Os países lusófonos continuam sem atingir o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) de erradicar a pobreza, com exceção de Portugal, embora praticamente todos os membros da CPLP tenham conseguido alcançar uma das 17 metas.
De acordo com a 9.ª edição do Relatório de Desenvolvimento Sustentável, divulgado hoje pela Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável (SDSN) das Nações Unidas, nenhum dos oito países que, juntamente com Portugal, compõem a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), conseguiu erradicar a pobreza, o primeiro dos 17 ODS.
Angola, inclusive, registou uma descida na prossecução deste objetivo, tendo Cabo Verde sido indicado como estando “no caminho certo”, embora com desafios a manterem-se.
A maioria dos países da CPLP estagnou no propósito deste ODS, nomeadamente a Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. O Brasil também estagnou, prosseguindo “desafios significativos” nesta matéria, enquanto a Guiné Equatorial não apresentou dados.
Portugal é o único país da CPLP que atingiu o objetivo de erradicar a pobreza.
No ‘ranking’ de 167 países avaliados sobre o cumprimento dos ODS das Nações Unidas, liderado pela Finlândia, os lusófonos (além de Portugal) só aparecem após o segundo terço dos classificados, com o Brasil a registar o lugar mais cimeiro (52.º).
Cabo Verde ocupa o 88.º lugar, sendo o País Africano de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) mais bem classificado.
Dos restantes lusófonos que aparecem neste ‘ranking’, segue-se São Tomé e Príncipe (118.º), Moçambique (148.º), Angola (155.º) e Guiné-Bissau (156.º).
Ao nível dos ODS alcançados por estes países, com a exceção de Timor-Leste, todos alcançaram um ou mais objetivos.
O Brasil alcançou o objetivo das energias renováveis e acessíveis e o de parcerias para a implementação dos objetivos.
Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e a Guiné-Bissau atingiram o 13.º ODS – ação climática, enquanto Moçambique, Angola e a Guiné Equatorial alcançaram o 12.º – proteção e consumo sustentáveis.
Tal como nos anos anteriores, os países europeus lideram o Índice de ODS de 2024. A Finlândia ocupa o primeiro lugar no Índice de ODS, seguida pela Suécia, Dinamarca, Alemanha e França, países onde, no entanto, se registam “desafios significativos na realização de vários ODS”, segundo os autores do relatório.
Os últimos três lugares do relatório são ocupados pelo Chade (165.º), República Centro Africana (166.º) e Sudão do Sul (167.º).
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