A ti
Cultura

A ti

das tuas lágrimas ordenho o sabor do teu perfume

da ressequida e profundeza do poço minguante

do lodo alcatrão saltita a ânsia de beijar-te

mesmo que o pássaro sangra pelas asas livres gotas de dor

abro a porta da cozinha de chaminé

na madrugada cinzenta de janeiro o homem-sol

espreita por entre pedras da parede negra esfumaçada

pintadas à mão

cheiro o fumo do perfume do teu amor vindo

da aurora renascente e desaguante

da maré baixa das pequenas ondas da praia de calheta

ouço a tua fina voz acariciando as areias solteiras

que todas as noites dormem como esbelta cama esperando o teu abraço

Partilhe esta notícia

SOBRE O AUTOR

Redação

    Comentários

    • Este artigo ainda não tem comentário. Seja o primeiro a comentar!

    Comentar

    Os comentários publicados são da inteira responsabilidade do utilizador que os escreve. Para garantir um espaço saudável e transparente, é necessário estar identificado.
    O Santiago Magazine é de todos, mas cada um deve assumir a responsabilidade pelo que partilha. Dê a sua opinião, mas dê também a cara.
    Inicie sessão ou registe-se para comentar.