O avião Gulfstream G550 do Departamento da Justiça norte-americano, que esteve por cerca de duas horas ontem, 5, na ilha do Sal, trazia a bordo funcionários da justiça federal dos EUA para assumir os trâmites finais do processo de extradição de Alex Saab. O STJ tem 15 dias para reagir ao recurso da defesa, mas o acórdão poderá sair bem mais cedo.
Fontes dos Estados Unidos confimaram ao jornal colombiano El Tiempo que, de facto, a vinda do avião Gulfstream G550 do Departamento da Justiça a Cabo Verde foi uma resposta imediata do governo de Washington, mal soube da decisão do Tribunal de Relação de Barlavento para extraditar o empresário colombiano Alex Saab.
A aeronave chegara ao aeroporto Amilcar Cabral às 16h25 de ontem, 5, e descolou menos de duas horas depois, isto é, às 18h12 em direcção aos EUA. A bordo, segundo reportaram agora o jornal El Tiempo e Conexão Política, do Brasil, estavam oficiais da justiça federal norte-americana que vieram pessoalmente assumir os trâmites finais da extradição de Alex Saab aos EUA.
Alguns jornalistas freelancers que cobrem o caso e alguns jornais desconfiam que Saab poderia ter embarcado nesse voo de regresso do avião do governo norte-americano, mas há poucas evidências que tal tenha ocorrido.
Para já, existe um recurso da defesa do empresário colombiano no Supremo Tribunal de Justiça, que tem 15 dias para reagir à sentença do Tribunal da Relação de Barlavento que na segunda-feira, 4, ordenou a extradição de Saab aos EUA, onde está acusado de oito ilícitos, entre os quais lavagem de dinheiro em solo americano - razão pela qual, aliás, os EUA têm jurisdição sobre esses alegados crimes e pediu a sua captura pela Interpol, o que aconteceria no dia 12 de Junho do ano passado na ilha do Sal.
Mas também está claro que, pelo facto de Saab ser um empresário próximo de Nicolás Maduro, que até o nomeou embaixador, a administração norte-americana o quer a todo o custo como forma de chegar ao presidente da Venezuela. Ou seja, Saab é um meio e não um fim para os EUA.
Seja como for, os negócios "obscuros" que mantém com Maduro, de quem a Intelligentia americana acredita que Saab seja testa-de-ferro, não jogam a seu favor e preocupa o governo de Caracas que tudo tem feito para (entre argumentos sobre a detenção ilegal do seu enviado especial com passaporte diplomático e tudo, e jogos de bastidores para "convencer" Cabo Verde a libertar Saab) impedir que o colombiano de origem libanesa seja entregue aos americanos.
A justiça cabo-verdiana já decidiu por duas vezes pela extradição, mas Saab permenece ainda detido por causa de expedientes jurídicos da defesa que não tem baixado os braços para ver livre o seu cliente, que tem como "sponsor" a Venezuela e, eventualmente, o Irão. A união desses dois países poderia resultar num esquema para resgatar Saab em Cabo Verde e é isso que os EUA temem. Primeiro colocaram, secretamente, um navio de guerra a patrulhar os mares de Cabo Verde e agora, mal saiu a decisão do Tribunal da relação de Barlavento para extraditar Alex Saab, o giverno de Washington enviou imediatamente um avião com funcionários federais para assumir o processo.
A aeronave Gulfstream G550 do Departamento de Justiça dos Estados Unidos pousou em Cabo Verde esta terça-feira, 5, saindo do aeroporto regional de Manassas, também conhecido como Harry P. Davis Field, localizado na Virgínia, nos EUA.
Fontes americanas confirmaram ao jornal colombiano El Tiempo que o Departamento de Justiça será o responsável pelo trâmite final da extradição de Alex Saab para os Estados Unidos por causa das acusações de lavagem de dinheiro.
Caberá ao Supremo Tribunal de Justiça acertar com os Estados Unidos tudo o que diga respeito ao destino do principal operador financeiro de Nicolás Maduro. O processo volta ao Supremo Tribunal para rever os ajustamentos solicitados e proceder à apreciação do mérito. “Isso pode acontecer nos próximos 15 dias”, disseram as fontes do El Tiempo.
É entendimento deste jornal que se a decisão do STJ se mantiver igual á do Tribunal da Relação de Barlavento, "as tentativas do regime socialista de Maduro de lhe dar imunidade, nomeando Alex Saab como embaixador plenipotenciário na África, voltariam a ser malsucedidas". "Nesse sentido, a extradição seria um fato e ele estaria sendo encaminhado para Miami no prazo indicado pelas fontes", escreve, por seu turno, o Conexão Política, acrescentando que "para os Estados Unidos, está claro que Saab é a chave para se chegar aos acordos entre o regime socialista de Maduro com o Irão, a Turquia e a Rússia, que colocam em risco a segurança deste lado do hemisfério".
A defesa de Saab recorreu da decisão judicial e o STJ tem um prazo de 15 dias para emitir acórdão, mas fontes acreditam que o Supremo irá tomar uma decisão bem mais cedo do que se pensa. "Se a Suprema Corte rejeitar logo o recurso da defesa, Saab estará em solo americano neste mês", diz o Conexão Politica, citando fontes do jornal El Tiempo em Cabo Verde..
Na segunda-feira, 4, o Tribunal de Apelação de Barlavento admitiu que “uma vez verificados todos os requisitos legais, os juízes deste Tribunal concordam em ordenar a extradição de Alex Saab Nain Moran para os Estados Unidos, a fim de ser julgado lá por oito crimes”.
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