O Governo vai passar a pagar os salários dos trabalhadores da Cabo Verde Airlines, devido à falta de receitas da companhia aérea privada para cumprir esse compromisso por causa do Covid-19.
Os trabalhadores da CVA ainda não receberam o salário referente ao mês de Março e, tal como Santiago Magazine denunciara no Editorial de do passado dia 8 de Abril, o cenário aponta para a falta de pagamentos nos próximos meses por parte da empresa, privatizada desde Março do ano passado.
Mas, ontem, confrontado com o problema, o vice-primeiro ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, garantiu que a situação será regularizada nos próximos dias. Segundo o governante, que falava durante a conferência de imprensa para a apresentação das medidas de reforço, no âmbito da estratégia de combate e mitigação da covid-19, “o Governo de Cabo Verde vai intervir no sentido de assegurar os rendimentos dos trabalhadores da CVA nos próximos três meses”.
“Nos próximos dias a situação dos salários para os próximos três meses ficará completamente resolvida. A empresa não tem tesouraria, não está a faturar e não tem recurso, como é evidente. Neste sentido, vamos encontrar uma solução de financiamento para cumprirmos com as nossas obrigações”, garantiu Correia, que há duas semanas já tinha anunciado que no âmbito do plano para mitigar os efeitos da Covid-19, o Governo iria apoiar a CVA. Dias depois foi o ministro dos Transportes, Carlos Monteiro, a vaticinar um eventual fim da empresa, afirmando que taxativamente que o Codid-19 coloca em risco a sobrevivência da companhia aérea cabo-verdiana de capital maioritariamente islandês.
O vice-primeiro-ministro considera que é preciso reinventar o plano de negócios da CVA para o futuro, em função da crise do sector do negócio da aviação, provocada pela pandemia da covid-19. Contudo, conforme Olavo Correia, vai repensar o futuro da CVA e “em função disso, os acionistas serão chamados a tomar uma decisão quanto ao destino desta empresa”.
Até se encontrar um caminho suave para a CVA, a empresa vai continuar a ser suportada por fundos públicos, estando ainda por esclarecer se se trata de um empréstimo ou de investimento por parte do Estado, dona de 39% das acções da CVA. O papel do acionista maioritário, a Icelander Loftleidr, está também por clarificar, pois até o momento só vem solicitando o apoio financeiro do Governo para quase todas as necessidades da CVA.
A única certeza dada pelos accionistas mairotários é que Cabo Verde Airlines retomará os voos no dia 1 de Julho. Mas, mesmo nisto, dependerá do Governo.
Comentários