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PAICV denuncia “aumento crescente” de óbitos de recém-nascidos no Hospital Baptista de Sousa
Sociedade

PAICV denuncia “aumento crescente” de óbitos de recém-nascidos no Hospital Baptista de Sousa

Os deputados do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição) denunciaram hoje o “aumento crescente” de mortes de recém-nascidos no Hospital Baptista de Sousa, que chegou a “mais de cinco” no mês passado.

A situação foi tornada pública numa conferência de imprensa, no Mindelo, à frente do edifício do Hospital Baptista de Sousa (HBS), para balanço de uma visita de cariz social realizada ao círculo de São Vicente.

Conforme a porta-voz Josina Fortes, o “aumento crescente” de mortes de recém-nascidos com “mais de cinco no mês passado”, foi detectado, mas, até agora “sem nenhuma explicação” da direcção de um hospital, que “já foi referência nacional”.

Por outro lado, a mesma fonte denunciou ainda que “há cada vez mais pacientes que não são operados por falta de materiais” para as cirurgias e um “número crescente e alarmante de idosos que têm falecido antes do tempo por falta de tratamento adequado”.

Para além das mortes, o hospital, asseverou a deputada, também “tem pecado” na questão da prevenção, já que, exemplificou, “o tempo de marcação de análises passou de dois meses para oito”, também “não se consegue fazer citologias” e ainda “não há aparelho de Tomografia Axial Computorizada (TAC)”, que foi “tão prometido” no parlamento.

Mais ainda, elencou Josina Fortes, o quadro do pessoal médico do HBS “não é o melhor”, uma vez que há especialistas a aguardar até agora um enquadramento legal.

“Entretanto, os médicos estrangeiros privilegiam as clínicas privadas, dando consultas e cirurgias, o que não é legal, isso graças ao fechar dos olhos do Conselho de Administração que não quer ver o que está aos olhos de todos”, declarou a mesma fonte.

Indo mais longe, a eleita do PAICV estendeu as críticas à central de consultas, alvo de “várias reclamações” e com uma avaliação externa que apontou o “mau funcionamento”, mas, “mais uma vez”, o Conselho de Administração “não quer ver e não respeita o direito dos cabo-verdianos no acesso à saúde”.

Josina Fortes disse ser este o motivo que levou os deputados do PAICV a não contactarem a direcção do HBS, que “sempre alega estar tudo bem”, e optaram por saber informações dos utentes, dos médicos e dos serviços.

A situação, ajuntou, deverá ser vista pelo Governo e pelo primeiro-ministro, que até então “tem tido que está tudo bem e vai-se dar acesso universal à saúde a todos os cabo-verdianos”.

“Isso não tem acontecido e é por isso que viemos aqui hoje para apelar, porque estamos a perder vidas e ninguém está a ser responsabilizado. Estamos a perder vidas e o Governo não quer ver”, concretizou.

No ano passado, o PAICV também já tinha abordado a questão do funcionamento do HBS, mas, segundo Josina Fortes, mesmo tendo falado com a direcção “até agora tudo continua na mesma”.

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