Os tripulantes de cabine da operadora de voos domésticos em Cabo Verde, a Bestfly, iniciam quinta-feira dois dias de greve, reivindicando um seguro de inibição de voo e em protesto contra casos de “assédio moral”, anunciou fonte sindical.
"Dessas reivindicações, destacamos o seguro de inibição de voo”, referiu a secretária-geral da União Nacional dos Trabalhadores de Cabo Verde, Central Sindical (UNTC-CS), Joaquina Almeida, numa conferência de imprensa, na Praia, após negociações sem acordo.
A dirigente considerou-o uma atribuição comum, exemplificando: “havendo um acidente a bordo que os impeça de trabalhar, [os tripulantes de cabine] devem ter um seguro de inibição de voo, mas a empresa está relutante em dá-lo", devido aos custos, referiu.
Joaquina Almeida acusou ainda a operadora de praticar "abusos e violações dos direitos laborais", nomeadamente, a “notificação de trabalhadores para comparecerem no gabinete, para serem assediados moralmente e ameaçados de despedimento, violação do direito à folga semanal” e “marcação arbitrária de faltas injustificadas, sem direito a justificação”.
Entre as queixas está igualmente “o não-pagamento do serviço de instrutor”, bem como “do serviço prestado nos dias feriados e folgas semanais, desde o início da operação em Cabo Verde, entre outras violações”, disse aos jornalistas.
“Infelizmente, os trabalhadores não tiveram opção, a decisão já foi tomada e partirão para dois dias de greve”, afirmou, reafirmando o pré-aviso de greve que abrange 15 trabalhadores.
Segundo Joaquina Almeida, o Governo, como acionista da Bestfly, deve intervir, para travar práticas reiteradas de “violação laboral”.
"Caso não sejam resolvidas as questões, a luta continua", concluiu.
A Lusa tentou obter uma reação da operadora Bestfly, que remeteu comentários para mais tarde.
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