Fogo: Serviço de urgência do hospital funciona com três médicos e directora apela à compreensão da população
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Fogo: Serviço de urgência do hospital funciona com três médicos e directora apela à compreensão da população

O serviço de urgência do Hospital regional São Francisco de Assis tem funcionado nos últimos tempos com três clínicos gerais mais um médico recém-formado, situação que tem merecido críticas dos pacientes.

A directora do São Francisco de Assis, Liziana Barros, reconhece que a situação “mais gritante” do hospital é o serviço de urgência que neste momento enfrenta algumas dificuldades em termos de recursos humanos e apela à população a ser um pouco mais compreensiva.

Anteriormente o Hospital Regional dispunha de seis clínicos gerais o que dava certa estabilidade na prestação dos serviços de urgência, mas perdeu, segundo a directora, três médicos clínicos gerais por questões de formação e por urgência familiar, ficando com um corpo clínico de três médicos que foi reforçado com mais um médico.

“A demanda no serviço de urgência é grande e, às vezes, atendemos mais de uma centena de pacientes, sobretudo às segundas e sextas-feiras e para que o atendimento seja mais célere temos colocado três médicos na urgência”, disse a directora, lembrando que os médicos que estão no serviço de urgência são os mesmos que têm de observar os doentes internados no serviço de medicina.

O médico que está no serviço de urgência faz um período de 24 horas seguidos, referiu a directora, reconhecendo que quanto menos horas e menos atendimento, maior é a qualidade de serviço, razão pela qual, explicou, a direcção do hospital está a zelar para ter mais médicos clínicos gerais para reduzir o período de trabalho, passando o turno a ser de 12 horas para ter melhor qualidade de respostas e o atendimento não sair prejudicado.

Liziana Barros observou que 90 por cento (%) dos pacientes que procuraram o serviço de urgência não são situações de urgências, defendendo a necessidade de se trabalhar e educar a população para o cuidado primário de saúde, de como a manejar um quadro gripal, por exemplo, e quando deve procurar serviço de urgência, sublinhando que “havendo enchentes e com dificuldades dos recursos humanos as pessoas têm de aguardar um pouco mais” já que são realizadas triagens para casos de urgências que são priorizados.

A mesma fonte pontuou que “ninguém que se desloca ao serviço de urgência do hospital fica sem ser atendido, independentemente do grau de urgência ou não”, mas salientou que têm de esperar um pouco mais porque prioriza-se os casos de urgência.

Incluindo as especialidades com ortopedista, cirurgião, oftalmologista, pediatra, o hospital conta com 11 médicos, mas lembrou que os especialistas não fazem “urgência física”, mas funcionam em regime de chamada para casos de urgência e esta situação está salvaguardada e os especialistas podem ser chamados a qualquer hora do dia ou da noite.

“Estamos a tentar, com os recursos disponíveis, prestar um serviço de maior qualidade possível. É um objectivo que temos, mas, às vezes, as pessoas querem alguma celeridade no atendimento, mas tem situação que nos ultrapassada”, disse.

Para Liziana Barros a situação ideal será por exemplo ter mais dois ginecologistas e obstetras para poder funcionar 24 horas, mais pediatras para que o serviço pudesse funcionar, ao menos durante 12 horas seguidos, das 08:00 às 20:00, e mais três médicos clínicos gerais para o serviço de urgência e ter assim o quadro anterior que dá maior conforto em prestação de serviço e cobrir não só os serviços de urgência e de medicina, mas poder dar consultas de clínica geral que estão suspensas neste momento.

Em termos de meios técnicos, como laboratório, radiologia e outros, com excepção de ambulância que o hospital não dispõe ainda, a situação é considerada “estável” pela directora que avança ainda que o constrangimento é sobretudo a nível dos recursos humanos, sobretudo médicos e enfermeiros.

Segundo a mesma, o Ministério da Saúde tem estado a receber as informações e está ciente da situação do Hospital Regional São Francisco de Assis, aguardando pelo reforço quer de médicos como de enfermeiros.

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