Olavo Correia disse esta segunda-feira, 22 de julho, hoje que os trabalhos do Parque Tecnológico da Praia estão a decorrer “muito bem”, não obstante uma derrapagem financeira de cerca de 30% sobre o custo total da obra, de 40 milhões de euros.
O vice-primeiro-ministro explicou que esses atrasos têm a ver com os atrasos registados no início das obras, porque, afirmou, o projecto foi “mal montado”.
Segundo o governante, entre 2020 e 2021 o país terá o seu Parque Tecnológico a funcionar e que 40 por cento (%) das obras já está executado.
Olavo Correia, que é também ministro das Finanças, fez essas considerações à imprensa à margem da reunião do comité de supervisão do Projecto Parque Tecnológico que se realizou na cidade da Praia.
Para o governante, fazer obra é fácil, mas o problema que se põe é o conceito, ou seja, o que se quer com o Parque para que seja “útil aos jovens cabo-verdianos que querem trabalhar nas tecnologias e no sector informático”.
“Temos que saber como é que conseguiremos trazer grandes empresas tecnológicas para Cabo Verde e criar novas oportunidades para os jovens”, afirmou o vice-primeiro-ministro, ao mesmo tempo que pergunta como fazer do arquipélago um país digital e com uma âncora no Parque Tecnológico.
Nas suas palavras, tem que se fazer da tecnologia um sector que cria “empregos qualificados para os jovens”.
“Queremos uma economia diversificada em que as tecnologias criam emprego e oportunidades para os jovens em todos os domínios da actividade económica, como turismo, transportes, tecnologias e sistema financeira”, precisou o vice-primeiro-ministro, rematando que se pretende fazer de Cabo Verde um “país digital para melhor servir as pessoas”.
Nas tecnologias, sublinhou o governante, Cabo Verde, enquanto pequeno país insular, tem a oportunidade de dispor de um mercado “conectado consigo mesmo e com o mundo”.
Considerou, ainda, que há que fazer com que as novas tecnologias “acelerem a dinâmica do desenvolvimento de Cabo Verde”.
“Vamos fazer de Cabo Verde uma zona económica especial no domínio das tecnologias, criando o máximo de incentivos fiscais para as empresas que queiram apostar nas tecnologias no país para produzir e exportar serviços para a sub-região, o continente africano e todos os países do mundo”, precisou Olavo Correia.
Reconheceu, por outro lado, a existência de alguns sub-custos que advém do atraso na execução do projecto, mas que se está a trabalhar no sentido de se fechar o problema da cobertura financeira e que nesse domínio “não haverá problema a esse nível”.
Os sub-custos estão calculados em cerca de 30 por cento do custo inicial, mas Olavo Correia não se mostra preocupado com esta situação, porque, asseverou, o Parque Tecnológico é um “sector estratégico” para Cabo Verde.
“Os atrasos não deviam ter acontecido. O projecto foi mal montado inicialmente. Agora o que importa é encontrar solução”, indicou o governante, para quem “não vale a pena chorar por cima de leite derramado”.
Revelou que uma parte do financiamento do Banco Mundial para os próximos anos “vai ser alocada ao capital humano e à tecnologia”.
“Queremos fazer de Cabo Verde uma nação digital”, lançou, acrescentando que o Governo pretende que as novas tecnologias tornem a saúde e a educação “mais perto das pessoas”, assim como “segurança mais efectiva” para que o arquipélago esteja alinhado com aquilo que o mundo coloca à disposição dos países em termos de modernidade tecnológica.
O Parque Tecnológico é financiado pelo Banco Africano de Desenvolvimento e Estado de Cabo Verde e trata-se de um projecto “estruturante, matricial e do futuro para Cabo Verde”.
As obras do Parque Tecnológico iniciaram-se em 2015.
Com Inforpress
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