Obra poética NOSTALGIA. Um livro que transforma a alma
Cultura

Obra poética NOSTALGIA. Um livro que transforma a alma

Tinha lido algures que escrever é entregar-se ao mundo, é revelar-se às pessoas, à sociedade, é deixar uma pilha de pistas sobre o que se ama, o que se pensa e acredita, sobre a vida, a história do mundo, a arte, o amor o sofrimento, a cultura entre tantas outras dimensões.

O livro de poesias “Nostalgia” é isso mesmo, cumpre fielmente esses princípios. Aliás os versos do “Escrever é Fundamental” e do “Coração e Alma” são exemplos inequívocas disso.

Ao longo de todo o livro o lírico exterioriza o seu sentimento afetivo em toda a linha. No poema “Tristeza da Vida” o autor retrata o percurso de vida de um campesino típico da ilha do Fogo, desde sua tenra idade, passando pela adolescência até se tornar num homem adulto, culto e maduro. Por exemplo os versos “Atalaia Zona Sossegada” e “Djon Funandi di Txada Maris” são manifestações de relações afetivas de saudades e de gratidão do poeta com a sua aldeia natal, “S. Filipe Cidade Formosa”, Mosteiros Terra Minha” e “Nostalgia de Um Poeta” é reforço desse mesmo sentimento com a sua ilha enquanto os poemas “Cabo Verde” e “América” dizem respeito ao seu país de origem e de acolhimento.

Nos carmes “Mãe”, “Coração Doce”, “Minha Rosa”, “Em Memória aos meus Pais” e muitos outros, o trovador assevera quão grande é o amor que lhe une à sua família, sem deixar de analisar de forma crítica e objetiva o contraste existente entre as belezas da vida neste mundo ilusório e hipócrita que vivemos.

O Nostalgia, no poema “Liberdade” convida os leitores a uma reflexão sobre tudo que os rodeia, deixando pistas evidentes de como relacionar com o próximo, de como combater a segregação racial, o xenofobismo, o radicalismo e aponta caminhos seguros a seguir.

Este livro faz um autorretrato analítica, histórica e generosa do percurso do poeta e o sonho de ser poeta. Escreve a sua origem, o seu crescimento, as autonomias e descobertas alcançadas, os seus amores e desamores, as suas conquistas.

No poema “Que Fazer? …Oh Meu Deus” o livro apresenta-nos o mundo de forma objetiva, mostrando as ameaças e as consequências que representa o ato humano. Porém deixa uma névoa de esperança a cada um de nós, caso formos consentâneas e ponderadas com as opiniões e decisões emitidas e tomadas.

Este livro apela ainda a reafirmação da fé do homem em Deus, na vida, na liberdade e na comodidade. Melhor na sobrevivência da humanidade.

A leitura do Nostalgia é obrigatória, ela transforma a nossa alma e muda o nosso olhar sobre o mundo.

André Monteiro Silva

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