei na especialidade, mas não votou na generalidade, é precisamente este partido que consegue 50/50 no parlamento”, frisou Rossana Almeida.
Por isso, acrescentou, a conversa é para mostrar que existem “telhados de vidros que podem ser facilmente “quebrados” e que todos os problemas levantados aquando da votação da lei da paridade, segundo os quais não havia mulheres disponíveis, foram “todos ultrapassados”.
Comentários
aughulfjcu, 27 de Out de 2024
Muchas gracias. ?Como puedo iniciar sesion?
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