São Vicente: CV Interilhas deplora “sequência anormal” de avarias e põe hipótese de sabotagem
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São Vicente: CV Interilhas deplora “sequência anormal” de avarias e põe hipótese de sabotagem

O vice-presidente do Grupo ETE em representação do accionista na CV Interilhas classificou hoje de “anormal” a “sequência de casos, incidentes e avarias” recentes nos seus navios e não descarta a “hipótese sabotagem”.

“Temos registado uma sequência anormal de casos, incidentes e avarias nos navios, que ultrapassa já o limite do razoável, e nós já estamos desconfiados e a equacionar todos os cenários, todas as hipóteses, inclusive a hipótese de sabotagem”, declarou Jorge Maurício, em entrevista à Inforpress.

Isto porque, continuou a mesma fonte, “não é normal em poucos dias” a frota da CV Interilhas, composta por quatro navios, ter uma sequência de casos que “põem em causa” o próprio serviço.

Maurício referiu que a empresa está “focada” em criar soluções, “o que é um dado positivo”, mas que a situação coloca a empresa numa situação de desconforto, a pensar, referiu, que há outras causas que não sejam “apenas e só naturais ou de equipamentos”.

“Isto é muito grave, não queremos pensar em conspiração, em teorias de perseguição, mas também não queremos descartar qualquer hipótese, pelo que vamos estar atentos, vamos investigar, e as autoridades competentes também estarão a investigar”, prometeu.

Tudo porque, assinalou a mesma fonte, o serviço público é “uma coisa séria”, os compromissos com o mercado e com os passageiros também é “muito sério”, daí o comprometimento da empresa para com os cabo-verdianos e o país ser “total e de forma abnegada”.

Por isso, continuou, todo o esforço feito às vezes “acaba por ser inglório” por causas que ultrapassam a própria organização empresarial.

Ao fazer o ponto da situação dos dois navios recentemente avariados, referiu que o “Dona Tututa” regressou do Sal e já se encontra em São Vicente em avaliação e que, “em princípio”, hoje poderá ficar reparado, já que se trata de um problema eléctrico, “de causas até estranhas”.

O navio Liberdadi, por seu lado, confronta-se com um “problema de carácter crónico” que tem sido “difícil de ultrapassar”, mas, segundo Jorge Maurício, neste momento já foi identificado o problema e a equipa técnica e os especialistas da Cabnave “estão em cima” e “eventualmente” poderá ficar ainda hoje disponível.

“Ou seja, estamos a trabalhar a todo o gás para ter os dois navios ainda hoje a operar”, sintetizou.

Conforme a mesma fonte, os passageiros afectados por essas duas situações de avaria estão a ser realocados, “a maior parte já está”, faltam alguns do Sal e da Boa Vista e os de regresso para saírem de Santiago.

Por isso, o vice-presidente do Grupo ETE em representação do accionista na CV Interilhas pede “alguma tolerância” aos seus clientes, pois o sistema “é novo, encontra-se em implementação, mas está a funcionar”.

“É certo que ainda tem pontos que não são bons e precisam ser melhorados, mas estamos totalmente focados em apresentar um melhor serviço”, referiu Jorge Maurício.

“Quem faz mais de quatro mil viagens por ano e que até hoje transportou cerca de dois milhões de passageiros em Cabo Verde também tem que ser reconhecido porque é sinal de que o sistema existe, o modelo operacional é funcional, mas há ainda falhas por se tratar de um processo em construção”, sintetizou a mesma fonte, que pede desculpas aos clientes “se as coisas não correm bem”.

“Mas, com certeza, vamos melhorar”, concluiu.

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