A brisa do mar
Contagiava minha mente
Teu perfume no ar
Me tornava um adolescente
O sol lá no horizonte se punha
E na praia só as ondas vinham ao meu encontro
Enquanto na areia escrevia a nossa resenha
Que mais parecia uma peça de teatro
As ondas que beijavam a areia
Outrora testemunharam nosso primeiro beijo
Tinhas cabelos longos iguais aos de uma sereia
Nosso beijo tinha sentido e desejo
Os quilômetros da areia negra e molhada
O sol que aos poucas saía do palco
Aqueciam teus pés na areia mergulhada
Tudo era perfeito e romântico
Com areia molhada construíamos nosso castelo
O sol dava vida ao nosso jardim
Nossos sonhos caminhavam em paralelo
E encontravam em cada ponto até o fim
Essa praia escondida entre essas encostas
Tem gravadas histórias do nosso primeiro capítulo
No céu havia algumas gaivotas
Que voavam ora em forma de coração ora em círculo
Cada vez que volto para essa praia
Sinto que meu presente ficou no passado
Na minha cabeça passam filmes de fantasia
E quando dou conta, estou sozinho chorando
Parece que cada grão de areia permaneceu no mesmo lugar
Que o sol tinha o mesmo brilho
Que o teu perfume volátil nunca dissipou daquele ar
Mas quando não ti vejo, gotas de lagrimas caiam do meu olho
A resenha escrita no passado
Só ficou nas páginas da minha mente
Hoje estou aqui sentado
E você, aqui não está presente
As gaivotas fugiram assim que fomos embora
O tempo desligou e com ele parou a hora
Nesse tempo minha vida desandou
Porque no meu caminho o sol se apagou
Tempos depois descobri
Que aquele brilho não era do sol
Só podia ser teu, isso eu reconheci
Ausência dele cortou meu coração igual linha de cerol
Contigo queria estar
Igual às ondas e a areia
Com uma harmonia e sintonia milenar
Quer na turbulência quer na calmaria.
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