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Casa Para Todos. O pior que nos pode acontecer agora é mergulhar o país em mais um escândalo   
Colunista

Casa Para Todos. O pior que nos pode acontecer agora é mergulhar o país em mais um escândalo  

Por amor de Deus, o pior que nos pode acontecer agora é mergulhar o país em mais um escândalo para agravar as crises que já estamos a viver. Acreditemos na nossa capacidade de convencer o eleitorado sem ter que sacrificar o povo e nossa imagem, pela via do escândalo. Não é justo. E o pior é que depois das eleições, tudo morre em águas calmas... E quem suporta os prejuízos?

Em 1991, Carlos Veiga apelidou Pedro Pires de ladrão. No entanto, ganhou as eleições e governou o país por dez anos, nunca se ouviu falar, nem se viu nenhum processo judicial a confirmar em sentença tamanha acusação. Entretanto, em 2001, Pedro Pires sai vencedor das eleições presidenciais contra o próprio Carlos Veiga.

Em 2001, o país conhece o maior escândalo financeiro de sua história. Os tais milhões de dólares do negócio com a Sonangol, envolvendo o então Ministro das Finanças, Gualberto do Rosário. No entanto, o PAICV ganha as eleições, governa por 15 anos e ninguém conhece nenhum processo judicial a comprovar em sentença as suspeitas que condene Gualberto de Rosário.

Em 2015/16, sensivelmente, veio o "Fundo do Ambiente", serviu de tábua de salvação ao MPD que andava ansioso pelo poder e de facto acabou por chegar lá, entretanto, sentença judicial - que é bom para dar satisfação ao povo - isso nada. Neste caso, pelo menos sabe-se que o processo foi arquivado, por falta de provas.

Pelo amor de Deus, respeito é bom e todos gostamos!!!

Agora em 2023, com o MPD a meio de seu segundo mandato, vem uma nova suspeita e desta feita sobre O CASA PARA TODOS. Um programa social que já deu tudo o que tinha para dar, em matéria de exploração política e eleitoral, cuja voz mais crítica - o ex-deputado Miguel Monteiro - depois de meter os pés pelas mãos, deixou de se ouvir, só se sabe que obteve um lindo prémio...

O povo já sabe que ali vem mais uma jornada eleitoral e que de agora em diante, o foco será baralhar tudo para voltar a dar as cartas e começar uma nova jogada. Sabe também que neste baralhar para voltar a jogar, as cartas estão marcadas e a mesa é velha. O povo conhece bem os jogadores e sabe que fazem muito barulho para enlouquecer e desviar do essencial. A estratégia é ganhar tempo para montar um bom esquema que certamente conta com especialistas internacionais que depois irão aparecer como figuras de proa em nossos consolados e suas sociedades a prestar serviços em consultorias e afins... enfim, nossa classe política precisa incluir em seus planos maquiavélicos, a ideia de que todos crescemos!!! O mercado é pequeno e os vendedores somos à sua medida, portanto sabe-se o que cada um vende...

O essencial no caso "Casa Para Todos" é continuar o processo de gestão para garantir a edificação de mais casas - de que modelo ou tipologia for - para beneficiar em massa mais famílias e eliminar os focos de barracas.

O essencial, é eliminar a pobreza extrema que hoje afeta e expõe a nu a fragilidade do nosso Estado, com mais de 70 mil compatriotas a não tomar o pequeno almoço e a certeza do almoço remota.

O essencial é promover políticas públicas de produção extensiva, transformar nossas achadas e ribeiras em verdadeiras unidades de produção agropecuárias, afetando às famílias novas terras, com gado melhorado, unidades de pesca com frotas ajustadas aos novos tempos e um sistema de transporte à altura do nosso turismo e satisfação das necessidades das ilhas e comunidades.

A justiça pela segurança, também é essencial, mas, ela é um fator de grande complexidade, cujo tratamento deve ser integrado e se o pais conseguir montar um sistema de produção agropecuário e pesqueiro, forte, bem conjugado com os transportes e o turismo sustentado, nossa juventude encontra soluções e saídas saudáveis. O artesanato fluirá, a restauração prospera, a construção civil ganha espaço e os investimentos passarão a cair do céu com o ambiente de negócio vivo.

Por amor de Deus, o pior que nos pode acontecer agora é mergulhar o país em mais um escândalo para agravar as crises que já estamos a viver. Acreditemos na nossa capacidade de convencer o eleitorado sem ter que sacrificar o povo e nossa imagem, pela via do escândalo. Não é justo. E o pior é que depois das eleições, tudo morre em águas calmas... E quem suporta os prejuízos?

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