O Governo vai reunir ainda hoje o Gabinete de Crise por causa das chuvas que caem desde madrugada na ilha de Santiago e que já provocaram uma morte e muitos estrados na cidade da Praia.
A informação foi avançada à Rádio de Cabo Verde (RCV) pelo primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, que vai presidir a reunião por videoconferência a partir da ilha do Fogo, onde está de visita, enquanto presidente do MpD.
O principal ponto da agenda de Ulisses Correia e Silva às ilhas do Fogo e Brava era a apresentação dos candidatos do partido às eleições autárquicas de 25 de outubro próximo, mas todas as atividades políticas foram canceladas.
“Devido à situação da ilha de Santiago, causada pelas fortes chuvas que se fazem sentir desde esta madrugada, informa-se que o presidente do partido e primeiro-ministro regressará, assim que possível, à cidade da Praia, a fim de se inteirar, pessoalmente da situação”, informou o MpD.
“Neste sentido, as apresentações dos candidatos do MpD previstas para este fim de semana em Santa Catarina do Fogo, Mosteiros e Brava foram adiadas”, completou o partido no poder.
O primeiro-ministro sublinhou que a chuva é sempre motivo de muita alegria em Cabo Verde, sobretudo depois de três anos de seca severa, mas pediu precaução às pessoas, para não saírem à rua sem necessidade para porem as suas vidas em perigo.
É que além da chuva prevista para até segunda-feira, o chefe do Governo lembrou que o país está a enfrentar igualmente a pandemia de covid-19 e apelou as pessoas para evitarem ajuntamentos nas ruas para tomar banho de chuva.
“Depois cria outros problemas que nós queremos evitar”, alertou o primeiro-ministro, informando que regressa no domingo à cidade da Praia para acompanhar a situação de perto, e depois mobilizar recursos e repor a normalidade.
Também em declarações à rádio pública, o comandante de Bombeiros da Praia, Celestino Afonso, disse que a chuvas provocaram a morte de uma criança de um ano, que se afogou após inundação na casa onde vivia com os pais, no bairro de Pensamento.
O responsável disse que as chuvas que caíram durante a madrugada, acompanhadas de relâmpago e trovoadas, causaram avultados danos, desde estradas danificadas pelas inundações, arrastamento de carros, e famílias no leito das cheias que “estão a sofrer”, inclusive já perderam parte das suas casas.
Celestino Afonso disse que a prioridade é prestar o socorro às pessoas e que os bombeiros estão ainda a fazer intervenções em vários pontos para permitir que a água corre naturalmente, porque há previsão para mais chuvas no domingo e na segunda-feira.
Na sexta-feira, o Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica (INMG) informou que uma onda tropical vai passar pelo arquipélago de Cabo Verde até segunda-feira e que poderá transformar-se em depressão tropical.
“Durante a sua passagem condicionará o estado do tempo nas ilhas”, referiu o INMG, que prevê chuvas de intensidade variável e possibilidade de trovoadas, intensificação do vento e agravamento significativo do estado do mar.
“O Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica, INMG fará o acompanhamento permanente do sistema, a sua vigilância e monitorização, atualizando as informações do estado do tempo, de forma regular e contínua”, garantiu a entidade cabo-verdiana.
Na segunda e terça-feira uma depressão tropical passou por Cabo Verde e transformou-se em tempestade tropical, com vento e chuvas fortes, sobretudo nas ilhas a norte do arquipélago, também causando alguns danos.
Com Lusa
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