A conta do custo político das contradições mpdistas parece que está a chegar através dos resultados eleitorais populares expressos nas urnas, tal que se nas autárquicas que são distintas das legislativas o povo disse o que disse: 15-7, imaginem o que esse mesmo eleitor dirá nas Legislativas?!!! Se o povo penalizou tão duramente os candidatos identificados com o MpD de Santo Antão à Brava como sinal de desaprovação desses governos locais e achar que nessa decisão dos eleitores não levaram em conta o mau desempenho do Governo de Ulisses é minorizar a inteligência do eleitor ou da oposição interna dos ventoinhas!
O MpD já nos habituou com as suas contradições ao longo da sua história sem pensar nas suas consequências a médio e longo prazo para o seu desenvolvimento institucional e nas escolhas eleitorais populares.
1. Perante a estrondosa derrota eleitoral autárquica sofrida no domingo passado, a liderança do partido ventoinha diz que eleições municipais e legislativas são pleitos distintos e que voltarão a ganhar as eleições legislativa de 2026 não obstante o desastre eleitoral do passado dia 01/12/24.
2. É verdade que essas duas eleições sejam distintas mas não há evidências em relação à segunda parte da frase de que voltarão a ganhar as próximas legislativas de 2026.
3. Pelo contrário, existe pesquisa do afrobarometer com levantamento de campo em agosto de 2022 que previa a derrota eleitoral dos rabentolas nas legislativas para os tambarinas caso os eleitores fossem chamados às urnas naquele ano.
4. O mesmo afrobarometer já diagnosticava que o Governo de Ulisses Correia e Silva navegava na direção errada, segundo 60% dos eleitores.
5. Em 2021, o candidato apoiado pelo MpD e pelo Governo nas eleições presidenciais perdeu para o candidato apoiado pelo PAICV no 1º turno por uma diferença de 15.000 votos.
6. Relatórios do INE e afrobarometer e de outras instituições já revelaram que a avaliação do desempenho do Governo é muito negativo na presente legislatura.
7. Ulisses fez o maior Governo da história do país com quase 30 membros com gastos astronómicos para o suportar, de um lado, e de outro lado, é o PM pior avaliado do período democrático.
8. O MpD se gabava da sua proximidade estratégica do Governo com os municípios, especialmente, aqueles administrados pela sua cor política por falarem a mesma língua nas horas dos festejos e nas inaugurações das “obrinhas” e casas de banho e se estranha agora que o Executivo de Ulisses não se revê nos resultados eleitorais dessas mesmas Câmaras Municipais!!!
9. Os rabentolas nas eleições municipais de 2020 tiveram a ousadia de afirmarem que “txitxarinho não enfrenta tubarão” e o resultado dessa arrogância é aquele que já se conhece!
10. Nos anos 90, os ventoinhas já tinham dito que “pedra não joga com garrafa” e distinguia os “fidjus de detro e fidjus de fora” enquanto se auto-definiam como “pais” fundadores da democracia!
11. As dissidências internas rabentolas nos anos 90 colocaram em rota de colisão discursos e acusações incendiárias entre dirigentes desavindos que voltam a se juntarem na mesma legenda nos anos 2000 como se nada tivesse ocorrido no passado!
12. Os novos dirigentes do MpD, em 2016, prometeram tudo e mais alguma coisa em matéria de emprego, renda, políticas públicas e quando confrontados com a realidade vazia alegaram que campanha é uma coisa e governo é outra coisa!
13. Perante a total inoperância do Governo e mau desempenho ao longo de dois mandatos mas com gastos de duvidosa utilidade nas viagens e deslocações, o executivo de Ulisses alega em sua defesa que houve maus anos agrícolas, pandemia e que surgiram guerras pelo mundo afora que lhe impediram de fazer obras ou realizações de vulto.
14. O modelo administrativo autárquico de Ulisses apresentado como paradigma em 2016 revelou-se um tremendo fracasso pelos resultados eleitorais de domingo passado com a derrota em 15 das 22 CM para o PAICV.
15. O trio titular das pastas da Educação, Finanças e Administração Pública demandado para atender as reivindicações das classes profissionais como professores, profissionais de saúde, oficiais de justiça, guardas prisionais, dentre outros, simplesmente, politizaram a questão com fricções política-partidárias, sindicais e até institucionais com o Presidente da República e Parlamento e as consequências foram o aumento do descontentamento da classe, seus familiares e pessoas de sua proximidade e a resposta nas eleições municipais que não têm nada a ver com as eleições legislativas, segundo os ventoinhas!!!
16. A conta do custo político das contradições mpdistas parece que está a chegar através dos resultados eleitorais populares expressos nas urnas, tal que se nas autárquicas que são distintas das legislativas o povo disse o que disse: 15-7, imaginem o que esse mesmo eleitor dirá nas Legislativas?!!!
Se o povo penalizou tão duramente os candidatos identificados com o MpD de Santo Antão à Brava como sinal de desaprovação desses governos locais e achar que nessa decisão dos eleitores não levaram em conta o mau desempenho do Governo de Ulisses é minorizar a inteligência do eleitor ou da oposição interna dos ventoinhas!