Colunista

No domingo, 25/05/25, dia da África, os tambarinas elegeram Francisco Carvalho com uma ampla maioria (59% dos votos) como seu novo presidente numa disputa democrática cujos resultados eram previsíveis (https://santiagomagazine.cv/colunista/tambarinas-nas-urnas), não obstante, a judicialização do processo eleitoral. O novo líder tambarina encontrará um quadro político-eleitoral com desafios mas também com boas oportunidades:

1.      Desde logo, a Praia, maior Município do país com cerca de ¼ do total da população residente no arquipélago ilustra bem, empíricamente, a dinâmica política local com potencial para as projeções nacionais;

2.      Diferentemente do que o líder do MpD e PM, Ulisses Correia e Silva apelou no Sal para a mobilização dos militantes e amigos de seu partido para poderem ganhar as próximas eleições, se desresponsabilizando do fracasso da sua própria má governação,

3.      O principal problema do Governo e dos ventoinhas é o esgotamento do seu modelo de governação – sem djobi pa lado -  cujos sinais de alerta foram dados desde 2016, refletido na queda de votos nas eleições na Praia de 27.000 votos para 22.000 votos e, sucessivamente, no mesmo rítimo declinante, nas eleições de 2020 e 2024 cujas derrotas já estavam, préviamente, anunciadas pela tendência de perda de votos iniciada em 2016;

4.      Tanto é assim que a fórmula MpD de governar se esgotou quer com a manutenção do mesmo candidato (2016 e 2020 – Óscar Santos) quanto a sua troca (2024 – Abraão Vicente) resultaram em sucessivos fracassos eleitorais;

5.      A projeção dessa desgovernação ao nível nacional foi evidenciado no estrondoso desastre eleitoral autárquico rabentola do passado 01/12/24 com a perda de 15 em 22 CM para o PAICV;

6.      A votação obtida por Francisco Carvalho de 7.694 votos no universo dos militantes do partido da estrela negra que situaria em 36.000 eleitores é uma péssima notícia para os ventoinhas: significa que o autarca da Praia, definitivamente, consegue obter mais votos do eleitorado “independente” ou do próprio eleitorado do MpD do que de seu próprio partido!

7.      Nas últimas eleições municipais, na Praia, FC obtivera mais de 25.000 votos dos Praienses enquanto o MpD quedou-se pelos 14.000 votos!

8.      Apesar dos sucessivos fracassos eleitorais locais e nacionais, os indicadores negativos de desempenho do governo, o MpD de Ulisses continua no caminho errado, apontado por 65% dos eleitores, que consiste em governar “sem djobi pa lado”, ou seja, sem atender às reais necessidades e aspirações das pessoas;

9.      Por isso, se verifica, recorrentemente, manifestações e greves de diferentes categorias sócio-profissionais, hoje sim, amanhã também ao longo de toda a triste legislatura mpsista;

10.  O novo líder tambarina terá a missão de resgatar a confiança e a esperança dos cabo-verdianos nas ilhas e na diáspora e promover o desenvolvimento inclusivo e sustentável. Felicitações e votos de sucessos ao FC!

“O povo das ilhas quer um poema diferente para o povo das ilhas”, Onésimo Silveira.