I CENA
Uma casa de pessoas de nível económico médio. Chiquinho já é um rapaz formado.
NHA CIDÁLIA – Chiquinho, estás em tua casa. Penso que Maria, tua mãe e Nha Júlia, tua avó têm-te dito que somos parentes. Minha avó era de S. Nicolau. E Eusébio é da tua terra, apesar de ter vindo criança para S. Vicente. (Mostra-lhe o retrato do marido) Este é o meu marido. Ele está na Argentina. Repara que Nuninha é a cara do pai. O nariz, então… e a boca?!… são de Eusébio.
NENÉ – Chiquinho, não me trouxeste nada? Dizem que em S. Nicolau tem bananas, mangas, goiabas de mundo.
NHA CIDÁLIA (para Nené) – Larga Chiquinho da mão! (Para Chiquinho) Não repares. Nené foi sempre assim ardigado [Agitado, vivo, espevitado]. Agora, então, está impossível. Mas deixa estar que o vou entoar. Vou mandá-lo para escola. Enquanto ele lá estiver não nos anda a apoquentar a vida. (Entra Alzira) Alzira, este é Chiquinho. Dizem que é rapaz esperto. (Para Chiquinho) Chiquinho, espero que tu farás muitas leituras a Alzira. Ela gosta muito de ler, mas Andrezinho não tem paciência, diz que não está para aturar coisa de outro tempo.
ANDREZINHO – Oh, rapaz, se tu dás muita trela, ganhas com certeza… uma escada no Céu. Isto é gente que podia ter nascido na Idade da Pedra. Mamãe, larga Chiquinho para eu mostrar-lhe a cidade.
NHA CIDÁLIA – Vais mostrar o quê? Falas de cidade, parece que isto é qualquer coisa de encher a boca. Miséria, Chiquinho, miséria é que vês por onde andares. Esta terra não está capaz.
ANDREZINHO – Mamãe, já sei que você vai acrescentar: «Antigamente não era assim, esta terra tinha vida, havia dinheiro etc., etc.». Deixe isso para depois. O que você poderá dizer é programa para nós, os novos. Chiquinho, deves ter muitos dados, vens de uma ilha característica, com o teor de vida que lhe dá fisionomia, não direi diferenciada, mas própria.
NHA CIDÁLIA – Andrezinho, deixa Chiquinho vir beber um pingo de café, depois vocês vão continuar a vossa conversa.
Chiquinho dirige-se à mesa, serve uma chávena de café e volta novamente para onde estava.
ANDREZINHO – Chiquinho, hei-de te apresentar um senhor a quem chamo de São Vicente escrito e escarrado. A sua história é a estória da ilha. Chama-se Zeca Araújo. Antigo negociante. Chegou a estar rico, ou quase. Pelo menos, considerava-se rico, o que vem a dar na mesma. Hoje vende pacotilhas para safar a vida. Ele sugere-me uma tese que te exporei com vagar.
CHIQUINHO – Podias já dizer. Ele parece-me interessante.
ANDREZINHO – Ainda não. Precisas fazer a habituação ao nosso clima em primeiro lugar. Temos agora um grupo. Rapazes do liceu, de quem aglutinei as vontades. Tenho a certeza de que farás parte do grupo. Vens precedido de boa fama, como aluno inteligente. A vontade, que é do que precisamos, forja-se na luta. (Nonó, Humberto e Alcides chegam ao mesmo tempo) Meus amigos, tenho imenso prazer de vos apresentar Chiquinho, que não só pelo facto de ser meu querido primo, com vossa permissão fará parte do nosso Grémio. (Todos fazem gesto de aprovação com a cabeça) Vocês não o conheciam, mas posso jurar de pés juntos que já sabiam da existência dele. É o tal aluno brilhante que estávamos a espera que chegasse de São Nicolau.
NONÓ (estende-lhe a mão) – Sejas bem-vindo, camarada. O meu nome é Nonó. Também não sou de cá. Sou filho da Boa Vista.
ANDREZINHO – Chiquinho, ele é o poeta lírico do grupo. Compõe mornas que não têm o sainete atrevido e saltitante das canções da sua terra. O seu toque de violão revela todos os segredos que Frank Beleza o tinha iniciado.
HUMBERTO (estende-lhe a mão também) – Eu sou Humberto Tavares. A tua companhia me agrada e espero que o Grémio enriqueça com a tua colaboração.
ANDREZINHO – Ele é especialista em questões sociais, Chiquinho.
ALCIDES (faz o mesmo) – Sou da Praia e chamo-me Alcides. Esperemos ver em ti, dentro do Grémio, como aquilo que ouvimos de ti como aluno.
ANDREZINHO – Chiquinho, este aqui é um cara-bonita, um ai-jesus das raparigas do liceu.
CHIQUINHO – Palavras me faltam para vos agradecer por esta tão honrosa recepção que espero vir justificar toda a minha força e dedicação para levar a bom termo essa iniciativa que peço autorização vossa para elogiar. Confidencio-vos, sinceramente que, as minhas forças serão insuficientes para acompanhar a rapidez da minha vontade. Mas, contudo, haver vamos.
Palmas. Alzira e Nuninha põem o jantar na mesa.
ALZIRA – Andrezinho, jantar já está na mesa.
ANDREZINHO (levanta-se, bate a cada um dos rapazes no ombro, fá-los levantar-se também) – Vamos rapazes. Vamos repor as energias porque senão…
Todos sentados à mesa a comer, ouve-se um monólogo imaginário na voz de Chiquinho.
CHIQUINHO [VOZ OFF] — «Tu és outra, diferente das labregas que eu tinha cobiçado no Caleijão. Calê Nina Zepa! Faltavam-lhe os modos estilados de Nuninha… (dá uma olhadela para Nuninha que desvia os olhos para o prato)… os seus sapatos-sandálias, tão elegantes, os seus olhos morridos, que fazem sonhar com cenas que não se fixam bem na minha imaginação. Nina Zepa, Pimpinha… (mais uma olhadela para Nuninha)… guardando vacas e pondo feixes de lenha à cabeça para irem vender na vila…»
NHA CIDÁLIA – Come, Chiquinho, não faças cerimónia. Olha que esta garoupa tem muito paladar.
ALZIRA – Chiquinho é muito fidalgo de comer.
Nené come com grande espalhafato, derramando comida sobre a toalha.
NHA CIDÁLIA – Nené, é para descarregador de cais que estais a fazer tirocínio?
CHIQUINHO [VOZ OFF] – «Coitadinho do irmãozinho da minha mais-que-tudo. Não importa. Ele não tem nenhuma Nuninha inundando-o com olhares de noite líquida».
Depois do comer, Humberto toca o violão e Nono canta uma morna.
MÚSICA
«Amor e sima pasadinha azul
Sentadu na rama di janboeru…
Olha-l, dixa-l kantâ, dixa-l buâ…
Si bo pega-l el ta txorâ,
Si bo dixa-l el ta kantâ
I di noti el ta nino-be bo sonu…
Amor é como um passarinho azul / Sentado no ramo de jamboeiro…
Olhas por ele, deixe-o cantar, deixe-o voar… / Se o apanhares ele chorará,
Se lhe deixares ele cantará / E à noite ele faz-te embalar num sono profundo…
Nuninha segreda Humberto aos ouvidos, Humberto dá gargalhada e Chiquinho fica com ciúme.
CHIQUINHO [VOZ OFF) – «Não se compreende porque é que Nuninha lhe dispensa tais atenções!… Ela, tão recolhida quando não havia ninguém de fora, é agora toda amabilidades, deferências, segredinhos ao ouvido que lhe faz rir em altos berros».
ANDREZINHO – Bem, camaradas, já é muito tarde, vamos parar a música e falarmos de coisas sérias: do programa do Grémio, do jornal que temos de publicar, os factores que condicionam o nosso caso. Olhem que já só se ouve o cricri dos grilos.
HUMBERTO – Eu acho que devemos, em primeiro lugar, definir as tarefas de cada um de nós. Ou melhor: indigitar uma pessoa responsável para o jornal.
NONÓ – Eu acho que o diretor do jornal deve ser o Andrezinho.
Todos aprovam com uma salva de palmas.
ANDREZINHO – Antes de terminar a nossa reunião quero felicitar-vos por me terem escolhido para o cargo de director do nosso jornal. Confio e acredito nos trabalhos dos meus caros redatores. Agora, só nos falta o consenso quanto ao título que vamos dar ao jornal. Humberto propôs que a nossa folha se intitulasse «Renovação – Jornal Irreverente da Mocidade».
CHIQUINHO – Acho que a designação é pretensiosa, embora com um conteúdo generoso de entusiasmo.
NONÓ – Não devemos ferir demasiadamente a suscetibilidade ronceira do público patrício. Sugiro que se intitula Folha Académica.
ANDREZINHO – Devemos dar uma nota premente das nossas necessidades, neste nosso primeiro número. Temos aqui matéria que baste. O homem é uma consequência das suas possibilidades económicas. Estão de acordo? (Todos concordam, fazendo sinal com cabeça) Portanto, entendo que devemos frisar o nosso condicionamento geográfico e económico. A província vivendo dos rendimentos do Porto Grande. A decadência de São Vicente. A falta de navegação. Por conseguinte, a depressão dos espíritos. O trabalhador não sente disposição para nada quando não vê coisa nenhuma para dar aos filhos. O seu objetivo imediato é o milho para a cachupa. Mas, por outro lado, focar a sua alegria de viver, as suas festas, o seu bom humor natural…
HUMBERTO – Eu entendo que devemos dar uma nota universal, que enquadremos o nosso caso nas aspirações que agitam o mundo. Precisamos sintonizar Cabo Verde com o Universo…
NONÓ – Eu acho que devemos cingir no sentido mais literário.
CHIQUINHO – Eu também concordo com esta proposta.
ANDREZINHO – Temos matéria abundante à nossa volta. Vocês precisam de abandonar motivos estranhos e dar, nos vossos poemas e contos, a nota da realidade ambiente.
NONÓ – Precisamos de escrever coisas que não pudessem ser escritas, por exemplo, na Patagónia… Não nos importa a Escandinávia com os seus fiordes. Interessa-nos o carvoeiro que não trabalha em São Vicente há muito tempo.
ANDREZINHO – JOSÉ CASTANHA, NEGOCIANTE DE BORDO, PASSANDO CONTRABANDO DE TABACO E CARNE DO NORTE PARA AGUENTAR A CRISE, é uma bela tese… No primeiro número do nosso jornal, devemos sublevar a ideia de um congresso cabo-verdiano. Reunir os representantes das ilhas num congresso aglutinante de vontades e aspirações. (Para Chiquinho) Sim, porque eu não sei o que se passa na tua terra, Chiquinho. Nem na dos outros. O congresso terá a vantagem de nos preparar uma troca de vistas.
ALCIDES – Mas onde, o congresso?
ANDREZINHO – Em São Vicente… tem a vantagem de depois se não dizer que trabalhamos sob sugestões vindas do Palácio. Para os estatutos podíamos adaptar o regulamento do Congresso da Índia. Tenho duas brochuras que me foram oferecidas pelo Dr. Brito.
HUMBERTO – Pronto. Então é só marcar a data para o primeiro número da Renovação.
NONÓ – Ainda temos que fixar a colaboração.
CHIQUINHO – Isto faz-se numa reunião especial.
ANDREZINHO – Chiquinho, tu, Alcides e Humberto ficam com a responsabilidade de negociar as condições em que a tipografia faz a impressão. (Todos concordam) Então vamos dormir porque amanhã há mais.
Separam-se.
II CENA
Nuninha aproxima-se do Chiquinho que está muito distraído.
NUNINHA – Hei! Estás a ler na lua, meu kretxeu?
CHIQUINHO – Oh! Desculpe. O meu professor de História já me advertiu que ando muito distraído. Ele disse-me: «Cuidado com o fim do período… esta espingarda (mostra a caneta) dá tiros sem fumo».
NUNINHA – Deves recatar-te, Chiquinho! Ele já te avisou.
CHIQUINHO – Mas, nada a ver. Quero lá saber do professor de História, com os seus contos de Merovíngios, Albigenses, gentes que nunca conheci!
NUNINHA – É precisamente isto a função da história: trazer-nos o cheiro, o calor e as recordações de outros tempos.
CHIQUINHO – O teu amor enche a minha capacidade imediata de viver. Vou-te escrever um poema. Um poema da minha autoria. «Meu pobre coração fez uma viagem / Para junto do teu…» mas este poema não vou lê-lo ao grupo.
NUNINHA – Não vais lê-lo, porquê?
CHIQUINHO – Falta-me coragem para submeter à apreciação de Andrezinho uma poesia feita ao meu amor pela irmã.
NUNINHA – Acho que não tem nada a ver.
CHIQUINHO – Isto é a única sombra na minha felicidade. Andrezinho, tão amigo, traído por mim!
NUNINHA – Traído porquê?
CHIQUINHO – É melhor nos disfarçarmos por enquanto… depois nos casaremos. Dói-me trair a confiança de Andrezinho.
NUNINHA (indignada) – Covarde! (Sai zangada. Chiquinho vai atrás e detêm-na. Ela encosta-se nele e beijam-se) Querido, peço a tua compreensão e que me desculpes. Andrezinho foi sempre lunático. Papai pergunta-lhe sempre se ele ainda anda na Lua…
CHIQUINHO – É claro que compreendo. Eu também não teria objeções a opor ao teu beijo aspirante, que me suga a alma. Apesar da indignação dos meus familiares em S. Nicolau.
NUNINHA – Indignação de quê, meu txutxu?
Chiquinho entrega Nuninha uma carta e ouve-se uma voz do fundo.
«Chiquinho:
Mantenha que nós todos mandamos. Meu filho, esta casa está numa tristeza com as médias que apanhaste no último trimestre. Ficamos todos tristes, e não sei que hei-de mandar dizer a António Manuel. Chiquinho, como perdeste a tua fama de bom aluno? Estuda, meu filho, não queremos que fiques lombando na enxada. Mamãe pensou na sua cabeça que talvez seja fraqueza. Mandamos ovos para beberes cru em jejuminho natural, porque dá sustância no corpo. Chiquinho, experimenta comer camoca com mel. Nina de Nha Zepa, quando esteve fraca, foi assim que pegou o corpo. Abença que te mando para Nossenhor te dar uma boa cabeça para prenda e para nos dares a consolança de um bom resultado no fim do ano. Lela e Nanduca estão bons, só com muitas saudades de mano Chiquinho. Abença que te manda da mamãe. Recomendação de todos amigos e conhecidos. Bênção da tua mãe muito amiga,
NUNINHA – Ela mandou-te beber «ovo cru em jejuminho natural» e «experimentar comer camoca com mel» para pegares o corpo.
CHIQUINHO – Pegar o corpo. Mamãe quer que eu pegue o corpo com ovos crus e camoca com mel. [VOZ OFF] «Foi assim que Nina Zepa pegou o corpo quando esteve fraca». (Para Nuninha) Eu não quero pegar o corpo, quero é pegar Nuninha. (Abraçam-se e beijam-se com ternura. Ouve-se novamente a VOZ OFF do Chiquinho) «Ela já passou ordem de despejo para todas as que em São Nicolau me têm iniciado na vida do amor. Quero casar com ela, gozar o seu abraço apertado, os seus beijos chupados, sem a preocupação de estar olho aqui, olho ali, a ver se outras pessoas estavam espiando. Quero ser o único médico para os seus desmaios amorosos. Mamãe, o seu filho está a tratar de dar-lhe a filha que lhe morreu. Nuninha vai substituir Nina, que se foi embora para nunca mais. Vou para Caleijão passear Nuninha, nós dois de braço dado... metendo inveja às Pimpinha, Tanha, Bibia, ao verem a mulher tão civilizada que eu peguei em São Vicente. Os sapatos-sandálias de Nuninha hão-de causar furor nos pés-no-chão, deformados pelo bichinho, das raparigas de S. Nicolau. Chico Zepa verá que Nuninha é bem mais estilada que as namoradas que ele põe no peito.»
NUNINHA (afastada do Chiquinho) – Chiquinho tenho que ir.
Sai a correr. Nono aproxima-se do Chiquinho.
NONÓ – Chiquinho, viste passarinho novo?
CHIQUINHO – Tu viste-me?
NONÓ – Tu estavas tão ansioso, que eu passei encostado a ti e não me viste. E eu vi tudo. Vocês colaram-se um ao outro numa eternidade de segundos. Ela tinha a cabeça derrubada para trás, os olhos pasmados… só se lhes via o branco.
CHIQUINHO – Saí com a sensação humilhante de não ter sabido saborear o beijo completo que ela me ofereceu. Sabes, eu venho de São Nicolau, habituado ao amor bruto do dedo mindinho estortegado até obter sim.
NONÓ – Cuidado, moço, olha que parece-me que Nuninha sabe mais que tu.
CHIQUINHO – Não se trata de saber, trata-se de querer.
NONÓ – Não me estás a entender.
CHIQUINHO – Então explica-te.
NONÓ – E se amanhã fores obrigado a casar-te?
CHIQUINHO – Pode ser que eu venha casar com Nuninha. Quem sabe?
NONÓ – Sim, mas eu digo casar à força, com justiça… Nuninha é lume, Chiquinho.
CHIQUINHO – Não vale a pena insinuar. Nuninha está a gostar de mim e, isto é que vale. Todo o resto não conta.
NONÓ – Então, tudo bem. Já não está cá quem falou.
Dá-lhe uma palmadinha nos ombros e sai.
III CENA
Uma rapariga passa perto de um rapaz.
RAPAZ – Psiu…
RAPARIGA – Larga-me da mão…
RAPAZ – Vamos!
RAPARIGA – Eu não! Vocês do liceu são muito abusados, não pagam…
RAPAZ – Juro que pago…
RAPARIGA – Deixa-me ver o dinheiro.
RAPAZ – Tu és novinha demais.
RAPAZ – Quem te desonrou.
RAPARIGA – Foi o Sr. Carlos Gomes.
RAPAZ – O negócio está a dar alguma coisa?
RAPARIGA – Não sei. Quem recebe por mim é Armanda. Ela só nos dá de comer duas vezes por dia e um colchão de coco de milho onde nos dormimos.
RAPAZ – Armanda tem mais mocratas em casa dela?
RAPARIGA – Tem! Ainda há poucos dias, Nha Marilisa levou-lhe uma pequena chamada Lucinda, e foi logo vendida a sua honra por cem escudos ao comerciante Joaquim Silva.
RAPAZ – Vocês não conseguem safar sozinhas?
RAPARIGA – Nem pensar. Isto de mocrata não está render. Os bons fregueses escasseiam. Falta de dinheiro. Até os polícias também estão abusados. Querem tudo de graça, senão põe-nos com a caderneta na mão, o que é uma desgraça. Todos fogem de menina de caderneta. (Ouve-se passos) Deve ser polícia. Fujamos.
Fogem os dois.
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