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Estórias e Comportamentos dos Bichos 2
Cultura

Estórias e Comportamentos dos Bichos 2

CAPÍTULO PRIMEIRO

ASSEMBLEIA INTERNACIONAL DOS BICHOS UNIDOS

(Segunda parte)

Mesmo depois da leitura do relatório e da apresentação do resumo da ata do ano transato pelo novo Secretário indigitado, a celeuma persistiu no hemiciclo. Os adeptos da Aranha e do Kutubenben insurgiram-se contra a tal medida e acusaram a Mosca e o Pombo de assalto ao poder e de lhes terem dado o caço-bode. Advogaram que a constituição da mesa deveria ser por via de eleições livres, transparentes e bichocráticas, e não por indigitação como fez o Leão. Mas o Leão sabia que se fizesse a votação não iria haver unanimidade, nem maioria qualificada, e que corria sérios riscos de os Bichos que tivessem menos votos coligassem e usurpassem o poder por via da soma de menorias relativas. Por isso, o Leão ditou e fez-se valer a sua irrepreensível autoridade equanto chefe. E, aparentemente sanadas as divergências, o Majestade começou por analisar os processos e as queixas que lá haviam, separando-os um a um e colocando-os sobre a mesa à sua frente. A maioria das queixas era, sobretudo, contra as Pulgas. O mundo inteiro se queixava das suas pérfidas e dolorosas ferroadas. Os Homens-Bichos então… os que moravam lá fora… não se coibiam de acusa-las de entrarem e esconderem-se no interior da florinha ou da palha-de-milho com que enchem os colchões, bem como nas pregas dos cobertores e nas gretas de kankaran, [estrado feito de carriço, sobre o qual se coloca o colchão numa cama] das esteiras ou da cama pé-de-bode [tipo de cama toscamente construída], comboiadas dos tios Percevejos e, à noite, tomar-lhes conta do couro. Acusavam-nos de gatunice, pouca seriedade e diminuta delicadeza.

A palavra gatunice não lá foi muito ao agrado do representante dos Gatos, facto que provocou alguma algazarra entre ele e o deputado Homem-Bicho que, até então, eram amigos fiéis e inseparáveis, unidos na luta contra as grandes ratarias ou piratarias dos Homens-Bichos que ostentam colarinhos brancos, detentores do saco da cor do mar ou, de forma abreviada, o Saco Azul. Tinham ambos, por missão, caçar os malditos Ratos, com os mesmos propósitos e intenções de acabar de vez com ratonices que alastravam e proliferavam por tudo quanto era lado, assolando, principalmente, as gavetas das secretarias e os cofres públicos que acomodavam nos cantos dos gabinetes. O mandatário dos Gatos constatou que, amiúde, ele e os seus representados vinham sendo difamados pelos Homens-Bichos que, até a instantes, os tinham como amigos do peito, amigos da vanguarda, o braço direito no processo de desratização do sistema político/administrativo/judicial do Estado ou, nos Ministérios, nas Secretarias de Estado, nos PCAs das Empresas Públicas, nas Câmaras Municipais e nas Instituições Judiciais. Anunciou, por isso, uma greve de fome por tempo indeterminado, ameaçando paralisar a caça aos Ratos, em protesto de vingança pela ingratidão do seu ex-estimado dípode, caso este não se retratasse, ajoelhando-se e chorasse às suas patas, pedindo desculpas e anunciasse perante o mundo, que ele e as Pulgas não eram colegas. O deputado Homem-Bicho ficou nervoso, estarrecido e quase esquizofrénico com a despropositada ameaça do deputado Gato. Anunciou também, solicitar ao Leão que decretasse uma requisição civil, caso a ameaça dos Gatos fosse levada a sério e fosse para além de promessa. O deputado Gato reagiu imediatamente, dizendo que seria inconstitucional, deselegante e atentatório para a bichocracia [Poder dos bichos. Equivalente a democracia], se acionassem a requisição civil nas circunstâncias que se preconizavam, isto é, obstando-os de exercer um direito fundamental e instituído constitucionalmente. Mas o representante dos Homens-Bichos advogou que seria um perigo inconsequente, deixar os Ratos, as ratazanas, os Dengos [Ratitos] e Dongoles [Ratos de tamanho médio] soltos, vagabundeando por aí, sem qualquer policiamento, particularmente nos gabinetes, por entre cofres e gavetas das secretárias.

Todos ficaram a aguardar pela resposta do Leão com uma deleitosa expetativa. Mas o que se lia naquele par de olhos do felino-maior era uma nítida e perfeita preocupação. Ele podia ser tudo menos um palerma ou suicida idiota. Bem vistas as coisas, não era ele o patrão e senhor de todos os Ratos, Ratitos e Ratazanas? Chefe e dono de todos os gabinetes, dos cofres e das chaves que abriam as gavetas das secretárias? Então para quê decretar requisição civil para obrigar os Gatos a assegurarem os serviços mínimos em que ele corria o risco de ser o primeiro engatado? Nem pensar! Mas ele tinha que fazer qualquer coisa, ou melhor, tinha que dizer algo que salvaguardasse a sua régia ocupação. Então, que podia ele fazer? A sua memória não podia ser beliscada nem maculada por uma miserável quezília engendrada por um liliputiano Gato. Entretanto, praticamente encostado à parede, devido à natureza pública da ameaça do deputado Gato e da proposta do mandatário dos Homens-Bichos, ele não tinha outra possibilidade senão usar a sua mente astuta e subtil, que, por hábito, trazia sempre ao de cima para aplicar o plano B encapotado no seu desapiedado egoísmo. Silenciou-se por um instante e deixou que os seus candentes olhos fitassem cada um dos pares de olhos que o olhavam. E, por fim, pronunciou-se:

– Decreto a requisição civil proposta pelo deputado Homem-Bicho, numa fase experimental ou, como experiência piloto, pelo período de 7 anos, nestes devidos termos:

  1. Os Ratos não podem ficar a vagabundear livremente, fazendo e desfazendo, dando caço-bode aos respeitáveis contribuintes;
  2. Cem por cento dos Gatos estão obrigados a assegurar os serviços mínimos;
  3. Os serviços mínimos configuram-se na caça apenas aos Ratos dos gabinetes que usam fato e gravata;
  4. Tal medida é aplicada em todos os países, à exceção de Angola que só entrará em vigor daqui a 7 anos;
  5. O presente Decreto entrará em vigor, 24h00 após a minha chegada à Angola.

Acabou o Leão, equacionando o problema, pondo água na fervura para serenar a exaltação e abrandar a cólera que dominava o representante dos Bichanos. Mas o Leão viera já de Angola com o seu bilhete de ida e volta, o que dá para perceber os contornos da sua decisão exarada nas alíneas d) e e) do supracitado Decreto-Lei. Ele tinha 7 anos de idade e, por norma, a sua longevidade situa-se entre 10 e 14 anos, vivendo na natureza selvagem e, até 30 anos em cativeiro. Como era angolano e vivia no ambiente selvagem lá pelas matas do Namibe, o período estabelecido para começar a vigorar a presente lei em Angola, o larápio já estaria a chamuscar, ou mesmo todo chamuscado nas labaredas do Inferno.

Prosseguindo com a leitura do relatório que fora interrompida a quando da desavença entre o deputado Homem-Bicho e o escolhido dos Gatos, Leão rugiu em como as Pulgas vinham acusadas de morder os Homens-Bichos nos flancos e no toutiço, não os deixando dormir uma pitada do doce sono. O eleito dos Cães, um Pitbull norte-americano, com uma cara feia e de tal forma pervertida que dava a sensação de que era um contentor onde toda a fealdade do mundo havia sido depositada, estava lá todo pimpão, estendido sobre a soleira da porta, com olhos arregalados e fixos no deputado Macaco que se achava não muito distante dele, sentado, mas nada distraído. O deputado Macaco tinha igualmente os olhos esbugalhados, pronto para fugir perante qualquer eventualidade. E como se tivesse sido destacado para policiar a sala, o deputado dos canídeos ladrantes, levantou-se altivamente, sacudiu o robusto corpo e dos seus densos pelos caíram Pulgas que dariam para encher mais do que quatro balaios grandes. Indiscriminadamente caíram Pulgas-machos e Pulgas-fêmeas, ficaram assim reforçadas e ratificadas as acusações contra o deputado das Pulgas.

Mas o deputado Cão ainda não sabia o que estava armado contra ele e seus delegados, nem imaginara que a sua mesa já tinha sido estendida e muito bem estendida. Levantou-se e pediu a palavra. E o Leão, mesmo sabendo que ia envolver-se em encrencas, que ia ouvir as algazarras do Cão deputado, avisou-o na mesma:

– O deputado Cão também não está em bons lençóis. Há muitas queixas contra ti e os teus representados.

E num tom deprimente esse eleito ladrou e bateu com a pata esquerda dianteira no peito:

– Você tem muitas queixas contra mim? Contra este senhor EU? Contra este deputado Pitbull?!

O Leão abanou a cabeça afirmativamente e complementou:

– Contra esse senhor Cão que está ali, um pouco à frente de mim, e toda a sua corjada.

– E já agora, posso saber do quê? Ou porquê?

O Vicente levantou a mão, pediu a palavra e foi-lhe concedida:

– O deputado Pitbull estará a querer dizer que todas as informações que temos contra ele são fock news?

O deputado norte americano interrompeu o colega Vicente com absoluta estranhesa:

Fock news?! Essa palavra não se deve dizer a toa e nem em qualque lugar, mister deputado Vicente.

– E por que não? – interrogou Leão com a mesma estranheza. – Fock news agora está na moda. Até nos outros parlamentos é a palavra que mais se ouve!

– Não é fock news – vai explicar Pitubull. – É fack news que significa «notícias falsas, boatos». Fock news é palavrão. Quer dizer: «novo ato de fazer menino».

O Vicente, o Leão e toda a sala ficaram perplexos. Não sabiam que o significado da palavra inglesa «fock» era fazer amor ou sexo. O deputado Vicente baixou as orelhas, os restantes entreolharam-se e o Leão deixou escapulir um sorrisinho sem muita graça e continuou:

– Ok. Ficamos agora a saber como se diz. Mas, os condutores de Hiace, de Hilux e de Dina, sendo este, desde o modelo 100 ao modelo 350, estão revoltados e vos acusam de que sempre que passam por vós, vocês correm atrás deles como se eles fossem algum Thug. Podes explicar por que fazem essa ignominiosa ação?

– Porque não são sérios. São todos macacos!

Nervoso e completamente hidrófobo, o deputado Macaco chamou a atenção e reprimiu a conduta despudorada ao deputado de uma das famílias de canídeos, seu figadal inimigo. E fê-lo saber que não lhe admitia que continuasse a mencionar o seu nome e o da sua família daquela forma vã, gratuita e abjeta, ainda por cima, com aquela sua feiosca [Muito feia; exageradamente feia] boca.

– Ouve cá, senhor filho de Cadela; cava no teu renque, come com a tua colher e faz xixi no teu penico. Mete-te na tua vida ou na vida de quem te incomoda! Não menciones nunca mais o meu nome e o dos meus representados nessa tua boca feia. Está entendido? Ou então, faz-me o favor de meter um freio nesta tua língua comprida.

– Estás maluco, ou tens o quê na cabeça? Eu falei contigo? – repreendeu-o o deputado Macaco.

– Falaste, falaste. Não disseste que os condutores são macacos?

– Desconfiado é tudo ladrão.

– Nunca ouviste dizer que quem não deve, não teme? – interferiu Leão.

– Eu não estou a tremer.

– Não foi tremer que eu disse – retificou Leão. – Eu disse: temer.

– Eu não temo porque sei que não devo. Mas eu é que sei de mim. Os outros não sabem! E sei que todos vão acreditar neste filo de cahorra.

– Lá isso é verdade – sentenciou deputado Pavão de asas coloridas. – O deputado Macaco tem toda a razão. A maldade é mais veloz do que a razão. Anda à mesma velocidade do que a mentira. Por isso que quando caem espatifam-se todo. O Mal suplanta o Bem e a Mentira sufoca sempre a Verdade. Para se acreditar no Mal não carece de nenhum inquérito. Mas para se admitir o Bem várias testemunhas serão torturadas, muitas vezes submetidas a supérfluas investigações.

– Eu compreendo o teu desespero, deputado Cão – disse Leão.

– Mas eu falei foi do condutor que ficou com o meu troco. Ele é Macaco!

Justificou Pitbull, enquanto o deputado Homem-Bicho atirava com gasolina à fogueira:

– Macaco condutor?! Só se for de carro de arame ou de lata! Ou aquele volante que Vavá doido fazia de carro e percorria a pé, desde Praia a Assomada.

Perante essa sarcástica injúria, a Macaca, deste plateia, não ficou indiferente.

– E tu serias o nosso ajudante ou colador de pneus. Pelintra!

Um murmurejo um pouco cómico emanou de um recanto escuro. O deputado Rato não queria se identificar, nem queria que lhe vissem os olhos que estavam disformes, por ter sido apanhado numa emboscada, com a boca na botija, ou melhor, com a botija na boca e levado uma grande surra.

– Os Macacos são ladrões e ainda por cima são runhos! [Maus, perversos].

– Somos runhos? Tens provas? – desafiou o eleito Macaco num timbre bastante altivo – Diz, pelo menos, uma única maldade que te fizemos.

– Entram nas hortas, roubam, comem e estragam o resto. Não fazem com o Corvo que diz que vai tirar 4 e assim o faz. Ou a Galinha-do-Mato que se diz fraca, vai só encher o papo e vai embora. Repara que ela avisa primeiro: Estou fraca, estou fraca, estou fraca…, mas vocês não! Vocês são um bom daninho… quer dizer, um mau daninho!

– Não venhas fazer gracejos com as tuas anedotas sem piada. Quem é daninho é o Rato?

Contrariou o eleito Macaco, deixando o deputado Rato tão fulo que até se esqueceu, por instantes, do perigo que o espreitava. Este escoou do buraco onde estava agachado, não só por causa do acidente de há instantes, mas também para se proteger do deputado Gato, e respondeu com veemência às injúrias do deputado Macaco. Mas ao aperceber-se que, por perto, estava o inimigo, deu meia volta e rapidamente regressou ao aconchego de onde saíra. E lá ficou como se não tivesse acontecido nada. Todos se riram do seu covarde comportamento. Sabiam que os Ratos eram useiros e vezeiros em disfarces e camuflagens para encobrirem as suas criminosas ações. À medida que mordem as suas vítimas, vão-lhes aplicando os analgésicos assopros na ferida.

Perante a iminência do duelo entre os deputados Gato e Rato, que felizmente acabou frustrado, lá fora e à porta do hemiciclo estava um Cão Pastor Alemão, como se quisesse desafiar o deputado Pitbull, quiçá, por lhe ter enrabichado a amada Cadelinha, uma Dálmata bela e charmosa, na pretérita noite. Embora a Dálmata seja muito inteligente, ela é dócil que facilmente se pode confundir que com um piscar de olho poder-se-á adestrá-la para a arte da deusa Afrodite. O Cão Pastor deu uma breve mirada no interior do Curralona e viu o seu comborço e deputado das terras do tio Sam, que embora muito feio, possuía dólares em proporção à sua fealdade. Acendeu-lhe mais a fúria e, com o ciúme de imaginar a sua Dálmata da cor da pureza a aceitar peitas de valiosas prendas e avultadas quantias em dólares do seu utópico rival, o deputado Pitbull, tornou-se leviano e quase esquizofrénico. Emproou os ombros, acompridou a cauda e abanou-a, a pretexto de o convidar para uma desforra renhida. Retesou as orelhas, esticou as duas patas traseiras em oposição às duas dianteiras e espreguiçou-se.

Nesse instante, um puto que vinha do Kobon [Achada ou descampado onde se faz as necessidades; fundo, ribeira ou vale] e vinha a passar à porta do hemiciclo, ficou perplexo, como é óbvio. Os Homens-Bichos que lá se encontravam a assistir à plenária, sem direito a votos ou a opinar sobre qualquer decisão, pareciam olhar lá fora como se de propósito em sua direção. Efetivamente, estavam a olhar para o Cachorro que acabara de dar um show sobre a soleira da porta que permitia o acesso ao descampado de onde vinha o puto a subir as calças depois de uma cagada.

Uma nonagenária, viúva por sinal, já que vestia toda de preto da cabeça aos pés, elevou subitamente as mãos à cabeça, esbugalhou os olhos, abriu a boca estarrecida e bramiu:

– Jesus-Maria! Santa Bárbara Generosa, meu Deus! Tenha a compaixão do coitado e dê-lhe um bom canto na glória. O Cachorro acabou de medir sepultura para o seu dono!

E em uníssono e de viva voz, todos os espetadores exclamaram:

– O quê?! O seu dono vai morrer?!… Vai bater as caçoletas?!

E num discurso patético, a nonagenária confirmou com relutante certeza:

– Disso podem ter a certeza. Daqui a 3 dias o dono dele vai morrer! Vai para o Hades, a morada dos mortos, onde um dia todos jazemos debaixo da terra que pisamos, muitas vezes com desaforo e infelizmente por breves instantes.

Daqueles olhares coscuvilheiros se podia ler e deduzir que as criaturas que interagiam com a nonagenária, referiam-se ao trio: Cão, puto e o avô deste. E o puto, hirto na rua, em frente à porta do hemiciclo onde decorria o congresso, reagiu com uma postura deselegante, a priori, censurável. Ele não dominava as tradições nem a cultura, muito menos conhecia certas crendices. Ficou fulo perante tantos olhares que, na ótica dele o fulminavam sem piedade e sem razão. Pensou que estavam a olhar para ele e a dizer que o seu avô iria morrer dentro de três dias, sensivelmente. E pôs-se a descompor a todos, sem pejo ou pudor. Dita numa só palavra, sem olhar para o lado:

– Tirem a boca do meu «dono». Nada lhe irá acontecer! Ordinárias! Ele incomoda-vos?!

Uma devota que habitualmente lia catecismo todos os dias, rezava o terço várias vezes ao dia e não faltava à missa por nada deste mundo, nem um domingo, pensou que o Cão pertencia ao «avô» do puto. Virou-se para ele e, num tom beato e pacificador, disse-lhe numa expressão patética, incapaz de não dissuadir os mais apáticos corações:

– Meu filho, quando o Cão esticar as patas e arrastar a barriga, está a medir a sepultura onde o seu dono vai ser enterrado. Sendo neto, vais vestir de luto de certeza.

Pode-se depreender que nem a devota beata, nem o ignorante puto conseguiram descodificar o significado linguístico-cabo-verdiano da palavra «dono». Se se referia ao «dono» enquanto proprietário do Cão, ou ao «dono» avô do puto. E este reagiu de novo com a mais austera ferocidade:

– O meu dono não vai morrer. Então quem vai morrer é a senhora ou a mãe da senhora que é uma bruxa, velha e imprestável. Que o Cão meça o chão que quiser, mas o meu «dono», para o vosso desgosto, vai morrer velho e de bengala na mão. E vocês agora é que vão morrer de inveja, por não conseguirem ver consumado o vosso maldoso intento.

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