O diretor nacional da Polícia Judiciária (PJ) afirmou esta sexta-feira, 10 de maio, que o crime organizado aproveita as vantagens da localização geográfica do país, que se situa “em importantes rotas aéreas e marítimas”, necessitando por isso da cooperação internacional.
Em declarações à agência Lusa, à margem da conferência sobre “Mecanismos Legais e Policiais na Prevenção e Combate ao Crime Organizado”, que decorre na cidade da Praia, António Sebastião Sousa recordou que Cabo Verde situa-se “entre três continentes”, o que conduz a um “problema, sobretudo o tráfico de drogas e outra criminalidade associada”.
“Infelizmente é uma realidade com que temos de saber lidar. Felizmente contamos com a cooperação policial dos nossos parceiros internacionais”, disse.
Questionado sobre as maiores expressões do crime em Cabo Verde, António Sebastião Sousa indicou “o tráfico de droga transacional, mas também outras tipologias de crime - contra o património, relacionados com os crimes económicos e financeiros e contra pessoas e, sobretudo, crimes sexuais, abuso sexuais contra crianças”.
Sobre o cibercrime, o diretor nacional da PJ cabo-verdiana sublinhou que este é um problema que atualmente está a atingir “todos os países”.
Trata-se de um crime “sem território e que, com a massificação das tecnologias de informação, esse aspeto de uso de mecanismos de comunicação para a prática de crime” é um fenómeno para o qual todos os países têm de estar atentos, pois “pode causar danos graves, não só para as pessoas, como para a sociedade”.
Em Cabo Verde, explicou, a PJ está a investigar este tipo de crimes, mas conta com “a experiência internacional” nesta área.
“Temos cooperação, sobretudo da Interpol e outros órgãos de investigação criminal que trabalham nesta matéria. A PJ de Cabo Verde está preparada para poder trabalhar esse fenómeno, que não é fácil. É preciso ter meios e recursos, humanos e tecnológicos”, avançou.
Para António Sebastião Sousa, o combate a estes tipos de crime faz-se atualmente "sobretudo com meios humanos com capacidade e experiência” e “meios tecnológicos”.
Nesta área, especificou, Cabo Verde conta com o Governo, mas também com a cooperação internacional, porque “os meios são sempre caros e não é fácil. É uma área que requer cooperação e partilha de experiências”.
Com Lusa
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