O presidente do conselho de administração da operadora de telecomunicações Unitel T+ reclamou hoje “acesso igualitário” às infra-estruturas como os cabos submarinos que vêem a Cabo Verde e participação nos consórcios visando a amarração dos mesmos.
Marco Bento falava à Inforpress, no Mindelo, à margem do lançamento da 2ª edição do ‘Unitel Creative Camp’, um concurso de abrangência nacional para promover iniciativas empreendedoras e novas ideias de negócios, ligadas à economia digital e de telecomunicação.
“Esperemos que, em concertação com o Governo, nos seja dada esta hipótese e revistos os preços de acesso, que permitam a outras operadoras, mesmo que estejam dentro do consórcio dos cabos de fibra que chegam a Cabo Verde, fornecer serviços aqui no País”, sintetizou o responsável.
Aliás, Marco Bento considerou que iniciativas do tipo ‘Unitel Creative Camp’ devem encontrar “o campo nivelado”, já que conforme sintetizou, hoje em dia o acesso tem sido “muito caro” para a Unitel T+.
Exemplificando, o presidente do conselho de administração da Unitel T+ disse que para os jovens de hoje e do futuro entrarem no negócio das novas tecnologias e empreender nessa área, devem encontrar “o campo e o acesso nivelados e sem preços discriminatórios”.
“Especialmente para as outras operadoras, como a Unitel T+, por isso há que haver acesso universal, porque hoje falamos dos preços retalhistas, mas quando vamos aos bastidores os preços são insuportáveis para operadoras como a Unitel”, criticou Marco Bento.
Sobre o lançamento da segunda edição do ‘Unitel Creative Camp’, disse tratar-se de um evento que se enquadra no programa de expansão da empresa, que aposta na diversificação pela parte tecnológica, numa contribuição da empresa para a sociedade de informação.
Nesta iniciativa, que vai na segunda edição, a Unitel T+ tem como parceiro o ‘Business Incubation Center’ (BIC), cujo director executivo, Samir Pereira, lançou o repto de duplicar este ano o número de candidatos em relação à 1ª. edição, que cifrou na casa dos 50, mas capaz de abranger “todas as ilhas do País”.
Para o concurso, cujas inscrições abriram hoje e decorrem até o dia 14 de Janeiro, podem participar indivíduos, grupos e empresas startup, com “ideias e potencial de crescimento grande”, de preferência já com um protótipo pronto, e queiram criar “soluções de impacto, que possam fazer a diferença”.
Segue-se, segundo a mesma fonte, um período de avaliação e selecção dos 12 finalistas, que vão participar durante 15 dias no Unitel Criative Camp, com um programa “muito intensivo”, com formações, palestras e a imersão no mundo Unitel T+.
Segundo Samir Pereira, nesse período, os 12 finalistas vão estar em contacto com os recursos, os dados, a informação e a tecnologia que a Unitel disponibiliza, mas também com parceiros associados ao programa.
Depois do Unitel Criative Camp vão ser seleccionados quatro promotores com os projectos “mais interessantes” e com “maior potencial” para participar num programa de aceleração de ideias, com a duração de seis meses, com o objectivo de os ajudar a desenvolver o produto que apresentarem, mas também desenvolverem toda a parte do negócio a volta do produto.
“Finalizaremos o programa com uma apresentação a investidores nacionais e potencialmente também internacionais, e a Unitel vai garantir a participação de pelo menos dois dos promotores na Web Summit 2022”, concluiu Samir Pereira.
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