Qualquer gatuno ou aldrabãozeco / É inocente até prova em contrário / Mas quem lhes chama pelo nome / Deve-se sujeitar prisão preventiva.
Foram denunciados em público
Por inúmeros crimes cometidos
Ninguém se mostrou preocupado
Um deles foi mesmo galardoado.
O denunciante foi perseguido
Preso, acusado e engaiolado
O criminoso hoje é protegido
Quem denuncia é manietado.
O bom nome de um criminoso
Tem que ser bem preservado
Chamar de gatuno a um ladrão
É grande ofensa ao seu caráter.
Vivemos num Estado democrático
Em que todos têm o mesmo direito
Pode um criminoso ser até ministro
Se tudo está em segredo de justiça.
Qualquer gatuno ou aldrabãozeco
É inocente até prova em contrário
Mas quem lhes chama pelo nome
Deve-se sujeitar prisão preventiva.
Em circunstâncias duvidosas
Morreu um ilustre advogado
Já havia dito a umas pessoas
Que com gás havia sido atacado.
E disse que se não morresse
Ficaria inválido «ad eternum»
Em poucos dias sucumbiu-se
A autoridade nada investigou.
Da sua morte não se noticiou
Mídias públicas ou do Estado
Nem Televisão e nem a Rádio
Se dignaram dizer-lhe «Adeus».
E o Procurador-geral da República
Fautor da legalidade e ação penal
Há-de vir um dia explicar à nação
Se ele é o 29° ministro do Governo.
Ele há-de explicar sem subterfúgio
Nem tentativa de escamotear facto
Por que não autoriza a exumação
Do cadáver assassinado do Dego.
Faz em Outubro, cinco penosos anos
Que, cruelmente, assassinaram Dego
E o corpo deixado ao léu numa lixeira
Criminosos quedos fumando padjinha.
Os familiares desafiam publicamente
Ao Sr. Procurador-geral da República
Para que tenha razoável hombridade
E mandar investigar a Médica Legista.
E esta, inserida num trio criminoso
Com a PJ e Procuraria de S. Cruz
Fez-se forjar o relatório da autópsia
Excluindo a hipótese de haver crime.
Ao Dego, lhe arrancaram um a um
Quase todos seus dentes da boca
Mutilaram-no a língua e uma pata
E desfizeram-no olhos e testículos.
Sr. Procurador-geral da República
Permita-me que lhe pergunte isto
E não me acuse de o ter acusado
Já que é dono da faca e do queijo:
- Será cúmplice este seu silêncio?
Pilatos havia ocupado este cargo
Quando Jesus Cristo foi satanizado
Já passaram os longos 1989 anos.
Dego era um meu irmão mais novo
Está morto, jaz no Hades há 5 anos
Enquanto perdurem a dor e revolta
Eis-que o remorso vos apoquentará.
Ofereço-me a depor perante um juiz
Um juiz que seja sério e tenha juízo
Capaz de discernir e perceber que
Nenhum cadáver fica podre em 24h00.
E concluir-se-á, que a Médica Legista mentiu
Quando afirma no seu tanso e putativo relatório
Em como o cadáver estava completamente pútrido
Quando, ementes, entre gente esteve Dego, um dia antes.
Palmarejo, 11 de Julho de 2022.
Armindo Tavares / Cidadão português, com o Cartão de Cidadão nº 15911403.
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