A consagrada actriz Viola Davis, vencedora de um Óscar da Academia americana por sua actuação em ‘Doubt’, com Meryl Streep, esteve no Brasil a promover o seu novo filme 'Woman King' e falou do seu passado e mencionou a sua infância sofrida, pelas mãos de um cabo-verdiano. “Com certeza ele me atormentou muito”.
A revelação aconteceu durante uma conversa com o prestigiado apresentador brasileiro Pedro Bial “Conversa com Bial”, da Rede Globo, que foi para o ar no passado sábado. Viola Davis, considerada pela revista Time uma das 100 pessoas mais influentes do mundo, vencedora de inúmeros prémios e interpretações marcantes como em ‘How To Get Away With a Murder’ (Como se livrar de um assassino) relembrou primeiro quando sofreu racismo de uma brasileira, dona do apartamento onde morava nos Estados Unidos.
“Sim, ela era brasileira. Foi meu primeiro apartamento depois que saí da faculdade. Era um lindo apartamento que eu dividia com um amigo. E a dona, quando descobriu que eu dividia um apartamento com essa moça, ficou furiosa”, relatou Viola.
A actriz continua a sua explicação relembrando o tratamento recebido pela mulher. “Ela dizia que não gostava de preto, não confiava neles... Então eu não podia receber nenhum dos meus sobrinhos, não podia receber visitas. Nem meus pais. Eu certamente não poderia ter nenhum namorado, se eu tivesse um. E, toda vez que ela me via esperando o autocarro, ela achava que eu era uma prostituta”.
Questionada por Pedro Bial se o som da língua portuguesa a fazia recordar coisas não muito boas da sua infância, a actriz respondeu que viveu coisas muito boas e não tão agradáveis quando era criança. E isso estava relacionado com um rapaz que era seu colega de escola quando crianças. E era cabo-verdiano.
“Eu acho que você provavelmente está a se referir à minha primeira memória. De um menino que me perseguiu depois da escola e ele era de Cabo Verde. São negros e portugueses. As pessoas não entendem a diferença de raça e etnia. Ele adoptou um tipo de mentalidade que não queria ser associado aos afro-americanos. Ele achava que eles tinham um status inferior. Então tenho lembranças muito fortes dos cabo-verdianos, com certeza ele me atormentou muito”, relatou a actriz.
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