A manifestação promovida este sábado na Cidade da Praia, por um grupo da sociedade civil para a defesa da justiça e a favor do advogado Amadeu Oliveira, foi impedida, pela Polícia Nacional (PN), de acercar-se da Assembleia Nacional.
A ideia dos promotores era manifestar em frente ao Palácio da Assembleia Nacional, com a saída na rua pedonal de Achada de Santo António, em frente à Capela, mas os manifestantes foram barrados à frente da nova sede do Banco de Cabo Verde (BCV) por mais de 20 agentes policiais armados.
Em declarações à imprensa, o porta-voz da organização, Filomeno Rodrigues, disse não entender como é que a “casa das leis e dos deputados eleitos pelo povo” pode impedir o acercamento dos cidadãos.
“Não obstante a concertação com a organização da manifestação hoje aparecem aqui com o preceito legal de que não se pode aproximar para mais de cem metros de uma instituição de Estado”, explicou Filomeno Rodrigues, frisando que a PN sabia do itinerário da manifestação.
“Por isso, boicotaram a nossa manifestação ao nos barrar muito além da casa da democracia, da casa dos deputados eleitos pelo povo. Esta é uma democracia ‘sui generis’, a única do mundo” notou.
Sendo assim, a mesma fonte considerou que o objectivo de colocar uma coroa de flores à frente da Assembleia Nacional e deixar uma mensagem aos deputados para aderirem à causa da justiça não foi conseguido.
“Essa situação não pode ser um obstáculo na nossa luta (…) e isto demonstra que as instituições estão com medo da verdade”, disse Filomeno Rodrigues, lembrando que a manifestação teve como integrantes vítimas do “atropelo da justiça”.
“Esta luta não é só de Amadeu Oliveira, temos aqui familiares de crianças desaparecidas, de uma jovem assassinada recentemente na Cidade da Praia, bem como familiares do policial Hamilton Morais. Amadeu Oliveira é o nosso herói porque foi a primeira pessoa que se vestiu de coragem para denunciar a corrupção e a injustiça no país”, precisou.
Para além desta manifestação, realizou-se na manhã deste sábado uma sessão de Tae Bo com cerca de 100 mulheres, uma volta à ilha apelando à Justiça por um grupo de motociclistas e uma exposição de cartazes alusivos ao tema na rua pedonal de Achada de Santo António.
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