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Quando todos nos abandonam
Colunista

Quando todos nos abandonam

O tempo presente é exigente. Eis a razão porque há tantos problemas ao nível da saúde mental. Justamente, porque o abandono e a ausência de um companheiro sincero somam um pacote detonador da realidade existencial. A espiritualidade nos dias de hoje vem crescendo como um fator de força e necessidade real. O ser humano não terá como superar e suportar a ausência e a falta de um relacionamento sincero sem o incremento de alguma "força", que vá além do aparato material e poder económico.

A sensação e as circunstâncias que vivemos ou enfrentamos nos dias de hoje ou em alguma fase da nossa vida, é de um total abandono da parte dos que esperávamos ou poderíamos contar com aquela boa lealdade e permanente amizade. Entram nessa lista, famílias, amigos e colegas de trabalho. Em alguma fase crucial da nossa vida percebemos que ninguém está ao nosso lado. Que alguma mudança deverá acontecer em nossa mente e que a ilusão deverá ser vencida. A sombra do abandono e a solidão assumem a dianteira, nos deixando quase sem nenhuma base de amparo e aconchego.

Infelizmente, o tempo que vivemos hoje, sinaliza de fato essa triste realidade. O tempo mais sombrio em termos de companheiro e sincera solidariedade, é o que vivemos hoje. Quase sempre nos deparamos com o sentimento que na realidade estamos sem ninguém ao nosso lado e que na verdade temos que aprender a caminhar sozinhos.

Saliento, nunca na história o ser humano foi obrigado a viver sozinho e com alguma força interna como nos dias hoje. Temos que aprender a fortalecer o nosso lado psicoafectivo, espiritual e social. Quem padece da dependência excessiva dos outros nos dias de hoje terá complicações acrescidas ao nível emocional e psíquico.

O tempo presente é exigente. Eis a razão porque há tantos problemas ao nível da saúde mental. Justamente, porque o abandono e a ausência de um companheiro sincero somam um pacote detonador da realidade existencial. A espiritualidade nos dias de hoje vem crescendo como um fator de força e necessidade real. O ser humano não terá como superar e suportar a ausência e a falta de um relacionamento sincero sem o incremento de alguma "força", que vá além do aparato material e poder económico.

O mundo atravessa um tempo difícil para não dizer, sombrio. Os sinais estão patentes aos nossos olhos. A denominada "nova ordem mundial", que veste a roupagem de um poder tríplice:  político, religioso e económico. Tal ordem, já está sendo programada e articulada como um fator primordial. Supostamente para melhorar a situação mundial. Que, na verdade, o cerne do substrato de tudo, será certamente um evento que trará novidades da qual a sociedade irá se surpreender. Parece que voltaremos ao tempo da "consciência universal", preconizada a partir do ano 312 d.C.

Não pretendo aprofundar nessa questão, contudo sugiro que quem estiver interessado, que aprofunde, refletindo e exercendo o espírito crítico. Cada vez mais, o homem se sente fechado num mundo solitário, e como tal, o senso de abandono se torna cada vez mais uma realidade. Restará um auto despertar sincero em cada ser humano e da sociedade. Sob pena de vivermos uma crise existencial jamais vista em toda a existência humana.

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SOBRE O AUTOR

Lino Magno

Teólogo, pastor, cronista e colunista de Santiago Magazine