Economia

De acordo com uma fonte do setor da aeronáutica civil, prevê-se que a peça que irá resolver a avaria do ATR da Bestfly deverá chegar esta tarde ao país vinda de Portugal, e se assim acontecer, amanhã os voos serão retomados.

Ainda a crer nas palavras da mesma fonte, instalou-se o caos entre os passageiros, uma vez que a Bestfly não tem um serviço de atendimento em terra, ficando os passageiros sem qualquer assistência, ou seja, por sua conta e risco.

Um post publicado no facebook por um grupo de europeus em Cabo Verde afirma que a nível dos transportes marítimos a situação não é diferente. Segundo esse grupo, desde há uma semana um grupo de passageiros que devia chegar à Boa Vista está bloqueado no Sal, por causa de uma avaria no ferry que normalmente faz essas ligações.

Face a essa avaria no Ferry, as duas ilhas turísticas, que distam uma da outra menos que 15 minutos de avião, vinham sendo ligadas pelo único ATR a operar no país, mas com escalas em São Vicente ou Santiago.

E, hoje, com o cancelamento de todos os voos aéreos, o país entrou definitivamente no estado de amputação, ninguém vai a lado nenhum.

A CV Inter-ilhas, concessionária do transporte marítimo de passageiros, veículos e carga nas ligações entre as ilhas de Cabo Verde, liderada pela portuguesa Transinsular, justifica os cancelamentos de viagens com a avaria de um navio. Justificação que não agrada o maior partido da oposição.

O membro da Comissão Política Nacional do PAICV, Walter Évora, disse, em conferência, que o país não pode continuar na situação de dependência.

“O que aconteceu nos últimos dias põe a nú que estamos numa situação de grande fragilidade. A empresa diz que avariou um navio, mas se um navio avariou ficamos numa situação de paralisação em que as pessoas não se conseguiram deslocar, por exemplo, na trajetória São Vicente, São Nicolau, Sal e Boa Vista e muitos emigrantes perderam os seus voos de ligação devido a esse problema de sucessivos cancelamentos de viagens. O país não pode estar nesta situação de dependência” disse o deputado da nação eleito na lista do PAICV, por Boa Vista para acrescentar que “não podemos passar vinte anos com essa concessão que é financeira insustentavel”, defendeu.