Cabo Verde conta a partir de agora com 29 militares formados por Espanha para garantir a segurança de instalações críticas do país, o principal meio de autoproteção para fazer face às várias ameaças atuais, foi hoje apresentado.
Depois de quase um mês de formação no Comando da Terceira Região Militar, na Praia, 29 militares cabo-verdianos, entre sargentos e oficiais, integram agora o Grupo de Proteção da Força de Cabo Verde, que pode ser uma instalação, militar ou civil, documentos, forças em movimento ou proteção de entidades.
“Este curso vem em boa hora porque traz técnicas em termos de planeamento e de procedimentos e que são usados por grandes potências hoje a nível mundial”, afirmou à imprensa o comandante da Terceira Região Militar cabo-verdiana, o capitão de patrulha Silvino Monteiro Chantre, no âmbito do encerramento da formação.
Segundo o porta-voz das Forças Armadas, o curso acontece numa altura de grandes mudanças e transformações tecnológicas e surgimento de novas ameaças em que todos estão expostos, como o terrorismo ou o crime organizado, quer marítimo, em terra ou eletrónico.
“Por isso, todas as nações devem preocupar-se, no âmbito da segurança cooperativa, em instalar medidas de sincronização de modo a, juntos, defendermos tudo aquilo que seja crítico e sensível”, enfatizou.
O capitão de patrulha sublinhou que o curso não foi realizado na sequência de um ataque ou ameaça concreta, mas sim da necessidade de dotar as forças de capacidades e medidas de defesa, tanto ativa como passiva, para fazer face às ameaças.
“O mundo em que nós nos encontramos exige permanentemente adaptações e atualizações em termos de conhecimentos e de procedimentos e, fundamentalmente, que nós e os nossos parceiros entendamos e consigamos estar sincronizados e atuar de forma uniformizada para podermos responder-nos e apoiar-nos uns aos outros”, salientou o militar.
Silvino Chantre respondia quando questionado se o curso surgiu na sequência de um ataque internacional há um ano à Rede Tecnológica Privativa do Estado, que afetou várias instituições e empresas.
Referindo que atualmente ninguém consegue garantir a sua segurança sozinho, o mesmo responsável insistiu que a segurança tem de ser cooperativa.
O capitão de patrulha indicou que todos os militares, pertencentes à Guarda Costeira, à guarnição do Estado-Maior das Forças Armadas e do Comando da Terceira Região Militar, já estão colocados nas suas unidades de origem.
O primeiro curso de proteção da força foi realizado no âmbito da cooperação técnico-militar entre Cabo Verde e Espanha, que segundo a embaixadora espanhola no arquipélago já vem de longa data, com formações e exercícios conjuntos.
Para esta formação em concreto, 10 especialistas de Espanha estiveram em Cabo Verde um mês. “Penso que os resultados são muito bons, todas as partes ficaram contentes e penso que formação poderá continuar no futuro”, disse Maria Dolores Rios Peset.
Para a diplomata, as relações entre Cabo Verde e Espanha “são excelentes” em todas as áreas de interesses para ambos os países.
Depois de uma demonstração de procedimentos de proteção da força realizada no Comando da Terceira Região Militar, seguiu-se uma demonstração de capacidades de proteção da força, no Campo de Tiro da Polícia Nacional.
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