O ministro das Finanças disse esta quarta-feira, 2, não ter informação sobre qualquer tipo de resgate solicitado na sequência do ataque cibernético à Rede Electrónica de Tecnológica do Estado (RETE), ocorrido na quinta-feira, 26.
“Não tenho essa informação, mas aquilo que digo é que o importante é que até agora continuamos a recuperar os serviços e depois os serviços competentes do Estado em matérias criminais estão a cuidar da parte criminal do assunto”, respondeu Olavo Correia, quando questionado pelos jornalistas sobre o possível pedido de regaste por parte dos piratas informáticos (‘hackers’).
O também vice-primeiro-ministro falava aos jornalistas no Tarrafal de Santiago, onde presidiu a inauguração do Centro de Emprego e Formação Profissional (CEFP), sito no ex-Centro de Saúde local.
O ataque, que aconteceu na madrugada de quinta-feira, 26, bloqueou toda a estrutura de autenticação e alguns sistemas de prestação de serviços online.
Esta segunda-feira, 30 de Novembro, em conferência de imprensa, o presidente do conselho de administração do NOSi, Carlos Pina, garantiu que todos os dados da soberania e os que garantem a governação digital mantiveram-se intactos e sem nenhum tipo de ameaça, depois de terem baixado a rede.
Após a detecção dos problemas e pela velocidade com que estava a ser propagado na rede, o Núcleo Operacional para a Sociedade de Informação (NOSi), contou, tomou a decisão de baixar toda a rede tecnológica privativa do Estado para assim podere estagnar a propagação e recuperar os dados.
“Concluímos que o ataque bloqueou alguns servidores, como a nossa estrutura de autenticação e alguns servidores que garantem serviços ‘online’ aos cidadãos e as empresas, mas o facto de termos tomado a decisão rápida de baixar a rede garantimos que aquilo que são os dados de soberania, os dados que garantem a governação digital manterem-se intactos e sem nenhum tipo de ameaça”, assegurou.
Carlos Pina adiantou ainda que foi criada uma equipa de crise, constituída pelo NOSi, duas entidades internacionais, e a Procuradoria-Geral da República que accionou a Interpol para juntos reporem os serviços públicos e em simultâneo fazer uma investigação forense.
Esta ameaça, avançou, foi originada por uma rede criminosa internacional que tem células espalhadas por vários países, e até agora não se sabe se tem alguma célula em Cabo Verde, por isso será feita uma auditoria forense para apurar as causas efectivas deste ataque.
Na ocasião, informou que foi feito o mapeamento de mais de mil computadores atacados e que destes, 18% estão infectados. Neste sentido, prosseguiu, antes de entrarem na rede será feita a higienização de 85% dos computadores.
“Este é um processo moroso e nós definimos um conjunto de sectores críticos para o País e que estamos a dar prioridade a esses sectores, para termos os serviços públicos, nomeadamente o Instituto Nacional de Previdência Social, todos os serviços das Finanças serão garantidos, os serviços da Casa de Cidadão, do Registo Notariado e Identificação (RNI) e os serviços de saúde, nomeadamente os hospitais”, indicou.
Com Inforpress
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