O novo comandante regional da Polícia Nacional, em São Vicente, considerou na quarta-feira, 10, que a corporação está a fazer “bom trabalho” para combater a criminalidade “sem a força musculada e de cara tapada que era a BAC”.
Maximiliano Fortes, que não quis que a entrevista fosse gravada, deu a certeza em exclusivo à Inforpress, em resposta à população que, nas ruas e nas redes sociais, e devido ocorrências recentes de “caçu body”, assalto armado a estabelecimentos comerciais e até assassinato em plena rua, têm pedido a reactivação da unidade Brigada Anti-Crime (BAC), que operava há uns anos, com intervenções de cara tapada e fortemente armada para tentar combater a criminalidade na ilha.
A mesma fonte acredita que essa unidade, também popularmente conhecida por “ninjas”, foi implementada “quando o estado das coisas assim o exigiam, para se criar uma força musculada e cumpriu o seu papel para repor a normalidade e teve os seus efeitos positivos”.
Mas, actualmente, asseverou, a Polícia Nacional “tem uma outra visão e tomou outras medidas”.
“Acredito que estamos a fazer um bom trabalho sem a força musculada e de cara tapada que era a BAC”, reiterou Maximiliano Fortes, para quem o facto de o núcleo de “ninjas” não estar neste momento nas ruas, não quer dizer que a polícia não esteja a trabalhar.
Pelo contrário, o comandante que assumiu o cargo a 15 de Abril último após a aposentação da Firmino Melício, garantiu que a corporação tem estado nas ruas e zonas do Mindelo com “equipas motivadas, definidas por sectores e cumprindo o objectivo de dar segurança, já notada por muita gente”.
Prova disso, conforme o subintendente da Polícia Nacional, é que as ocorrências registadas nos últimos meses, por exemplo de assaltos armados a estabelecimentos comerciais, “já diminuíram” e das intervenções detiveram suspeitos em flagrante delito e alguns já estão em prisão preventiva.
Por isso, Maximiliano Fortes acredita que esta “nova visão” da liderança da Polícia está a dar resultados.
“A necessidade de reactivação da BAC não é entendimento geral da sociedade sanvicentina, actualmente queremos trabalhar perto das pessoas, com foco na prevenção e também reagir quando for necessário, mas com serenidade, inteligência e profissionalismo”, salientou.
Questionado ainda sobre as críticas apontadas ao núcleo de algum exagero nas suas operações, o comandante regional não quis aprofundar o assunto e somente assegurou que neste momento a estratégia não passa pela utilização desta “força musculada”, mas sim, a PN “actua de cara destapada e com muita boa-vontade”.
Por outro lado, Maximiliano Fortes lembrou que a questão de segurança não é apenas responsabilidade das autoridades policiais, e sim de todos os cidadãos, que, sublinhou, “podem trabalhar na prevenção e reduzir os crimes de oportunidade”.
Mesmo assim, o comandante pediu que as pessoas confiem na PN, que tem estado a dar o seu “máximo e com foco na legalidade”.
Em Abril, a Inforpress anunciou a “preocupação” dos mindelenses face a uma onda de assaltos registada de meliantes armados de faca e catanas, que invadiram estabelecimentos comerciais e bares das zonas periféricas de São Vicente.
A agência de notícias até chegou a relatar um episódio em que assaltantes invadiram um mini-mercado, na zona de Madeiralzinho, usando pó de extintor para dominar os funcionários e clientes.
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