Colunista

O Partido Africano para a Independência de Cabo Verde é uma Organização política histórica, com raízes septuagenárias, transgeracional, madura e com um capital humano respeitado.

Os calos endurecidos pelo timão da condução desta nobre nação, haverá de vigiar o dedo polegar mais avançado cicatrizado com "cancan" e embrulhado num retalho qualquer atirado pelo destino entre pedras, águas e sal a caminho do sul.

Tendo o divino como vigia e o lampião como luz, esta nação verde, anda apalpando sua sorte entre o saber e a oportunidade, obedecendo o clássico, negando ser escravo e deixando-se levar pela seca ao sabor do vento, enquanto conquista o sol e assim dá de beber ao gado e de comer à flor de sua revolução.

Andar descalço deixou de ser uma marca, o "pan di Bitcho" já é internacional, a acácia agora é praga, a barriga já não é sinal de fome a cabra virou vaidosa e meio tostão já não é trocado.

Afinal, somos ou nos tornamos grandes?

É neste contexto que uma organização de entre tantas no país começa a dar passos para renovar sua liderança e continuar seu trabalho, como acontece com centenas de organizações da sociedade civil, associações, cooperativas, organizações políticas, sindicais, etc... então porquê incomodar a nação com expressões extraordinárias, num processo natural e entre cidadãos diplomados.

Parabéns ao PAICV por arribar a esta etapa importante e por ter no seu seio diferentes sensibilidades para se candidatarem a tão nobre função - presidente do Partido.

Mas, se a função é nobre, presume-se também um percurso construtor da liderança necessária, ainda mais carregada de nobreza, fineza e doçura, fazendo do líder um virtuoso conquistador.

Angustia-nos medir com elevação o líder que edificou sua cadeira a polegar.

A virtude do rei é ser intocável.