Sociedade

Seis reclusos da Cadeia Central da Praia, em São Martinho, testaram positivo ao novo coronavírus, segundo resultado dos testes feitos ontem, quarta-feira, à noite, no mesmo dia em que se ficou a saber que quatro agentes prisionais, um administrativo e uma encarregada de limpeza dessa unidade penitenciária estão com Covid-19.

Dos 26 novos casos confirmados de coronavírus no concelho da Praia, anunciados esta manhã pelo Ministério da Saúde, seis são referentes a presos da Cadeia Central da Praia, em São Martinho. A informação foi confirmada ao Santiago Magazine por fonte do processo na mesma altura em que as autoridades comunicavam os novos casos detectados na Praia.

Ao que consta, o contágio terá como ponto de origem um dos agentes prisionais que esteve de serviço no Hospital Agostinho Neto, onde mantinha sob vigilância um recluso que estava internado. As análises foram encomendadas depois de alguns reclusos terem sentido indisposições que caracterizavam uma suposta a infecção por Covid-19, que viria a ser provada nos testes efectuados ontem.

Ainda nesta quarta-feira, 13, este diário digital tinha avançado que quatro agentes prisionais, mais um funcionário de serviços administrativos e uma empregada de limpeza da Cadeia de São Martinho, haviam testado positivo ao coronavírus, na sequência de testes feitos a pedido da direcção carcerária de Bombena. Neste momento, e em menos de 24 horas, a Cadeia central da Praia conta 12 infectados entre funcionários (6) e presos (6).

A presença de Covid-19 no interior do maior centro de reclusão do país eleva os níveis de preocupação no combate à Covid-19, tendo em conta o facto de ali estarem mais de 1000 pessoas fechadas e praticamente amontadas uma cima da outra por causa da superlotação da unidade prisional, o que aumenta em exponencial a probabilidade de contágio em cadeia e em massa.

Aliás, na semana passada a Comissão Nacional dos Direitos Humanos havia alertado para essa hipótese, tendo inclusive sugerido o indulto a alguns presos para evitar uma eventual contaminação trágica dentro da penitenciária de São Martinho, hoje com mais de 1100 presidiários sob responsabilidade do Estado. Além do mais, há casos de presos com problemas respiratórios, diabéticos, doentes renais, hipertensos e outros classificados como de risco elevado.