No dia em que São Vicente celebra o seu dia (22 de Janeiro), o primeiro-ministro aproveitou para anunciar que em Fevereiro será lançado o concurso para a concessão de transportes marítimos inter-ilhas. E fez questão de sublinhar que o novo Ministério da Economia Marítima, sediado no Mindelo, “não será mais um”, mas sim uma estrutura com capacidade de fazer a economia de São Vicente e de Cabo Verde desenvolver-se mais.
Segundo Ulisses Correia e Silva, a aposta na conectividade entre as ilhas será uma marca do seu Governo, de modo a resolver os sérios problemas de desenvolvimento do arquipélago. Depois do processo de reestruturação ea TACV, em curso, o Executivo quer agora virar-se para o sector marítimo, com o primeiro-ministro a anunciar para a Fevereiro o lançamento de um concurso para a concessão de transportes marítimos inter-ilhas.
Ulisses Correia e Silva, que discursava na tarde de onten, segunda-feira, 22, no acto de inauguração oficial do Ministério da Economia Marítima, que passa a funcionar no edificio da ex-capitania, na Avenida Marginal, no Mindelo, considerou estar, assim, lançado o desafio de aumentar o potencial de crescimento de São Vicente e de Cabo Verde, através da economia marítima, não só para o Governo como também para a sociedade mindelense e Cabo Verde.
Trata-se, segundo o chefe do Governo, da inauguração de “algo diferente, inovador e desafiador”, pois, pela primeira vez, lembrou, há um ministério sediado fora da capital, mas “um ministério completo”.
“Os pressupostos que definimos e defendemos é que nós temos que governar Cabo Verde com as suas ilhas e para as suas ilhas, o que pressupõe aproveitar o máximo de potencialidades de cada uma delas com as suas especificidades, diversidades, história, percurso, tradições, suas gentes e património” para tirar “o melhor proveito daquilo” que é Cabo Verde.
Para o primeiro-ministro, faz todo o sentido, num país que tem mais mar do que terra, ter um Ministério da Economia Marítima – “somos ilhas e somos oceano” – pelo que há recursos por explorar, não só recursos que estão no mar, mas aquilo que o mar representa para todas as actividades, um “potencial enorme de desenvolvimento”, com “a vantagem” de não depender da chuva.
“O grande potencial de Cabo Verde de facto é o mar”, ajuntou o chefe do Executivo, que lembrou que a decisão de sediar o Ministério em São Vicente foi “amadurecida e fundamentada”, uma vez que ilha “tem tradição e história” o que “por si só” justificavam a instalação.
“São Vicente já teve épocas áureas através do transporte marítimo, de operações portuárias e da logística, mais do que isso, para não fazermos o discurso da nostalgia, tem potencial para a partir daqui, aproveitar o máximo que pudermos de desenvolvimento deste sector”, sintetizou.
Num outro ponto do seu discurso, Ulisses Correia e Silva foi claro em afirmar que o sector necessita, em primeiro lugar, de estruturação, de introduzir qualidade, criar um ecossistema do desenvolvimento da economia marítima.
Mesmo no sector da formação, aludiu, não se deve esquecer que há em São Vicente um investimento “muito forte” para o seu desenvolvimento, sendo que as universidades, como “elementos fundamentais para o progresso e o desenvolvimento”, devem conectar-se também com vocação de desenvolvimento de Cabo Verde e, neste caso particular, de São Vicente.
“Precisamos que a sociedade mindelense, os empreendedores, os académicos e os cidadãos acreditem porque o desenvolvimento é também essencialmente uma construção humana”, lançou, acreditando é possível, ajuntou, superar e ultrapassar os obstáculos e avançar “de certeza”, com uma atitude pró-activa.
“Queremos que esta ilha conheça uma nova fase de desenvolvimento e tudo o que for possível será feito para demonstrar que é possível e avançar rumo ao desenvolvimento”, concluiu.
Interveio ainda no acto de inauguração o ministro a Economia Marítima, José Gonçalves, que considerou que o ministério doravante sediado em São Vicente representa um “importante instrumento catalisador” do “crescimento, desenvolvimento e competitividade” no sector marítimo, não só a bem da ilha, mas para todo país.
É neste “contexto de valorização estratégica” do sector marítimo, di-lo o ministro, que se enquadra a criação do ministério, a sua dotação com um secretário de Estado Adjunto com residência no Mindelo, “indubitavelmente”, concretizou, “a cidade mais marítima de Cabo Verde”.
Com Inforpress
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