Vestido de croché inspirado no gorro de Amílcar Cabral vence Prémio Djoy Soares na URDI 2024
Cultura

Vestido de croché inspirado no gorro de Amílcar Cabral vence Prémio Djoy Soares na URDI 2024

O vestido de croché, inspirado na súmbia - gorro de Amílcar Cabral, feito pela artesã Maria de Lourdes, venceu o Prémio Djoy Soares da Feira do Artesanato e Design de Cabo Verde (Urdi), edição 2024.

Em declarações à Inforpress, a artesã mostrou-se “orgulhosa” por produzir uma peça inspirada no gorro de Amílcar Cabral, que foi premiado exactamente no ano do seu centenário.

“Disse que a minha peça deste ano seria inspirada no gorro de Amílcar Cabral, mas a minha grande preocupação era conseguir linha com esta cor para fazer a peça. Mas procurei até encontrar porque senti que era importante”, afirmou a artesã, que contou com o apoio da direcção do Centro Nacional de Artesanato e Design (CNAD) na procura de material adequado para conceber a peça num período de 15 dias.

Segundo a mesma fonte, todo design e padrão do gorro também é encontrado no vestido que pode ser usado também em forma de blusa.

Além desta peça, também foi distinguida com o Prémio Djoy Soares votação do público a peça “Trapiche processo de fabricação de aguardente", do artesão santantonense Silvino António, o mesmo que arrecadou o prémio no ano passado com a peça “Casa tradicional de Santo Antão”.

Para o representante dos artesãos, Carlos Bango, que também pertence à associação Biflores, da Brava, o artesanato é a maior obra artística em Cabo Verde, porque consegue reinventar-se todos os dias.

Isto porque, considerou, o artesanato contribui não só na divulgação do que é a arte e “a beleza da vida cabo-verdiana”, mas também nas várias fases de sociedade, nomeadamente na representação de cabo-verdianidade, no desenvolvimento intelectual e cultural dos cabo-verdianos e também dá um “contributo imensurável” naquilo que é dinâmica, económica e desenvolvimento de comunidades locais.

“É preciso pensar na importância que o artesanato tem no nosso quotidiano. Porque temos a música, o teatro, a escrita, audiovisuais e diversos tipos de artes, mas o artesanato tem um papel fundamental porque ele consegue recriar aquilo que é a nossa história, aproveita aquilo que é a história de utensílios que tínhamos no passado e que hoje não temos mais”, considerou o artesão, para quem o tema deste ano sobre a “reinterpretação da matéria” foi uma ideia bem conseguida.

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