A balança de pagamentos do país melhorou no primeiro trimestre de 2024, impulsionada por superávites, sobretudo na balança corrente, com retração das importações e expansão do turismo e serviços associados.
A balança corrente apresentou um saldo positivo de 3,7 mil milhões de escudos (34 milhões de euros), de acordo com os últimos dados do Banco de Cabo Verde (BCV), consultados hoje pela Lusa.
O desempenho representa um recorde na série de nove anos de dados trimestrais disponibilizada pelo banco central.
Os números confirmam a previsão do último Boletim de Indicadores Económicos e Financeiros do banco central, que apontava para uma “evolução favorável das contas externas” no primeiro trimestre deste ano.
Dentro dos quatro componentes da balança corrente, verifica-se que a troca comercial de bens tem um saldo negativo em 20,2 mil milhões de escudos (183 milhões de euros), indicando que o valor das importações superou o das exportações.
Ainda assim, o saldo negativo é menor do que o acumulado nos últimos três meses de 2023, ou seja, houve menos despesa com as importações de bens.
No segundo componente da balança corrente, os serviços, há um saldo positivo 14,7 mil milhões de escudos (133 milhões de euros) no primeiro trimestre deste ano, graças ao impulso do setor das viagens, refletindo uma alta receita do turismo que até cobre quedas noutros setores.
Os outros dois componentes da balança corrente, rendimento primário e secundário, apresentam um défice de 807,09 milhões de escudos (sete milhões de euros) e um superávite de 10 mil milhões (91 milhões de euros), respetivamente.
No primeiro trimestre, Cabo Verde apresentou ainda saldos positivos na balança de capital (676,42 milhões de escudos, seis milhões de euros) e balança financeira (cerca de mil milhões de escudos, 10 milhões de euros).
A balança de pagamentos é uma forma de retratar a posição económica externa de um país e é composta fundamentalmente por estes três componentes: balança corrente, balança de capital e balança financeira.
O turismo está em crescimento em Cabo Verde, com os hotéis a bateram o recorde de um milhão de hóspedes em 2023 e o Governo a antecipar para este ano a meta de 1,2 milhões de turistas, antes estabelecida para 2026.
O grupo espanhol RIU, um dos investidores internacionais com mais camas em Cabo Verde, indicou que a instabilidade no Médio Oriente está a fazer com que muitos turistas troquem países daquela região do globo pelo arquipélago.
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