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Stribilin (42ª parte)
Cultura

Stribilin (42ª parte)

CENA CLXXVII (continuação)

Drª Rosária continua no Estúdio da Televisão Nacional.

DRA. ROSÁRIA – Desculpe lá, Srª Jornalista. Pelo que entendi, querem argumentar que a causa da morte do DEGO foi queda acidental?

JORNALISTA – «Queda acidental que gerou um Politrauma e amputação traumática do membro inferior».

DRA. ROSÁRIA – Que mentira mais vil! Uma pessoa cai de uma altitude e é o pé que sapa [amputa]?

JORNALISTA – Conclusão bastante exprobra! Despida de lógica!

DRA. ROSÁRIA – Talvez o pé tenha sido amputado pela própria Médica Legista depois de o corpo estar-se divorciado da alma… ou a vida casada com a morte, para guardá-lo como troféu desta hecatómbica monstruosidade, arquitetura do seu espírito ímpio, oco e assaz racista.

JORNALISTA – Deixa-me continuar a ler a nota da Polícia Judiciária: «Quando foi encontrado cadáver encontrava-se em avançado estado de decomposição».

DRA. ROSÁRIA – Astuta falsidade! Como será possível, se nas primeiras horas de 3ª feira a Vítima esteve a consumir num Quiosque, a beber e a pagar cervejas ao colega Cabral de Marçal da Costa, venha agora a aparecer, logo pelas 9h00 da manhã de 4ª feira, morto e completamente pútrido?

JORNALISTA – Completamente pútrido, sim. «O mesmo estava em estado de liquidificação, com protusão da língua e ocular, e de uma forma geral, aumento da volumagem do tecido do corpo». Diz a nota. E «o exame médico constatou, ainda, fletenas (ampolas com conteúdo fétido de coloração escura), característico de putrefação, edema de escroto e deformidade da face, constatações resultantes do exame de autópsia, devidamente documentado».

DRA. ROSÁRIA (admirada, repete as ultimas palavras do Comunicado) – «Constatações resultantes do exame de autópsia, devidamente documentado». Qual autópsia?! Eu tenho aqui umas fotografias que foram tiradas ao cadáver quando se encontrava na Delegacia de Saúde de Santa Cruz e que podem contrariar a tese dessas mentiras!

JORNALISTA – A Drª acha então que tudo isso é um embuste?

DRA. ROSÁRIA – Não acho. Tenho a certeza!

JORNALISTA – Caramba! Que logro mal urdido!

DRA. ROSÁRIA – O irmão mais velho disse que procurou a Médica Legista e que esta lhe disse que deu ordens para não abrir o caixão e efetuar o enterro imediatamente por questões de saúde pública. Que o cadáver se encontrava em avançada putrescência e, o escaldão que se aparentava na cara se devia a esse facto. Afirmou ainda que, no dia seguinte foi confrontar a Médica Legista com as horribilíssimas imagens e que da sua tromba terá desprendido um dúbio calafrio. Mostrou-se um tanto quanto transtornada, quiçá, uma verdadeira cúmplice da tramóia.

JORNALISTA – O sentimento de culpa, muitas vezes, é alado como o vento.

DRA. ROSÁRIA – E o engraçado, caso não fosse trágico, é que essa afirmação mais tarde foi corroborada pela Polícia Judiciária, como se se tratasse de um cambalacho conspirado laboratorialmente, com o acréscimo de que a alma da Vítima terá divorciado do corpo que o suportava no domingo anterior a quarta-feira em que o defunto foi encontrado jazido no monturo.

JORNALISTA – Terá dito isso, certamente, para justificar a tese de putrefação.

DRA. ROSÁRIA – Eventualmente que sim.

JORNALISTA – É pouco provável, aberrante e perfeito contra-senso dizer que, em pouco mais de 24h00, um cadáver possa entrar decomposição, da forma como quererem induzir a gente a acreditar! Se na terça-feira a Vítima esteve, efetivamente, com alguém e acompanhada da sua vida, esse malabarismo supera o da Penélope, a fidelíssima esposa de Ulisses, o Odisseu, quando driblava os sôfregos pretendentes! A PJ tem todas essas informações?

DRA. ROSÁRIA – O irmão mais velho disse à PJ que um tal Olavo de Nha Menininha Soares, técnico da Construção Civil e residente em Porto Abaixo, tinha-lhe afirmado, e que estava disposto a depor, caso fosse notificado, que na terça-feira, véspera do dia em que o cadáver foi encontrado, às três da manhã esteve com a Vítima no quiosque NHAFRÓZA em Cutelinho. E que lá havia muita gente.

JORNALISTA – Tendo o corpo sido encontrado na quarta-feira, pelas 9h00 da manhã, não havia hipótese de se estar em total decomposição. Estória mal contada, sim. E pela lógica, vê-se que a Médica Legista não terá aproximado, muito menos tocado no cadáver.

DRA. ROSÁRIA – E consequentemente, a autópsia não terá sido efetuada.

JORNALISTA – Isto é muito grave!

DRA. ROSÁRIA – Bastante grave. Por isso, para o sossego da família e a tranquilidade dos amigos, do DEGO e de tantos outros que foram dubiamente assassinados, eu e a Drª Mónica anunciamos que íamos requerer a exumação de alguns cadáveres para a efetiva realização da autópsia, facto que culminou com o despedimento compulsivo do Juiz, Dr. Joaquim, e, consequentemente, o seu assassinato e atentado contra a Drª Mónica.

JORNALISTA – Já agora, como está a recuperar a sua colega… a Drª Mónica?

DRA. ROSÁRIA – Bastante bem! Está quase a recuperar a memória.

JORNALISTA – Graças a Deus!

DRA. ROSÁRIA – Ainda não fala, nem se mexe adequadamente, mas já começou a reconhecer as pessoas. Está entregue a uma faustosa equipa de especialistas em traumatismos, fisioterapia e reabilitação.

JORNALISTA – Deus é pai. A luz há-de iluminar a escuridão que assombra o fundo do túnel. E o processo em que pé se encontra?

DRA. ROSÁRIA – Questão do tempo. Ainda ninguém quer falar, com medo de represálias. Mas sabemos que há quem viu tudo.

JORNALISTA – Que coisa macabra! O que é justiça afinal?

DRA. ROSÁRIA – Lembro-me de uma música de um jovem guineense, Binham Quimor, que diz: «Na nha téra si bu mata bu ta dadu un karu». Pois, por cá, um dirigente da Polícia Judiciária, há muito recentemente, matou um inocente de forma gratuita, cobarde e desproporcionada, disparando vários tiros, à queima-roupa, numa missão de vingança pré-determinada, entretanto, nunca respondeu em nenhum inquérito e hoje ele é Ministro.

JORNALISTA – Credo, ave-maria, sem graça nenhuma! Em que país estamos, afinal? Cadé o relatório de observação da Comissão Nacional dos Direitos Humanos e da Cidadania?

DRA. ROSÁRIA – Mas, pronto! Voltando ao caso do DEGO em concreto, diria que houve inverdades do mais colossal tamanho! O corpo não estava pútrido, tanto que, até o pé que lhe serraram com uma rebarbadora vê-se a carne e o tutano com a sua cor natural ou rosada. O edema de escroto aconteceu porque lhe espremeram os testículos enquanto o torturavam.

JORNALISTA – A Drª acha que todas essas macabras torturas, todas essas inclassificáveis sevícias foram praticadas, estando a Vítima ainda viva?

DRA. ROSÁRIA – Viva e consciente, suportando a morte a conta-gotas.

JORNALISTA – Acredite que lhe arrancaram quase todos os dentes, lhe serraram um pé, cortaram-lhe a língua, furaram-lhe os olhos e esmagaram-lhe os testículos… a sangue frio?

DRA. ROSÁRIA – E a rirem-se do seu sofrimento. A Srª Jornalista acha que teria alguma piada, arrancar os dentes, serrar um pé, cortar a língua, furar os olhos e esmagar os testículos a um cadáver? Para quê? Havia de ser um sádico Santo.

JORNALISTA – Claro que não acredito. E esse tipo de barbaridade costuma acontecer nos casos de ajustes de conta. Será o caso?

DRA. ROSÁRIA – Tudo indica que sim. Ou também, da tremenda vingança.

JORNALISTA – Então, porquê?

DRA. ROSÁRIA – Cerca de um ano antes do assassinato do DEGO, o Sr. Felismino, um ex-emigrante em França, havia sido assassinado à porta da casa onde DEGO residia. Suspeita-se de que ele terá sabido de algo e, nessa fatídica noite, a língua ter-lhe-á encostado nos dentes… limparam-no sem dó.

JORNALISTA – Quer então dizer que os familiares têm quase a certeza de que houve mesmo crime de homicídio?

DRA. ROSÁRIA – Os familiares não tem quase a certeza. Têm certeza absoluta. Olha só: pelas fotografias pode-se constatar que o cadáver não estava pútrido conforme nos quiseram fazer acreditar; não deitava pus e a barriga estava lisa e com volume normal. Inclusive, conservava intacta a sua coloração da pele que era acentuadamente clara, diria mesmo, branca.

JORNALISTA – E essas pistas não foram fornecidas às autoridades?

DRA. ROSÁRIA – Todas! À Judiciária e à Procuradoria de Santa Cruz.

JORNALISTA – E ao Procurador-Geral da República não chegaram a mostrar as fotografias?

DRA. ROSÁRIA – O irmão mais velho teve, por acaso, numa audiência com o Sr. Procurador-Geral da República e mostrou-lhe as fotografias. Segundo o mesmo, depois de analisar as fotografias, o Procurador-Geral confessou-se surpreendido.

JORNALISTA – Quer dizer que ele tinha outra perceção do ocorrido?!

DRA. ROSÁRIA – Completamente. Depois de as analisar e equacionar todas as evidências, as marcas de sevícias que nelas estavam estampadas, disse que efetivamente havia incongruências naquilo que os relatórios da Procuradoria de Santa Cruz e da PJ afirmavam.

JORNALISTA – Ah, eh?!

DRA. ROSÁRIA – Os relatórios propunham, embora de forma implícita, o arquivamento do caso, excluindo a hipótese de ter havido qualquer crime no ato, admitindo como móbil do crime a queda acidental de uma altitude.

JORNALISTA – O PGR apanhou os gajos na mentira?

DRA. ROSÁRIA – Disse que pelas evidências, há indício sim, e suficiente, que requeria continuar com as investigações. E admitiu indigitar mais um Procurador para coadjuvar o que já havia sido designado.

JORNALISTA – E por que a invenção da estória do Manjaco?

DRA. ROSÁRIA – Tudo montagem. Como advogada do caso, já tentei montar todas as peças do puzzle, mas o labirinto é-me deveras sinuoso.

JORNALISTA – E quem poderá ter inventado essa triste ideia de dizer que era Manjaco?

DRA. ROSÁRIA – Senhora Jornalista, esse crime só podia ser perfeito. Tudo foi montado a rigor e engenhosamente calculado. Foi engendrado sob um plano orquestrado e milimetricamente executado. Não podia falhar.

JORNALISTA – Qual é a base legal, ou seja, qual é o fundamento para que a Drª tenha essa perceção?

DRA. ROSÁRIA – Olha: pelas fotografias se apercebe que o lado do corpo que se encontrava tangente ao solo se mantinha a pele e a coloração intactas. Já a cara e o resto do corpo que ficaram expostos estavam queimados e pintados de preto.

JORNALISTA – Estou a perceber.

DRA. ROSÁRIA – Conforme todo o mundo diz, quando o alarme soou em como um cadáver havia sido encontrado numa ribanceira, eis que surge um sujeito, o principal suspeito, a desviar as atenções, dizendo de forma desesperada, quase esquizofrénica: «É um nigeriano da cidade da Praia que vêm cá vender as coisas». E dizia assim amiudamente.

JORNALISTA – A Drª disse que esse individuo é o principal suspeito, certo?

DRA. ROSÁRIA – Certo!

JORNALISTA – E porquê?

DRA. ROSÁRIA – A Vítima era frequentador assíduo da casa desse indivíduo. Aí consumiam drogas e prostituíam-se. Uma senhora, devidamente identificada, também frequentadora dessa casa, afirmou ter encontrado, dia seguinte ao macabro assassínio, roupas sujas e muito sangue no interior da referida casa, embora tenha sido lavada toda a noite com água e creolina.

JORNALISTA – O quê, Doutora?!

DRA. ROSÁRIA – É o que a senhora Jornalista ouviu! E de imediato um dos irmãos da Vítima comunicou ao Procurador da Comarca de Santa Cruz.

JORNALISTA – Este não notificou a comparência dessa testemunha?

DRA. ROSÁRIA – Disse que não era nada com ele e que tinha delegado toda a competência para Polícia Judiciária. Duas semanas depois, a mesma casa foi de novo lavada com água e cal. O mesmo irmão filmou a enxurrada, chamou a Polícia Nacional que, por sua vez, recolheu as amostras, elaborou um auto e enviou-o à Procuradoria de Santa Cruz.

JORNALISTA – Nem desta feita o Procurador não solicitou um mandado de busca à essa casa?

DRA. ROSÁRIA – Não!

JORNALISTA – As amostras recolhidas não foram inspecionadas?

DRA. ROSÁRIA – O Procurador disse que as mandava à Polícia Judiciária.

JORNALISTA – Não sabem se ele as mandou ou não?

DRA. ROSÁRIA – Volvidos quase dois anos ainda ninguém conhece o resultado. Até a presente data nenhum pronunciamento se verificou, nenhuma reação das autoridades que colime responder aos anseios da população se conhece. Por incrível que se pareça, ouve-se, sim, tão simplesmente, o ruidoso silêncio e, vê-se o ignorar dos factos, um estupendo, senão estúpido, abafamento de um crime que, como se por encomenda, teria que ser perfeito. E num gesto notório de exaltar ou de premiar os criminosos, de humilhar os familiares e denegrir a marca Cabo Verde, vão andando paradas as investigações, nos arquivos, também já sem vida, ou melhor, mofando-se numa deliberada promiscuidade nas prateleiras da Procuradoria da Comarca de Santa Cruz e da Polícia Judiciária na capital do país.

JORNALISTA – Não me canso de perguntar: mas porquê?

DRA. ROSÁRIA – Tudo por causa de um infeliz noticiamento de que o morto era NIGERIANO. E a perceção de que existiu um ato grave de racismo é inquestionável. Ora vejamos: a primeira informação veiculada pela Televisão Nacional foi de que o corpo de um NIGERIANO que residia na cidade da Praia, teria sido encontrado numa lixeira em Santa Cruz. Tratando-se de um NIGERIANO, o cadáver não mereceu a dignidade humana que teria um cabo-verdiano ou, quiçá, um cidadão da raça branca. Por isso, o levantamento do corpo foi efetuado sem a presença da Médica Legista e do Procurador da Comarca. Seguiu-se depois para o Centro de Saúde de Santa Cruz e, mais tarde, para a morgue do Hospital da Praia onde foi depositado, observando os preceitos ou trâmites legais, esperando pelo tempo estabelecido para que o morto fosse declarado indigente e, consequentemente, realizar o funeral.

JORNALISTA – Como é possível, pai do céu?!

DRA. ROSÁRIA – Quatro dias mais tarde, se veio a saber que, afinal, o NIGERIANO era cabo-verdiano e de nome EDMILSON FERNANDES TAVARES. Só então é que alguns expedientes foram acionados. Infelizmente, não no intuito de se obter a prova do crime, mas tão simplesmente para concretizar o seu inverso. As autoridades estavam altamente comprometidas, atoladas até ao queixo, pelo que tinham por missão, esmoncar as narinas e molhar os sovacos para abafarem provas de que a Vítima teria sido assassinada. Percebe-se, agora, o porque é que na declaração passada pela Médica Legista, para o efeito do registo de óbito, dizia que a causa da morte tinha sido Queda de Altitude. E que na certidão de óbito constante do livro de registo, não se afigure qual a causa da morte. Porquê? Intencional? Falha? Gralha? Ou por alguma recomendação expressa?

JORNALISTA – Efetivamente!…

DRA. ROSÁRIA – Como é óbvio, nessas situações, muitas informações se veiculam. E o Ministério Público, como fautor da ação penal, não deve descurar nem muito menos ignorar pistas que possam levar à descoberta da verdade e caça aos criminosos. Entretanto, o corpo foi liberado, com as instruções de que o caixão não podia ser aberto e que o funeral deveria realizar-se de imediato.

JORNALISTA – Disseram por que é que o caixão não podia ser aberto?

DRA. ROSÁRIA – Invocaram a saúde pública, mas o real motivo foi o de impedir que se verificasse que a autópsia não tinha sido realizada.

JORNALISTA – Não havia mais vestígios nas imediações?

DRA. ROSÁRIA – Quando o irmão mais velho se dirigiu às instalações da PJ na cidade da Praia, denunciando a tal casa onde se suspeitava ter sido o palco de toda a trama. E disse ao Inspetor que alguém ter-se-ia dito que vira sangue e roupa encharcada de sangue no interior da dita casa, mesmo depois de, a aludida casa ter sido lavada com creolina, petróleo e outros produtos para despistarem os vestígios. Que ainda, havia uma casa nas imediações, pertencente ao Procuradoria-Geral Adjunto, equipada com câmara de vídeo e que poderia ter captado imagens que pudessem coadjuvar nas investigações. Um outro irmão da Vítima já havia falado com esse Procuradoria-Geral Adjunto no sentido de colaborar, inspecionando as imagens captadas pela sua câmara nessa noite turbulento, entrementes, nem a PJ, nem o famigerado Adjunto, nem a Procuradoria de Santa Cruz se mexeram uma palha.

JORNALISTA – Senhora Doutora, antes de terminarmos, gostaria de ouvir, em breves trechos, as suas análises quanto a segurança nacional e aos crimes que dia sim, dia não se cometem neste país. O desaparecimento das pessoas, sobretudo de crianças e, ultimamente, com o rapto e assassinato do Carlinhos, o emigrante e transplantado renal, infelizmente, mais uma vez em Santa Cruz, tendo suscitado a tão propalada extração de órgãos para o tráfico.

DRA. ROSÁRIA – Peço permissão para fazer um pequeno reparo.

JORNALISTA – Tenha a bondade.

DRA. ROSÁRIA – O caso mais recente é de um outro emigrante que é visto há mais de uma semana. Foi visto pela última vez nos Picos, durante as festa do Nosso Senhor do Mundo.

JORNALISTA – É verdade. Peço desculpa.

DRA. ROSÁRIA – Senhora Jornalista, o que se está a passar neste país, se fosse num país a sério, muitos Juízes e Procuradores estavam presos. A perentória afirmação do Procurador-Geral da República em como as crianças raptadas estavam bem, impunha-lhe, num prazo mínimo, apresenta-las, sob pena de responder criminalmente e hospedar-se por uns tempos atrás das grades. Os Ministros da Administração Interna e da Justiça colocariam de imediato o cargo ao dispor, logo nos primeiros desaparecimentos. Quando não, o Primeiro-Ministro estaria obrigado a demiti-los. Não acontecendo, o próprio Governo estaria na iminência de se colapsar. Mas, infelizmente, existe uma proporcionalidade milimétrica entre a falta de justiça e a falta de caráter dos nossos governantes. Muito obrigado.

JORNALISTA – Obrigada por ter vindo ao programa, até a próxima.

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