Bruno Pinto, agente da PSP acusado de ter matado a tiro Odair Moniz, pediu desculpa no início do julgamento, esta quarta-feira, aos familiares e amigos do cidadão cabo-verdiano. Um pedido de desculpas que não pareceu sincero a quem assistia ao julgamento, já que recuperou a tese - afastada pela investigação - de que a vítima estaria na posse de uma arma branca.
"Gostaria de pedir desculpa à família e aos amigos. Acredito que não seja fácil para ninguém", declarou Bruno Pinto, de 28 anos, a partir do banco dos réus do Tribunal Central Criminal de Sintra (na foto), no início da primeira sessão do julgamento que teve lugar esta quarta-feira, 22.
O agente da Polícia de Segurança Pública (PSP) manifestou, ainda, discordância face aos factos elencados no despacho de acusação do Ministério Público, decorrentes de uma investigação da Polícia Judiciária, avançou a RTP, citando a agência Lusa.
O pedido de desculpas do agente da PSP não se mostrou convincente, já que voltou a alegar que a vítima o ameaçou com uma faca: "Se eu não fosse questionado tantas vezes sobre a faca, para mim não haveria qualquer dúvida", alegou Bruno Pinto.
O Ministério Público relata no despacho de acusação que Odair Moniz, então com 43 anos de idade e morador do Bairro do Zambujal, na Amadora, foi atingindo com dois disparos: o primeiro projétil, que atingiu o tórax, foi disparado a uma distância de 20 a 50 centímetros; e o segundo, na zona da virilha, entre 75 centímetros e um metro.
Ainda de acordo com o despacho de 29 de janeiro de 2025, os disparos foram efetuados depois de Odair ter alegadamente tentado fugir à PSP e resistido à detenção. Não se verificou, contudo, qualquer ameaça com recurso a arma branca.
Bruno Pinto incorre numa pena de oito a 16 anos de prisão.
Fonte: RTP/Lusa
Foto: Sintra Negócios
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