Comparar o montante exigido pelos PROFESSORES, para a dignificação da classe, com o montante necessário para a construção de um novo hospital nacional na Praia é, no mínimo, infeliz e reveladora do desconhecimento do valor potencial dos PROFESSORES para a CONSTRUÇÃO de um País. Este é, simplesmente, incalculável, seja para a Saúde, seja para a Economia, seja para a Segurança, seja para a Civilidade, etc., etc.
1. O mundo inteiro vem tomando consciência de que é na Educação que se joga o progresso futuro de um país.
2. Em 1997, quando o Tony Blair assumiu as funções do Primeiro-Ministro no Reino Unido, assumiu liderar a governação com três prioridades em vista: Education, Education and more Education. Com essa decisão, ele colocou a Educação no centro de todas as políticas governamentais.
3. A Finlândia, ainda nos anos 70, era um dos países mais pobres da Europa, mas hoje é dos mais desenvolvidos e tem ocupado primeiro lugar nos rankings da qualidade da Educação e, também, tem ocupado primeiro lugar no Índice Mundial da FELICIDADE.
3. Na Coreia do Sul, nos anos 50, a miséria era tanta e a população morria de fome. O seu PIB per capita, era próximo ao de Cabo Verde, 158 dólares norte-americanos. Hoje, é um dos mais desenvolvidos e mais avançados tecnologicamente. É dona das marcas: HYUNDAI, KIA, DAEWOO, SAMSUNG, LG, etc.
4. Singapura é um país que, nos anos 60, a sua pobre economia, de então, era baseada na pesca artesanal e a sua população multiétnica padecia do mau vício do consumo do ópio, o que fazia dele parecer um país pouco viável, hoje, é um dos mais ricos do mundo.
5. Aquando da nossa independência, nos anos 70, o nosso PIB per capita era muito semelhante aos das Maurícias, Seicheles, Coreia do Sul e Singapura. Todos rondavam entre 180 a 400 dólares norte-americanos. Hoje, Singapura possui um PIB per capita de mais de 80.000 USD; Coreia do Sul mais de 30.000, as Maurícias quase 27.000 e Seicheles mais do quadruplo do de Cabo Verde (pouco mais de 3.000 dólares). São todos, ditos países desprovidos de recursos naturais, tal como Cabo Verde. Um antigo Primeiro-Ministro de Singapura (Goh Chok Tong 1990-2004) considerou a ausência de recursos naturais, como sendo uma bênção de Deus. O denominador comum desses países é a forte aposta numa Educação de excelência.
6. Num estudo desenvolvido pelo Banco Mundial, em 2008, sobre “A Estratégia de Crescimento Sustentável e Desenvolvimento Inclusivo”, concluiu-se que, a partir de 1950, um conjunto de treze países conseguiram fazer as suas economias crescerem a uma taxa anual de 7% ou mais, durante uma média de 25 anos. Desses países fizeram parte: Botsuana, Brasil, China, Hong Kong, Indonésia, Japão, Coreia dos Sul, Malásia, Malta, Omã, Singapura, Taiwan e Tailândia. Vários fatores foram apontados como importantes, como, por exemplo, uma maior abertura e integração da economia mundial, o que permitiu a importação de ideia, tecnologias e conhecimentos especializados de outras partes do mundo, particularmente, através de investimentos diretos estrangeiros. No entanto, um dos fatores considerados chave em todos esses países foi uma forte aposta na Educação.
7. Na Ásia, nos ditos Países – “Tigres Asiáticos”, os PROFESSORES são considerados CONSTRUTORES da SOCIEDADE.
8. Comparar o montante exigido pelos PROFESSORES, para a dignificação da classe, com o montante necessário para a construção de um novo hospital nacional na Praia é, no mínimo, infeliz e reveladora do desconhecimento do valor potencial dos PROFESSORES para a CONSTRUÇÃO de um País. Este é, simplesmente, incalculável, seja para a Saúde, seja para a Economia, seja para a Segurança, seja para a Civilidade, etc., etc.
9. O montante exigido poderia, perfeitamente, ser assumido pelo Governo e negociado um cronograma para a sua implementação em dois ou três anos. Importa considerar que, em muitos países, os Estados estão a assumir essa decisão de aumentar substancialmente o salário dos PROFESSORES, mas também estão a apostar fortemente na criação de subsídios, bónus e prêmios, tudo para assegurar uma Educação de excelências às suas populações.
10. É evidente que, por de trás da criação das melhores condições de trabalho para os PROFESSORES, há todo um repensar profundo do Sistema Educacional. Uma profunda Reforma Educacional, que rompe com toda a prática e o modelo de Organização, Administração e Gestão da Educação neste país, é o que Cabo Verde precisa, urgentemente, para inverter o drama social em que vivemos e colocar o país, efetivamente, nos caris do desenvolvimento, proporcionando aos seus cidadãos, sobretudo, aos jovens, oportunidades de realização cá dentro.
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