Treze de janeiro, rir ou chorar?!
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Treze de janeiro, rir ou chorar?!

São muitos os motivos para os cabo-verdianos chorarem, portanto meu caro amigo, comemorar 13 de janeiro é uma fantochada!

        i.            Treze de janeiro, rir ou chorar?! Muitos são os motivos para os cabo-verdianos chorarem,  a começar pela pobreza extrema, mais ou menos 40 mil cabo-verdianos enfrentam a dificuldade de ter o que comer diariamente, os hospitais continuam a prover uma medicina primitiva, culpa dos que gerem os recursos públicos deste país e não dos profissionais de saúde, que, apesar das limitações, fazem o que podem para salvar as vidas;

      ii.            Treze de janeiro, rir ou chorar?! No campo da habitação, a especulação imobiliária que tem no seu bojo a máfia dos terrenos, tem criado guetos habitacionais, o que configura uma discriminação social, uns tem terrenos para dar e vender, outros são obrigados a fazerem as suas habitações nas encosta e nas ribeiras. Na gestão dos solos em Cabo Verde, ontem Fernando Sousa e os representantes pelejaram a propriedade de quase toda a cidade da Praia e áreas circundantes, hoje Almeida Henriques peleja a propriedade de Santa Cruz, amanhã os familiares de Diogo Gomes e António da Noli pelejarão a propriedade das dez ilhas do arquipélago!  

    iii.            Treze de janeiro, rir ou chorar?! Na Administração Publica, a tal igualdade de oportunidade e a promoção do mérito e da cultura de trabalho foram mandados para o caixote de lixo e o que vale é a militancia partidária, com prejuizos evidentes para o Estado, que está privado de ter agentes competentes, e para a sociedade que é servida pelos agentes promovidos com base no “PRINCIPIO DE PETER”atraves do qual há uma competição para a incompetencia, ou seja quanto mais incompetente é o funcionário, mais ele sobe na escada da hierarquia da administração publica. Quase 50 anos de estado soberano, assim vai a nossa Administração Pública.

    iv.            Treze de janeiro, rir ou chorar?! Muita coisa ficou por dizer e escrever, mas vou incidir sobre a democracia propriamente dita e os seus pressupostos:

A.                    QUANTO À IMPRENSA, uma imprensa capturada pelo ditador Ulisses Correia e Silva, que apenas veicula a visão do ditador, negando o direito do contraditório ao cidadão. Quer factos?!! Afastamento do Antonio Espirito Santo do painel de comentários das notícias da semana na TCV; ausência de debates nos órgãos públicos da comunicação social; ausência dos comentários nos órgãos da comunicação social de todas e quaisquer acções do governo; o nosso ditador não deixa!!!

B.                      QUANTO À JUSTIÇA, uma justiça que navega por águas turbulentas - casos Alex Sab &.Amadeu Oliveira são sintomas de que a justiça em Cabo Verde não é a justiça de um país democrático e sim de uma ditadura feroz escondida atrás de um regime democrático; uma justiça morosa que não está alinhada com os ditames de um estado de direito democrático, um estado de 500.000 habitantes e mais de 20.000 processos pendentes na justiça, ou seja 4% da população está à espera que o seu caso escape à prescrição, uma afronta!

C.                     QUANTO À SEPARAÇÃO DOS PODERES, a separação dos poderes é uma fantasia em Cabo Verde, o detentor do poder absoluto é o ditador Ulisses Correia e Silva, que tem o poder de nomear as principais figuras do poder judicial e, ao mesmo tempo, condicionar o poder legislativo, portanto a separação dos poderes em Cabo Verde é ainda algo por acontecer;

D.                    ELEIÇÕES LIVRES E TRANSPARENTES - eleições livres é uma anedota, perguntem à CNE quantas denúncias de crimes eleitorais cometidos por alguns dos atuais governantes estão engavetados na justiça, esperando o tempo da prescrição, o condicionamento do voto é evidente, quer através da compra do voto, quer através dos cargos vendidos na Administração Pública, em troca da participação ativa nas campanhas eleitorais e mais ações tendentes a condicionar o voto popular!

Enfim, treze de janeiro, rir ou chorar?! São muitos os motivos para os cabo-verdianos chorarem, portanto meu caro amigo, comemorar 13 de janeiro é uma fantochada!

Cidade da Praia, 11 de janeiro de 2024.

Amândio Barbosa Vicente

 

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