O presidente do SITHUR manifestou-se hoje “profundamente preocupado” com atraso sistemático no pagamento de salário dos trabalhadores dos TACV e considerou “inaceitável” o silêncio da empresa e do Governo pela não regularização da situação referente ao mês de Janeiro.
Carlos Lopes avançou estas informações em declarações à Inforpress, quando abordava a situação laboral dos funcionários da empresa dos Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV), analisada pela direcçao do Sindicato de Indústria, Transportes, Telecomunicações, Hotelaria e Turismo (SITHUR), durante a reunião realizada no passado sábado.
“Trata-se de uma situação insustentável e que vem afectado, de forma drástica e violenta, a vida dos trabalhadores e de suas famílias que não conseguem satisfazer a suas necessidades básicas do dia-a-dia, os compromissos com os bancos, etc e, particularmente, a situação dos trabalhadores que foram transferidos para a ilha do Sal”, afirmou, indicando que tanto os trabalhadores que estão em lay off como os que se encontram em actividade laboral não receberam ainda o seu vencimento.
Segundo disse, o referido sindicato já tinha alertado ao Governo de que a não renovação do regime de lay off, que terminou a 31 de Dezembro, traria problemas graves para a empresa e para a necessidade de se regularizar o pagamento do salário dos funcionários, tendo frisando no entanto que não recebeu satisfação do executivo.
De acordo com este sindicalista, os trabalhadores dos TACV sentem-se abandonados à sua sorte, isto porque, afiançou, o Conselho da Administração da empresa não responde os pedidos de informação feitos pelo sindicato e o Governo “finge que não sabe de nada e fica em cima do muro como se não tivesse nada a ver com o assunto”.
O presidente do SITHUR considerou neste sentido que o Governo não pode aliar-se da situação difícil por que passam os trabalhadores dos TACV, uma vez que, lembrou, ele (Governo) é o principal responsável pela própria situação que se tem vivido naquela empresa nos últimos tempos.
“Os trabalhadores dos TACV têm sido muito maltratados com toda a situação que tem vindo a viver nos últimos dois anos, agravado com a indiferença do Governo, que enquanto representante dos acionistas Estado devia tomar medidas concretas de apoio à retoma da empresa e de apoio ao pagamento do salário dos trabalhadores”, reforçou, apontando que esta situação representa uma desresponsabilização total por parte do Governo.
Neste sentido, o SITHUR condenou com veemência o atraso que se está a verificar, apesar das sucessivas chamadas de atenção como também exige o pagamento imediato dos salários aos trabalhadores dos TACV.
“Os trabalhadores dos TACV não aguentam mais esta deplorável situação, daí que os sindicatos que os representam reservam sobre o direito de virem a ponderar qualquer outra medida que vierem a considerar necessária, caso a situação não se resolva imediatamente”, concluiu o sindicalista.
A Inforpress contactou a presidente do Conselho da Administração dos TACV, Sara Pires para um pronunciamento sobre a situação, mas as tentativas revelaram-se infrutíferas.
Comentários