A primeira emissão das obrigações azuis lançada pela Bolsa de Valores de Cabo Verde e realizada pelo International Investiment Bank (iib) resultou em 350 mil contos, superior em 100 mil contos ao montante inicial que era de 250 mil contos.
Segundo o presidente da Bolsa de Valores de Cabo Verde, Miguel Monteiro, a operação cujos resultados foram apresentados esta quarta-feira, 8, foi um sucesso com a procura a superar a oferta em 1,5 vezes, chegando a ultrapassar os 350 mil contos.
Inicialmente eram 25 mil obrigações colocadas à disposição do público, ao preço de 10 mil escudos cada, com maturidade de cinco anos e a taxa de juro de 4%, para financiar projectos na área da economia azul.
Entretanto, desde o início a Bolsa de Valores e entidade emitente deixaram aberta a possibilidade de aumentar até 10 mil as obrigações da primeira oferta pública de subscrição deste ano se a procura assim justificar.
“E podemos anunciar que na realidade tivemos a procura superior aos 350 mil contos, mas havendo essa opção de mais de 100 mil contos ficamos pelos 350 mil contos. É uma operação que teve a participação do público em geral, uma participação da nossa diáspora”, disse.
Segundo indicou, mais de 20% das obrigações, correspondente a mais de 70 mil contos foram subscritas por cabo-verdianos na diáspora, o que na sua perspectiva demonstra que os cabo-verdianos fora do país estão também interessados neste tipo de investimento.
Face ao sucesso desta operação, o presidente da Bolsa de Valores prevê novas emissões de obrigações azuis ainda antes deste ano.
O iib fez essa emissão no sentido de apoiar com créditos directos ou através das instituições de micro-finanças os investimentos no sector da economia marítima, ou seja, das actividades ligadas ao mar.
O presidente do iib, Francisco Ferreira, indicou que eles vão ter acordo para aquele empreendedorismo ou investimentos na economia marítima, pescas, ou seja aquilo que está ligado à actividade marítima.
Para isso, indicou que parte do financiamento já se encontra realizada, já que o banco foi construindo sua carteira nesse âmbito com factores de elegibilidade.
Entretanto adiantou também que o banco tem em discussão com as entidades de micro-finanças parcerias inovadoras com o intuito de poderem, enquanto banco e entidade mais reforçada no mercado de capitais, ajudar as instituições de micro-finanças que também têm uma expertise nessa área a alavancar a sua actividade.
“Estamos em conversação para chegarmos a um consenso sobre como é que o banco pode alavancar, quer em termos de liquidez, como em termos de liberalização de capital, a essas entidades que também são muito importantes nesse segmento ao qual os bancos têm dificuldades em chegar”, disse.
Denominada Marine and Ocean Based Blue Bond série D, a emissão que decorreu de 27 de Janeiro e decorre até 28 de Fevereiro foi a primeira oferta pública de subscrição de obrigações, desde 2013, e contou com a parceria do PNUD, através da BLU-X, plataforma destinada ao desenvolvimento da economia azul sustentável.
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