Praienses reclamam da escassez de moedas e pedem à autoridade competente para pôr cobro à situação
Economia

Praienses reclamam da escassez de moedas e pedem à autoridade competente para pôr cobro à situação

Cidadãos praienses, comerciantes, ‘rabidantes’, manifestaram-se hoje preocupados com a falta de moedas no mercado, questionando por onde param, e acusam chineses de retenção das mesmas, pelo que pedem às autoridades competentes a pôr cobro à situação.

Face às inúmeras reclamações por causa da falta de moedas no mercado cabo-verdiano, em diferentes ilhas do país, comerciantes, ‘rabidandes’, donas de casa e pessoas individuais, abordados pela Inforpress sobre o problema, apelam ao Governo e a quem de direito a tomar medidas no sentido de repor a circulação no mercado.

Constata-se que a crise de moedas se arrasta desde meados do mês de Junho de 2021, agravando-se ainda mais agora em 2024.

Em desabafo à Inforpress, uns e outros dizem que a falta de moedas tem causado dificuldades e transtornos nos negócios, na compra de produtos, géneros alimentícios e outros bens, principalmente na hora de passar o troco aos clientes.

Nelita, uma vendedeira ambulante, no Plateau, diz que essa falta de moedas está a colocar as pessoas em situação de “desespero e aflição” porque muitas vezes perdem a venda por não ter troco para dar.

“Os autocarros e taxistas às vezes nos desenrascam. As moedas não estão a circular… por onde param é que a gente não sabe. Mas que é estranho é estranho. Um país sem moedas a circular. Há que tomar medidas e descobrir porque as moedas desapareceram do mercado”, exteriorizou, observando que as vendedeiras correm atrás de várias pessoas para trocar, por exemplo, de uma nota de 200 ou 500 escudos.

E muitas vezes, acrescentou, perdem a venda por não ter ou encontrar moedas para passar o troco.

Manifestando também preocupação pela falta de moedas, Su, outra vendedeira no Mercado Municipal da Praia, disse que esta carência está a causar muitos constrangimentos, mormente nesta conjuntura particularmente difícil, agravado pelo aumento de preços nos produtos.

“Não trabalhamos só com notas ou rede 24. Temos que ter moedas. Onde elas estão? Isso nunca aconteceu. Perante a situação, as autoridades devem tomar medidas para resolver o problema. A situação está a causar grandes dificuldades e constrangimentos às pessoas e ao negócio”, manifestou.  

A falta de moedas é igualmente sentida no dia a dia dos taxistas, que conforme alguns, têm reserva em casa para evitar transtornos no passar troco.

“Ao dar conta da falta de circulação de moedas, resolvi juntar e guardar para não ter problemas no meu trabalho de táxi. Devo ter em casa cerca de 40 mil escudos em moedas”, referiu Nelo, comentado, por outro lado, que um comerciante chinês lhe pedira 10 mil escudos em moedas em troca de onze mil em notas.

Contactado pela Inforpress, a propósito, o Banco de Cabo Verde disse estar a preparar uma campanha de sensibilização, cujo objectivo é incentivar os consumidores que possam ter moedas guardadas em casa, que as depositem nos bancos, e/ou de as utilizarem nos seus pagamentos do dia-a-dia.

A mesma fonte referiu ainda que pretendesse realizar uma pesquisa de mercado, através da aplicação de um inquérito junto da população, visando perceber a utilização que tem sido dada à moeda, ciente de que os resultados daí obtidos poderão constituir “importantes indicadores” para o planeamento das políticas do meio circulante (notas e moedas), produção, distribuição, processamento e fiscalização.

Acredita-se que os resultados do inquérito poderão, também, auxiliar o Banco Central a melhorar a comunicação junto dos cabo-verdianos, transmitindo a ideia da importância de se fazer o bom uso do meio circulante.

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